Sou captador(a) de recursos, e agora?

22 de julho de 2021

Este conteúdo foi produzido por Trackmob Soluções Digitais


Você sabia que a profissão de captador(a) de recursos foi recentemente registrada dentro do Código Brasileiro de Ocupações?¹. E sabia que não há no nosso país uma graduação em Captação de Recursos? Pois é! Essas informações mostram quantos desafios ainda temos nessa área e como são valiosas as experiências de todos que atuam direta ou indiretamente neste segmento. Não se sinta só! Mais do que isso, vamos te mostrar que você não precisa estar só, mesmo com tantos avanços por vir. Apesar do cenário desafiador, a rede de captadores de recursos é mais potente e numerosa a cada dia.


Aqui vamos elencar o que um(a) captador(a) de recursos precisa para trabalhar com estratégia e angariar doações. Logo, sente-se e aproveite; certamente esse texto te lembrará (ufa!) o tanto que você já percorreu e te encorajará a seguir.

Se você é gestor, também te auxiliará mostrando à sua equipe alguns valiosos caminhos de instrução e atenção para navegar melhor por esses mares.


Algo que já podemos dizer é: todos dentro da organização precisam ser, ao menos um pouco, captadores de recursos! Veja, um dos pontos que uma organização séria e transparente mais busca é o uso racional do que é arrecadado. A eficiência no uso dos recursos é super importante, pois deixa a fatia do que se investe nos projetos cada vez mais potente. Logo, não importa seu cargo na ONG - você deve sempre estar em busca de economizar, fazer parcerias, pedir desconto, correr atrás de doação, estimular a chegada de voluntários, e por aí vai.


Ah, e outro “alerta-alívio” - está tudo bem se você é formado(a) em alguma área de Humanas, Administração, Turismo ou até em áreas de exatas. O que interessa em primeira instância é o propósito de trabalhar pelo outro. Claro que uma boa dose de
soft skills (as habilidades de comunicação, boa escrita, relacionamento interpessoal) são incríveis de já ter contigo. Mas com a vontade de mudar o mundo, você já tem um valiosíssimo ingrediente para seguir na carreira.


Dada esta essência,
quais as principais características que um(a) bom (boa) captador(a) de recursos deve ter e fomentar na sua carreira? 


1. Saber pedir


Falamos no
artigo anterior: peça sem medo. Só mostrando as necessidades da nossa missão à sociedade, a pessoas físicas e jurídicas, patronos etc., que conseguiremos ir mais longe. As pessoas não são egoístas, elas só estão ocupadas demais, e às vezes pagar a doação para sua organização não está tão latente na cabeça como pagar a Netflix para curtir no final de semana. Peça para começar a doar; lembre que o boleto está para vencer; peça para voltar a doar; peça um aumento a doadores fiéis. 


2. Não ter vergonha


Mesmo que você tenha uma personalidade mais introvertida, arregace as mangas em prol da sua causa, não tenha vergonha de ligar novamente para aquele padrinho querido, aqueles voluntários amorosos. Assim como você e a organização que representa, as pessoas também têm propósito e não vão achar inconveniente o contato desde que recheado de missão e valores (que naturalmente vocês já possuem). Quantas pessoas já elogiaram seu brilho no olho ao falar do trabalho que faz, hum? Fortaleça-se aí e continue a nadar.


3. Ser estudioso


Apesar de não haver receita de bolo para uma captação com sucesso, há sim muitos modos de começar a captar, captar em volumes mais consideráveis, aprimorar o relacionamento com a base existente e atingir outros patamares de arrecadação. Existem inúmeros materiais gratuitos disponíveis na rede, além de mentores, consultores e pessoas com valiosas experiências no segmento publicando conteúdo de qualidade. Mesmo que já tenha anos na área, não ache que já sabe tudo – as novidades chegam ao terceiro setor também e você pode e deve estar conectado às tendências continuamente.


