Avaliação social: precisamos avançar com as ferramentas de prateleira

14 de julho de 2025

Em projetos sociais os resultados estão quase sempre associados a resultados intangíveis, subjetivos e abstratos, como por exemplo: crianças saudáveis, adolescentes com autoconfiança, autoestima de idosos, jovens capacitados para o mercado de trabalho, comunidade engajada, famílias ajustadas, empreendedores bem-sucedidos, e por aí vai… Alcançar esses resultados intermediários são etapas necessárias e imprescindíveis que vão contribuir para o alcance do impacto final pretendido de transformação na vida das pessoas atendidas. 


O problema é que até hoje no Brasil ainda não se tem clareza metodológica sobre como medir esses conceitos tão amplamente adotados na área social, que seja confiável e capaz de captar (ser sensível a) os avanços conseguidos. Então, se não há essa clareza – e aqui me refiro sobretudo à grande maioria das organizações do terceiro setor – como conseguir PLANEJAR bem os projetos sociais?  


Ou seja, como explicitar O QUE queremos mudar? E como saber depois se o que fizemos conseguiu, de fato, chegar AONDE queríamos, ou seja, AVALIAR se as iniciativas conduzidas foram válidas, eficazes e eficientes? 

Medição compartilhada: uma prática que deveria ganhar força no Brasil 


No Reino Unido e EUA desde 2003  – No Reino Unido vêm sendo envidados esforços por organizações think-tanks  (como a New Philanthropy Capital – NPC, ou a Triangle /Outcomes Star)  e nos Estados Unidos (FSG) para construírem sistemas de indicadores “de prateleira” (do inglês, off-the-shelftools) que possam ser compartilhados por organizações do terceiro setor (charities or NGOs – Non-Governmaental Organisations). 


No Reino Unido, organizações sociais trabalhando em uma mesma área-fim (por exemplo, educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade) foram se unindo, capitaneadas por alguma organização think-tank como a NPC, para desenvolverem um sistema comum de avaliação de resultados. Nesse sentido, os conceitos abstratos relacionados a objetivos de resultados (por exemplo: autoestima), adotados por organizações trabalhando com públicos semelhantes, foram sendo operacionalizados nos mesmos indicadores ou escalas. 


Feita a operacionalização dos conceitos, as demais ferramentas para medição também começaram a ser desenvolvidas em comum, através do apoio de uma equipe especializada, tais como a construção dos questionários, a estratégia para a sua aplicação, o sistema de base de dados (que pode ser online) e o referencial para análise dos dados coletados. 

No Brasil, no período em que atuei (2011 – 2016) no Programa da POS (Parceria com Organizações Sociais) da Fundação Dom Cabral – FDC (hoje denominado Pilaris), quis começar a difundir essa ideia das ferramentas de prateleira (Avaliação de projetos sociais no terceiro setor: uma agenda em construção, seção IV), mas percebi que o terreno precisava antes ser melhor trabalhado. 


Por isso, no Manual que desenvolvi para apoiar o trabalho com as organizações participantes do Programa (Manual de Planejamento e Avaliação de Projetos Sociais para Organizações Sociais), comecei a incluir alguns instrumentos que pudessem funcionar como “ferramentas de prateleira”. Esses instrumentos vinham de três fontes: conceitos abstratos que já tinham sido traduzidos para a prática e validados; experiências de monitoramento com algumas dessas organizações; ou ainda, foram criados durante as avaliações de projetos sociais que conduzi. 


Para ilustrar melhor a ideia, aqui estão alguns exemplos de instrumentos incluídos no Manual: 


  • Conceito: autoestima (escala de Rosenberg), pág. 40-42 do Manual 
  • Conceito: impulsividade de adolescentes (escala de Barrat), p.66 
  • Conceito: ser cuidadoso com o meio-ambiente / Avaliação de projeto de apicultura (pág. 67-68) 
  • Conceito: bem-estar de crianças e adolescentes, entre 11-16 anos (NPC), Pág. 197-205 
  • Marco lógico: projeto de qualificação digital, Instituto Ramacrisna (pág. 207-210) 
  • Questionário: Preparação de jovens (16-18 anos) para inserção no mercado de trabalho, Associação Projeto Providência (pág. 226 – 230) 


A intenção de compartilhar esses instrumentos no Manual foi oferecer inspiração e facilitar o trabalho de planejamento e avaliação em organizações que atuam com projetos sociais semelhantes, ajudando, assim, a “queimar etapas” e avançar com mais agilidade nesse processo. 

