Ciclos de Inovação para ONGs: Transformando ideias em realidade

14 de outubro de 2023

O mundo mudou, a gente tem visto novas tecnologias surgirem numa velocidade grande, inteligência artificial, toda nossa vida facilitada pelo celular e outros dispositivos móveis. Mas e a sua organização? Como ela tem lidado com tudo isso?

Recentemente, vivemos uma pandemia que obrigou várias organizações a se reinventarem, pensarem em novas formas de captar recursos, promover eventos e melhorar suas atividades. Toda essa transformação foi impulsionada pela inovação. 


Grandes empresas, startups, organizações sem fins lucrativos e até mesmo governos buscam constantemente maneiras de inovar para melhor atender às necessidades de seus clientes, resolver problemas complexos e se manterem competitivos em um mundo em constante evolução. Uma abordagem estruturada e eficaz para a inovação é a
utilização de ciclos de inovação. Neste artigo, exploraremos o que são os ciclos de inovação e como podem ser aplicados em qualquer contexto para estimular a criatividade, impulsionar seu desenvolvimento e alcançar resultados transformadores.


O que são Ciclos de Inovação?

Os ciclos de inovação são processos iterativos (modelo que progride através de refinamentos sucessivos) que permitem às organizações criar, desenvolver e implementar novas ideias de maneira eficaz e eficiente. Eles são projetados para estimular a criatividade, promover a colaboração e garantir que as ideias sejam transformadas em soluções simples, realizáveis e que gerem impacto. Os ciclos de inovação são flexíveis o suficiente para serem adaptados a qualquer contexto, mas geralmente seguem uma estrutura básica que envolve as seguintes etapas:


1. Descoberta

A primeira fase de um ciclo de inovação é a descoberta. Nesta etapa, o objetivo é identificar os problemas que têm desafiado a organização e as oportunidades de inovação. Para isso, é fundamental entender as tendências do setor e as necessidades dos usuários, ou seja, o público que deseja focar: equipe de colaboradores da OSC, grupo de voluntários, público beneficiado, doadores, potenciais financiadores, comunidade etc). 


Esse processo de escuta e entendimento do público, começa com a coleta de dados e informações que você já tem sobre o tema ou pode levantar dentro da organização, fazer pesquisas na internet para entender o que já existe de iniciativas que podem servir de referência, a realizar entrevistas com o público para escutar atentamente suas necessidades, a analisar a concorrência. 


A descoberta é crucial para garantir que qualquer inovação futura seja relevante e atenda às demandas da organização e o ecossistema que ela está inserida. Essa etapa é finalizada com a
definição de uma boa pergunta que te instigue a pensar em ideias de solução. Exemplo: Como nós podemos criar uma estrutura para gerir a organização, a curto prazo e sem mudanças drásticas, para melhorar a eficiência da ONG? Como nós podemos otimizar a comunicação de forma que traga mais transparência e engajamento com a comunidade?


2. Geração de ideias

Com uma compreensão sólida das necessidades e oportunidades, a próxima etapa envolve a geração de ideias. Aqui, toda ideia é importante e quanto mais, melhor. Por isso, envolva o máximo de perfis diferentes. Convide pessoas de sua equipe que tenham diferentes papéis, voluntários, beneficiários, pessoas da comunidade etc. O objetivo principal é pensar e propor sem censura como você resolveria o problema identificado para gerar uma ampla gama de possibilidades de caminhos para a solução. 


Ferramentas como brainstorming (chuva de ideias) e mapas mentais são frequentemente usadas para estimular a criatividade. Saiba como implantar
essa dinâmica na sua ONG.


3. Prototipagem

Toda ideia é boa, mas nem todas são aplicáveis. Por isso, depois de priorizar as mais promissoras e realizáveis, hora de transformá-las em protótipos. A prototipagem é uma parte fundamental do ciclo de inovação, pois permite testar rapidamente as ideias com poucos recursos, receber feedbacks valiosos que vão te ajudar a aprender com seu público e aprimorar a solução. Os protótipos podem variar desde uma apresentação, uma simulação, uma maquete até um site básico (landing page), dependendo do contexto da inovação.


4. Teste e validação

Prototipar é fazer com que a sua ideia ganhe vida, passando do abstrato para o físico, então, nesta fase, você testará seu protótipo diversas vezes com seu público. 