4. Ser curioso


Apesar de ser possível encontrar muitos conteúdos num simples toque no Youtube, por exemplo, se você não colocar uma boa dose de curiosidade sobre o que ouve, não vai absorver o conteúdo, pois dificilmente conseguirá linkar o dia a dia na organização àquele assunto teórico. Busque entender em que momento sua organização está, o que já foi feito em captação, o que ficou como projeto na gaveta e por quê. Queira fuçar as gavetas em busca de respostas e, aí sim, parta para a ação concreta. Algo maravilhoso é ver como organizações que você admira fazem a captação – já foi nas páginas de doação deles? Já se cadastrou/doou para entender como eles tratam o lead/doador no funil? A gente aprende com quem faz há mais tempo e não tem problema nenhum em buscar boas referências no setor. Lembre-se: estudar por estudar, sem aplicar na sua prática, pouco servirá aos resultados da organização. Fique atento.   


5. Aquele que fica longe de certezas absolutas


Ah, mas eu já sei de tudo isso”; “Não preciso escutar sobre esse assunto, já tentei e não deu certo”. Alerta! Um bom captador de recursos é aquele que testa. Mas testa mesmo. Não aquele que deixa a campanha uma semana no ar e já sai esbravejando que nada deu certo. É sobre ter calma, traçar um planejamento, fazer teste A/B, programar períodos minimamente válidos e calcular resultados controlando as variáveis do experimento em questão. Mudar tudo de vez, por exemplo, pode não ser um caminho. Controle seus testes. Tenha paciência e fique longe de quem tem muitas certezas ou achismos na área. Você precisa conhecer seu público e seus canais para, aí sim, começar a testar algumas frentes e passar a ter hipóteses. Finalmente, confie nos dados e nos números, eles são mais aliados do que nossas crenças individuais.


6. Busca inovar 


Sabia que o Google não foi o primeiro dispositivo de busca da Internet?² Quando você ouvir falar de inovação, não precisa pensar que  é levar a sua organização até a Lua ou fazer sua Captação ter a plataforma de BI (Business Intelligence) mais cara do mundo. Pense que você precisa inovar no sentido de progredir para obter mais resultado, em busca do que não fez anteriormente, a cada passo que der – são os chamados “baby steps” (passos de bebê). Se, por exemplo, você ainda depende do Excel, sua organização inova quando contrata um CRM³. Se um interessado em te ajudar precisa entrar num ambiente de e-commerce para doar (na verdade ele terá uma experiência de compra, não de doação), você inova quando traz uma plataforma de doação exclusiva ao terceiro setor⁴. Se a sua operação já roda muito bem, porém você ainda não sabe segmentar sua base de milhares de seguidores e seu telemarketing não converte como poderia, você inova ao contratar uma ferramenta de BI. Quando você está com canais de entrada de novos doadores saturados ou insuficientes para gerar o volume que precisa, você inovará ao propor um novo canal, como o Face to Face⁵, por exemplo. 

Entender as limitações de orçamento que a sua organização tem não pode ser argumento para não buscar inovar e se reinventar no cenário possível. Se pensa o contrário, releia o tópico 5 e depois leia com atenção o 8.


7. Não se contenta com a estrutura dada


Um(a) bom(boa) captador(a) de recursos é inquieto(a) e questionador(a). Ele(a) provoca as lideranças para que a organização dê passos mais ousados e esteja atenta às novidades. Se nos limitássemos ao status quo e não provocássemos mudanças, você acredita que o terceiro setor iria chegar aonde chegou? Seja o agente da mudança que você acredita no mundo, começando com a sua própria área, suas próprias possibilidades! Mar calmo não faz bom marinheiro, e estruturas prontas e com muitos recursos não fazem um(a) bom (boa) captador(a) de recursos, correto?


8. Buscar networking / rede de contatos


Quando falamos que você não precisa estar sozinho(a) é porque vemos cotidianamente o terceiro setor se fortalecendo. Os trabalhadores do segmento existem em cooperação, não em concorrência. Há quem ponha seus muros, mas esses são exceção, e a exceção só confirma a regra. Vemos parceiros no setor; vemos pessoas se ajudando; indicando colegas para vagas entre as organizações; passando o contato de boas ferramentas etc. É lindo de ver, e você não vai querer ficar fora disso, né? Para mulheres, existe até o movimento Conexão Captadoras⁶, em que mais de 100 mulheres estão juntas em rede e diariamente trocando boas práticas e fortalecendo a área no país. Esteja próximo, busque seus pares, faça conexões no Linkedin e crie verdadeiros laços com quem já experiencia o mundo da Captação há mais tempo. Além disso, existe o chamado segundo setor e meio, do qual a Trackmob faz parte, que divulga materiais de excelente qualidade, além de ofertar produtos e soluções específicas para suas necessidades. 


