Como organizações podem utilizar o LinkedIn para atrair voluntários qualificados

29 de junho de 2023

Este conteúdo foi produzido por Diego Borges Ferreira

Voluntariado e LinkedIn! Uma relação de sucesso

Provavelmente poucas iniciativas sociais sabem disso, mas o LinkedIn é um espaço incrível para prospectar voluntários qualificados e eu sei disso muito bem ao apoiar iniciativas que, em sua maioria, conseguiram encontrar essa base de voluntariado na plataforma. Uma das principais bases para essa prospecção são os números atuais da plataforma, que já conta com mais de 900 milhões de usuários e muitos deles já têm uma cultura de voluntariado em suas carreiras.


O LinkedIn é uma ferramenta que permite que os usuários da plataforma ofereçam suas habilidades e experiências profissionais para organizações sem fins lucrativos e causas sociais. É uma maneira efetiva de conectar profissionais e organizações que compartilham interesses em comum e desejam fazer a diferença no mundo. Por outro lado, as iniciativas que procuram voluntários podem utilizar a plataforma para desenvolver conteúdo para atrair voluntários e fazer uma leitura mais efetiva do perfil desses profissionais ao analisar suas atividades no LinkedIn. Com isso, é possível entender seus interesses e saber melhor como abordar esses profissionais e o que oferecer em relação a atividades voluntárias nas organizações.


Leia também: 7 formas de usar o LinkedIn em OSCs


Por que voluntários no LinkedIn tem mais disposição em participar de atividades voluntárias?


Existe uma série de razões por que o perfil do voluntariado prospectado no LinkedIn é diferente de outros lugares, mas o principal é que, em sua maioria, eles entendem a conexão entre voluntariado e desenvolvimento profissional. Ao analisar a estrutura de um perfil completo no LinkedIn, podemos ver que ele serve como vitrine para o mercado e as pessoas colocam informações como área de atuação, experiências no mercado, licenças, certificados e competências. Há outra área muito especial que é a de trabalho voluntário e cada vez mais profissionais no LinkedIn entendem a importância de preencher esse setor do perfil. 

Porém, muito além de preencher essa área, o profissional voluntário no LinkedIn procura trabalho voluntário com alguns objetivos além de gerar o impacto social. Ele encontra no voluntariado a oportunidade de desenvolver aspectos pessoais e profissionais. Temos como exemplo:


  • Desenvolver seu networking e conhecer mais pessoas de diferentes origens, áreas e culturas; 
  • Utilizar o voluntariado para desenvolver suas habilidades técnicas e, principalmente, as sociais, que atualmente são as mais exigidas no mercado; 
  • Procurar mais sentido de propósito e satisfação pessoal ao apoiar iniciativas de impacto social com suas habilidades; 
  • Ter mais exposição e visibilidade de sua atuação em impacto social com organizações; 
  • Principalmente, o aprendizado e crescimento pessoal com os desafios que vão encontrar e seu comprometimento com as atividades voluntárias. O voluntariado pode ser uma jornada de aprendizado pessoal e crescimento para diversos profissionais no LinkedIn. 


É importante destacar que esses são apenas alguns possíveis motivos para a maior disposição dos usuários do LinkedIn em participar de atividades voluntárias e são os principais que analisei ao ajudar a prospecção de voluntários na plataforma para as iniciativas que já apoiei.

Na organização do TEDxSavassi! Os TEDx são iniciativas regionais do TED Conferences realizadas totalmente com equipe de voluntários (Fonte: Acervo Pessoal)


Quais estratégias as organizações sociais podem utilizar no LinkedIn para prospectar voluntários qualificados?


Essa é uma pergunta que tem direcionado muito minhas atividades no LinkedIn ao apoiar organizações como Rede Cidadã, TEDxSavassi e TEDxPucminas a encontrarem voluntários na plataforma para atuar em diversos setores e com objetivos diferentes. As organizações sociais podem utilizar várias estratégias no LinkedIn para prospectar voluntários qualificados. Por experiência própria, posso afirmar que o LinkedIn é uma excelente fonte de talentos voluntários para iniciativas sociais no Brasil e no exterior, que atuam em diversas causas.