Medição compartilhada: o caso da ferramenta Outcomes Star 


Como surgiu?  Outcomes Star (traduzido ao pé da letra: Estrela de Resultados) é uma ferramenta para medir e apoiar as mudanças / resultados, que foi criada e desenvolvida pela Triangle Consulting Social Enterprise  do Reino Unido. A Triangle, fundada em 2003, se define como “uma empresa inovadora, guiada por uma missão social que é a de apoiar os provedores de serviços sociais a transformarem vidas de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social, traumas, deficiências ou doenças, por meio da criação e o uso correto de ferramentas que engajem e promovam abordagem facilitadoras”. 


A primeira versão do Outcomes Starcomeçou como uma demanda  (em 2003) da St Mungo`s, uma organização social voltada para o atendimento de moradores de rua, que queria avaliar os resultados do seu trabalho. A ferramenta acabou ganhando tração a partir da constatação de sua aplicabilidade também junto a outras organizações do Reino Unido que atendiam moradores de rua. Foi quando a Triangle, então, avançou naquele protótipo inicial, por meio do desenvolvimento da chamada “jornada da mudança” (do inglês, the Journey of change), das escalas de medição adequadas tanto para os usuários dos serviços (ou clientes) como para os provedores do serviço (ou colaboradores dessas organizações executoras), e do Guia com as orientações para a implementação do instrumento. Assim, em dezembro de 2016 surgia a primeira versão da Outcomes Star, com o foco em moradores de rua. 


O que é a ferramenta? Conforme explicado no site, cada versão da Outcomes Star compreende um conjunto de escalas apresentadas de modo amigável e acessível em formato de uma estrela (figura), em que cada escala (ou cada ponta da estrela) representa uma dimensão relevante do resultado pretendido.  Cada escala é explicitada em estágios (que podem ser 5 ou 10), sendo cada estágio cuidadosamente definido, de modo a caracterizar cada uma das etapas necessárias para promover a mudança sustentável na vida das pessoas atendidas.  A ideia é que a ferramenta seja aplicada pela equipe da organização com cada usuário do serviço, desse modo permitindo visualizar e analisar com clareza a “jornada da mudança”: onde se está no percurso, os resultados alcançados (e os não alcançados), e as evidências do que precisa ser trabalhado. 


Feitas sob medida para diferentes setores sociais, as versões da Outcomes Star são desenvolvidas em colaboração com os usuários dos serviços e os prestadores dos serviços nas organizações sociais executoras. No Reino Unido a ferramenta já é adotada tanto em organizações filantrópicas (as “charities”) como em órgãos do governo, sejam eles locais ou nacionais, como também em outros países da Europa, Ásia e também na Austrália e Estados Unidos 


Para se ter uma ideia sobre a composição de cada versão da Outcomes Star, recomendo uma visita à página do site “Preview the Stars Resources” que  apresenta uma demonstração (em inglês, preview) dos recursos da ferramenta para cada uma das diferentes versões. Por exemplo, a versão do Work Star (Star “Trabalho e Emprego”) já está em sua 3ª edição, haja vista as atualizações e melhoramentos feitos no instrumento. Essa versão conta com  o demonstrativo  do Guia do usuário (User Guide preview), onde estão listadas as 7 dimensões ou escalas contempladas no setor Trabalho e Emprego, sendo apresentadas algumas dessas escalas adotadas, vale a pena olhar para entender melhor como a ferramenta é estruturada!. 


Já no demonstrativo do Guia para a equipe executora (Guidance for Workers preview) estão dadas as orientações para a aplicação do instrumento. 


Estágio da ferramenta - Atualmente existem mais de 50 versões publicadas da ferramenta Outcomes Star para diferentes setores de atuação social, tais como: 


  • Educação; 
  • Trabalho e emprego; 
  • Famílias e crianças;
  • Jovens; 
  • Saúde; 
  • Moradia e sem-teto;
  • Comunidade; 
  • Uso de drogas; 
  • Saúde mental; 
  • Refugiados;
  • Justiça criminal;
  • Abuso doméstico;
  • Desastres naturais;
  • Forças armadas e veteranos;
  • Cuidadores de adultos e;
  • Autismo /TDAH. 


A Outcomes Star é uma ferramenta em constante evolução, sempre em colaboração com organizações executoras dos serviços sociais, universidades, instituições especializadas, e financiadores. 


Como interagir com a ferramenta? Basicamente há duas maneiras. Primeiro, na condição de organização colaboradora no desenvolvimento de uma nova versão da Outcomes Star. Isto ocorre quando a organização social percebe a necessidade de um novo instrumento para orientar a condução do seu trabalho, que ainda não existe na “prateleira” das (versões da Outcomes Star.  Daí essa organização pode colaborar com a Triangle na co-criação ativa do novo instrumento,  por meio de financiamento direto ou via captação de recursos. 
 

