Semanas atrás, me deparei com essa frase no LinkedIn. E o mais estranho é que me senti “acolhida” e representada. Mesmo sendo fundadora e ativista das ONGs.

O texto-desabafo dessa pessoa expunha diferentes situações de assédio moral que ela sofreu no ambiente de trabalho, que acabou culminando em adoecimentos emocionais e psicológicos, como síndrome do impostor e burnout ao mesmo tempo. Gravíssimo.

Se você já acompanha meus textos aqui no Portal do Impacto ou nas minhas redes sociais, sabe o quanto essa pauta é relevante pra mim, pois já fui vítima de racismo institucional, assunto que até hoje é delicado de conversar. Quem passa ou já passou por algo assim sabe exatamente do que estou falando.

Mas o que eu quero com este texto? Bem, fazer uma provocação e um apelo.

A provocação é a seguinte: Como é que nós – empreendedores sociais do terceiro setor, líderes de um segmento que deveria ser referência do Bem Viver, pessoas empenhadas em impactar positivamente o mundo – não temos nenhuma vergonha em maltratar os nossos funcionários e colaboradores ou de causar um “mau ambiente” de trabalho nas ONGs?

Para mim, é totalmente incompatível e realmente desconectado do discurso de mudar o mundo ou melhorar as vidas das pessoas.

Já o apelo é para que paremos de fazer de conta que isso não acontece no Terceiro Setor, mesmo que em menor proporção. O assédio moral nem sempre é intencional, por isso é preciso que estejamos atentas(os) e busquemos por capacitação e treinamento.

Veja abaixo algumas ideias para ser uma ONG mais acolhedora:

• Leia aqui caminhos para que a sua ONG possa se tornar um espaço mais acolhedor, a fim de evitar sofrimentos psíquicos e adoecimentos por conta do racismo e da LGBTfobia.
• É ok… Conheça o “Manifesto pelo bem-estar dos empreendedores das ONGs”.
• Saiba como está a saúde mental dos gestores das ONGs (pesquisa da Phomenta) e tome medidas preventivas para uma melhor saúde das pessoas da sua organização.

Revisão: Flávia D'Angelo (Phomenta).

Daiany França Saldanha é responsável pelo editorial do Portal do Impacto.

Revisão: Flávia D'Angelo (Phomenta)