Com base no trabalho que já realizei com iniciativas sociais no Brasil e no exterior, gostaria de compartilhar algumas estratégias que podem ser muito úteis. Aqui estão alguns exemplos:


  • Otimize o perfil oficial da organização (company page) no LinkedIn e garanta que os profissionais possam encontrar todas as informações essenciais sobre a iniciativa no perfil oficial. Isso inclui uma descrição clara e atraente da missão e dos objetivos da organização, além de informações sobre as oportunidades de voluntariado disponíveis. 
  • Entenda a importância de compartilhar conteúdo relevante e a necessidade de desenvolver uma agenda de conteúdo atraente no LinkedIn. Isso pode incluir atualizações sobre projetos, histórias de sucesso de voluntários anteriores, eventos e notícias relacionadas à atuação da organização. Isso pode ter um impacto imenso na visibilidade da iniciativa no LinkedIn. Você pode usar conteúdo em texto, vídeo, imagens e até mesmo apresentações! 
  • Publique oportunidades de voluntariado usando a função de vagas no LinkedIn ou simplesmente desenvolvendo uma agenda de posts divulgando essas vagas de maneira descritiva e com um link para a inscrição do voluntário. Isso ajudará a atrair voluntários que tenham as habilidades e o interesse adequados para a posição. 
  • Identifique e envolva influenciadores e profissionais que possam ajudar na divulgação. Isso pode incluir líderes de opinião, profissionais renomados ou até mesmo pessoas influentes dentro da sua própria rede. Vale destacar que o LinkedIn é uma plataforma de networking colaborativo e possui uma ampla presença de pessoas que atuam com impacto social. 
  • Procure parcerias com outras organizações sociais ou empresas que tenham valores semelhantes e interesse em apoiar a divulgação das oportunidades de trabalho voluntário na sua organização. 
  • Participe dos grupos no LinkedIn (LinkedIn Groups) e veja esses espaços como uma ferramenta para divulgar conteúdo sobre suas oportunidades de voluntariado e se conectar com profissionais que possam ter interesse nessa atividade. 
  • Tenha a equipe da sua organização com perfis ativos no LinkedIn. Eles desempenham um papel importante na busca e abordagem desses profissionais que podem se tornar voluntários.


Essas são algumas estratégias que tenho utilizado e coloco em prática atualmente quando preciso prospectar voluntários para alguma organização social no LinkedIn. Elas têm se mostrado bastante eficientes na hora de encontrar voluntários qualificados que sua iniciativa tanto precisa.


Como organizações sociais podem utilizar o LinkedIn como ferramenta de trabalho e crescimento


Podemos concluir que o LinkedIn pode ser considerado uma ferramenta essencial na procura de voluntários qualificados por organizações sociais?


A resposta é sim, com certeza! Porém, é importante destacar que poucas organizações sociais de menor porte sabem dessa oportunidade. Por outro lado, temos organizações grandes como o Greenpeace, TEDx, UNICEF, Nações Unidas, Save the Children e outras que desenvolvem essa estratégia de prospecção de voluntários no LinkedIn de forma bem eficaz! 


A base de dados profissionais, o algoritmo de conteúdo da plataforma, as possibilidades de parcerias e as informações disponíveis no perfil das pessoas tornam o LinkedIn uma ótima ferramenta de prospecção de voluntários. A principal dica que fica é desenvolver gradualmente a cultura da utilização do LinkedIn em sua organização social na plataforma e, aos poucos, implementar essas estratégias para encontrar voluntários no LinkedIn que possam fazer toda a diferença em sua iniciativa. Posso garantir que é possível encontrar pessoas engajadas e bem qualificadas no ambiente do LinkedIn.





Diego Borges Ferreira: Profissional com experiência em comunicação no LinkedIn, networking, gestão de comunidade e treinamento de equipes em empresas, startups e organizações que desejam aprender a utilizar a plataforma. Principalmente com iniciativas que tem foco em impacto social e nas quais já apoiou diversas no Brasil e exterior. 