A segunda maneira de interagir é na condição de organização usuária da ferramenta. Como a Triangle é detentora dos direitos autorais da ferramenta, é preciso que a organização adquira a licença de uso.A equipe Triangle é enfática em recomendar que, antes de mais nada, é fundamental que a organização social identifique, primeiro, se a abordagem da ferramenta Outcomes Star  é adequada ao trabalho que a organização social realiza. Só depois, buscar identificar qual(is) das versões disponíveis da “família” Outcomes Star pode (m) ser aplicada(s) ao seu serviço / projeto.  


Para que o uso de qualquer versão da  Outcomes Star faça sentido, é importante que a organização atenda a cinco condições (ou necessidades de gestão). Essas condições são fundamentais para que a ferramenta realmente traga resultados e seja aplicada de forma eficaz: 


  1. Se a organização precisa ter um acompanhamento regular e individual dos usuários do serviço / projeto; 
  2.  Se a organização precisa medir resultados / avanços como parte de um serviço / projeto em andamento, ao invés de pesquisas ocasionais; 
  3. Se a organização precisa medir progresso em diferentes dimensões (as pontas da Star); 
  4. Se a organização precisa medir resultados ao longo da “jornada da mudança”, e não apenas ao seu final; 
  5.  Se a organização precisa usar os dados coletados para aprender e melhorar o serviço prestado. 


Desafio: por que não desenvolver um sistema (parecido) Outcomes Star para o Brasil? 


Quem olha superficialmente tende a pensar que Outcomes Star representa um conjunto de conceitos abstratos, que correspondem aos diferentes resultados pretendidos em projetos sociais, que foram tangibilizados e devidamente validados. E que estão na “prateleira” da Triangle, prontos para serem “consumidos”, ou utilizados, por organizações do terceiro setor cujos projetos sociais tenham objetivos de resultado semelhantes.   


Se fosse apenas isso, já seria de grande utilidade para as organizações sociais no Brasil, pois o instrumento poderia ser aplicado pelo menos em dois momentos: antes do início do projeto (momento zero) e ao final dele. Assim, seria possível medir os efeitos diretos do projeto sobre os usuários, observando mudanças em atitudes, percepções ou comportamentos. 


A ferramenta Outcomes Star vai além de simplesmente tornar conceitos abstratos mais aplicáveis. A proposta da Triangle é oferecer um apoio completo às organizações sociais, ajudando a identificar a versão da ferramenta mais adequada (ou mesmo se nenhuma versão se aplica), orientar sobre como utilizá-la na prática e como organizar as informações geradas para melhorar o planejamento e a prestação de contas aos diferentes públicos de interesse. Ou seja, a ferramenta Outcomes Star pretende ser um sistema abrangente de apoio à organização social, para que ela possa se concentrar em sua atividade-fim, que é a de atender aos seus usuários sempre com o foco em resultados. 


Então, bastaria que as organizações sociais NO BRASIL comprassem os direitos de uso das diferentes versões da Outcomes Star que lhes fossem adequadas, fizessem a tradução para português, tudo sob a supervisão on line de uma equipe Triangle? Como, aliás, já vem sendo feito em outros países da Europa, Ásia e também nos Estados Unidos. 


Pode ser. Outra opção é começarmos a construir no Brasilferramentas de avaliação aderentes às especificidades dos projetos sociais no país em seus diferentes setores – como foi a Outcomes Star para o Reino Unido.  Faz sentido? Ou seria “reinventar a roda” em alguns casos, considerando a existência /disponibilidade das várias versões do Outcomes Star? 


Fica, pois, o desafio para avançarmos nessa direção da construção de ferramentas de prateleira de avaliação no Brasil. Um esforço que se mostrará relevante não apenas para nortear o trabalho das organizações do terceiro setor, mas para todo o ecossistema de impacto social, aqui incluído também as organizações com fins lucrativos.  Inclusive, há que se reconhecer que essa caminhada já foi iniciada com a publicação do  Guia de Indicadores da Vitrine de ONGs, pelo Instituto Liga Social em 2021. 



Maria Cecília Prates é economista e mestre em economia pela UFMG, e doutora em administração pela FGV /Ebape. Pesquisadora na FGV / IBRE na área social por muitos anos, e depois tem feito monitorias, consultorias, pesquisas em avaliação de projetos sociais e RSC. 

Site: estrategiasocial.com.br 


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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
Por Pollyana Bonvecchi 27 de março de 2025
Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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