Como o protótipo contempla parte da solução completa, o aprendizado que você reunir te ajudará a refinar as soluções, identificar falhas e
garantir que a inovação atenda às expectativas definidas. Errar faz parte, então, aproveite o processo para recalcular as rotas que desenhou nessa jornada de aprimoramento da solução. É importante envolver os usuários finais nesta etapa para garantir que suas necessidades sejam atendidas.


5. Iteração, implementação e escala

Esse processo de testar, validar e refinar, pode demorar semanas, até meses, dependendo da complexidade da solução que você tem a intenção de desenvolver. Portanto, tenha calma e valorize o processo antes de chegar ao piloto ou a versão final da solução. 


Esse refinamento contínuo chama-se iteração. O conceito diz sobre o caráter cíclico da inovação onde sempre buscamos
repetir o teste, aprender, refinar a solução e aplicar tudo o que descobrimos na próxima etapa. Assim mesmo: continuamente.


Uma vez aprovado o protótipo, é hora de dar escala para nossa inovação, ou seja, ampliar o alcance e agregar as funcionalidades validadas na fase de testes. Isso pode envolver o
desenvolvimento de um plano de ação, a alocação de recursos e a definição de indicadores de sucesso. A implementação bem-sucedida é o passo final para transformar uma ideia inovadora em uma solução real e eficiente.


Como utilizar ciclos de inovação em qualquer contexto

A aplicação de ciclos de inovação em qualquer contexto requer uma abordagem estruturada e comprometida com o processo. Aqui estão algumas diretrizes gerais para utilizar ciclos de inovação de forma eficaz:


  • Cultura de inovação:
    Crie uma cultura organizacional que valorize a inovação e encoraje a criatividade. Isso começa com o apoio da liderança da organização e a promoção de um ambiente onde os colaboradores, voluntários e a comunidade se sintam incentivados a contribuir com ideias.
  • Equipes multidisciplinares: Monte equipes multidisciplinares que reúnam pessoas com diferentes habilidades e perspectivas. A diversidade de pensamento é fundamental para a geração de ideias inovadoras.
  • Iteração contínua: Reconheça que a inovação é um processo de aprendizagem e aprimoramento contínuo. Não tenha medo de revisitar ideias ou fazer ajustes com base no feedback recebido durante o ciclo.
  • Aprenda com o fracasso: Esteja disposto a aprender com os erros. Nem todas as ideias inovadoras serão bem-sucedidas, mas cada falha pode fornecer novas ideias e encaminhamentos valiosos para futuras iterações.
  • Foco nas pessoas: Mantenha o foco nas necessidades e desejos das pessoas que deseja impactar. A inovação deve resolver problemas reais e agregar valor na vida delas. Há varias formas de fazê-lo e o desenho da jornada de interação com esse público pode indicar caminhos interessantes.
  • Métricas de sucesso: Estabeleça indicadores claros para medir o sucesso da inovação. Isso ajuda a garantir que os esforços estejam alinhados com os objetivos da organização.
  • Adapte-se ao contexto: Lembre-se de que os ciclos de inovação podem ser adaptados para o contexto e o momento de sua organização. Não há uma abordagem única que funcione para todas as pessoas.


Conclusão

Os ciclos de inovação são uma ferramenta poderosa para transformar ideias em realidade, independentemente do contexto. Ao seguir uma abordagem estruturada que abrange a descoberta, geração de ideias, prototipagem, teste e implementação, as organizações podem cultivar a criatividade, promover a colaboração e alcançar resultados inovadores. 


No mundo em constante evolução de hoje, a capacidade de
inovar é essencial para o sucesso a longo prazo, e os ciclos de inovação oferecem um caminho eficaz para alcançá-lo. Portanto, não hesite em adotar essa abordagem em sua organização e comece a transformar suas ideias em soluções que geram impacto na sua comunidade.


Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor,
o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação. O objetivo da iniciativa é apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


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Aline Santos é mentora e consultora em inovação, gestão e comunicação estratégica.



Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor, o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação com o objetivo de apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


Todo o conhecimento gerado no projeto foi consolidado no e-book “Guia para inovar no Terceiro Setor” traz um glossário com os principais termos utilizados na área, além de detalhar como conduzir o ciclo de inovação dentro das organizações, com ferramentas adaptadas à realidade do setor. Ideal para as pessoas que querem dar seus primeiros passos para inovar.


A publicação mostra como simplificar a tomada de decisão, criar e experimentar soluções de forma rápida, econômica e simples para os desafios identificados na gestão das organizações. O guia é digital e está disponível gratuitamente para download.


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A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. 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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
Por Pollyana Bonvecchi 27 de março de 2025
Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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