E-mail: liondiegos@gmail.com


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E como saber depois se o que fizemos conseguiu, de fato, chegar AONDE queríamos, ou seja, AVALIAR se as iniciativas conduzidas foram válidas, eficazes e eficientes? Medição compartilhada: uma prática que deveria ganhar força no Brasil No Reino Unido e EUA desde 2003 – No Reino Unido vêm sendo envidados esforços por organizações think-tanks (como a New Philanthropy Capital – NPC , ou a Triangle /Outcomes Star ) e nos Estados Unidos ( FSG) para construírem sistemas de indicadores “de prateleira” (do inglês, off-the-shelf tools ) que possam ser compartilhados por organizações do terceiro setor ( charities or NGOs – Non-Governmaental Organisations ). No Reino Unido, organizações sociais trabalhando em uma mesma área-fim (por exemplo, educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade) foram se unindo, capitaneadas por alguma organização think-tank como a NPC, para desenvolverem um sistema comum de avaliação de resultados. Nesse sentido, os conceitos abstratos relacionados a objetivos de resultados (por exemplo: autoestima), adotados por organizações trabalhando com públicos semelhantes, foram sendo operacionalizados nos mesmos indicadores ou escalas. Feita a operacionalização dos conceitos, as demais ferramentas para medição também começaram a ser desenvolvidas em comum, através do apoio de uma equipe especializada, tais como a construção dos questionários, a estratégia para a sua aplicação, o sistema de base de dados (que pode ser online ) e o referencial para análise dos dados coletados. No Brasil, no período em que atuei (2011 – 2016) no Programa da POS (Parceria com Organizações Sociais) da Fundação Dom Cabral – FDC (hoje denominado Pilaris ), quis começar a difundir essa ideia das ferramentas de prateleira ( Avaliação de projetos sociais no terceiro setor: uma agenda em construção , seção IV), mas percebi que o terreno precisava antes ser melhor trabalhado. Por isso, no Manual que desenvolvi para apoiar o trabalho com as organizações participantes do Programa (Manual de Planejamento e Avaliação de Projetos Sociais para Organizações Sociais) , comecei a incluir alguns instrumentos que pudessem funcionar como “ferramentas de prateleira”. Esses instrumentos vinham de três fontes: conceitos abstratos que já tinham sido traduzidos para a prática e validados; experiências de monitoramento com algumas dessas organizações; ou ainda, foram criados durante as avaliações de projetos sociais que conduzi. Para ilustrar melhor a ideia, aqui estão alguns exemplos de instrumentos incluídos no Manual: Conceito: autoestima (escala de Rosenberg), pág. 40-42 do Manual Conceito: impulsividade de adolescentes (escala de Barrat), p.66 Conceito: ser cuidadoso com o meio-ambiente / Avaliação de projeto de apicultura (pág. 67-68) Conceito: bem-estar de crianças e adolescentes, entre 11-16 anos (NPC), Pág. 197-205 Marco lógico: projeto de qualificação digital, Instituto Ramacrisna (pág. 207-210) Questionário: Preparação de jovens (16-18 anos) para inserção no mercado de trabalho, Associação Projeto Providência (pág. 226 – 230) A intenção de compartilhar esses instrumentos no Manual foi oferecer inspiração e facilitar o trabalho de planejamento e avaliação em organizações que atuam com projetos sociais semelhantes, ajudando, assim, a “queimar etapas” e avançar com mais agilidade nesse processo. Medição compartilhada: o caso da ferramenta Outcomes Star Como surgiu? 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Uma boa gestão de conflitos transforma positivamente o ambiente organizacional ao aplicar princípios de comunicação eficaz. Neste artigo, abordaremos o livro “Conversas Difíceis: Como Discutir o Que Mais Importa”, resultado de 15 anos de pesquisa do Projeto de Negociação de Harvard, que oferece ferramentas para gerenciar relacionamentos e solucionar conflitos em diversas situações. Queremos te ajudar a organizar seus pensamentos antes de começar uma conversa difícil assim como o livro sugere. O primeiro passo é entender os três tipos de conversa. Ao final, sugerimos práticas a serem seguidas. Boa leitura! As Três Conversas Centrais e a Ação da Boa Gestão O livro revela que toda conversa difícil é composta por três "conversas" subjacentes: a Conversa "O que aconteceu?", a Conversa das Emoções e a Conversa da Identidade. A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. 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Guia prático que ensina como estruturar uma página de captação de doações para ONGs: mensagem clara, métricas de impacto, transparência financeira e CTA que converte. Saiba mais!
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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
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