Assista nosso episódio VI da série TrackLearning, que fala sobre a formação de captador de recursos com dois exemplos de trajetórias de sucesso na área. Temos certeza que, com esse texto, esse episódio e muita vontade de mudar o mundo, você transformará as dúvidas e medos em ações e resultados desde já.



Este conteúdo foi produzido por Trackmob Soluções Digitais


Referências


¹ https://captadores.org.br/abcr/captacao-de-recursos-se-torna-uma-profissao-oficialmente-reconhecida/

² https://canaltech.com.br/internet/conheca-a-historia-dos-buscadores-e-veja-como-o-google-alcancou-o-topo-47289/

³ https://trackmob.com.br/crm/

⁴ https://trackmob.com.br/pagina/

https://trackmob.com.br/aplicativo/

⁶ https://www.linkedin.com/company/conexao-captadoras/





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Por Movimento Bem Maior 29 de julho de 2025
O Movimento Bem Maior (MBM) acaba de disponibilizar o Case Institucional do Futuro Bem Maior, publicação que reúne dados, aprendizados e histórias de impacto das três primeiras edições do programa, realizado desde 2019 em parceria com o Instituto Phi e o Instituto Phomenta. Criado para fortalecer iniciativas sociais em territórios com alto índice de vulnerabilidade social, o Futuro Bem Maior já apoiou 166 organizações de 72 municípios com recursos flexíveis, capacitação e acompanhamento técnico. O case traz uma análise dos efeitos do programa em três níveis: nas organizações apoiadas, público atendido e comunidades. Entre os principais achados, destaca-se que 77% das organizações relataram fortalecimento da autoestima institucional; 73,8% aprimoraram suas capacidades técnicas; 76,1% melhoraram o atendimento ao público; 83,5% conseguiram dar continuidade aos projetos após o ciclo de apoio; 80% ganharam visibilidade em suas comunidades. “Confiar em quem vive os desafios de perto muda tudo. Nosso compromisso é impulsionar quem já transforma a realidade nas pontas. Este case mostra que a confiança, aliada a investimento estratégico, gera resultados reais e duradouros”, afirma Carola Matarazzo, diretora executiva do MBM. A publicação reforça a abordagem do MBM ao apostar em uma filantropia baseada em confiança, que descentraliza recursos e fortalece organizações sociais como motor de transformação social. O documento está disponível gratuitamente. Clique no botão abaixo para ter acesso! 
Por Maria Cecília Prates 14 de julho de 2025
Em projetos sociais os resultados estão quase sempre associados a resultados intangíveis, subjetivos e abstratos, como por exemplo: crianças saudáveis, adolescentes com autoconfiança, autoestima de idosos, jovens capacitados para o mercado de trabalho, comunidade engajada, famílias ajustadas, empreendedores bem-sucedidos, e por aí vai… Alcançar esses resultados intermediários são etapas necessárias e imprescindíveis que vão contribuir para o alcance do impacto final pretendido de transformação na vida das pessoas atendidas. O problema é que até hoje no Brasil ainda não se tem clareza metodológica sobre como medir esses conceitos tão amplamente adotados na área social, que seja confiável e capaz de captar (ser sensível a) os avanços conseguidos . Então, se não há essa clareza – e aqui me refiro sobretudo à grande maioria das organizações do terceiro setor – como conseguir PLANEJAR bem os projetos sociais? Ou seja, como explicitar O QUE queremos mudar? E como saber depois se o que fizemos conseguiu, de fato, chegar AONDE queríamos, ou seja, AVALIAR se as iniciativas conduzidas foram válidas, eficazes e eficientes? Medição compartilhada: uma prática que deveria ganhar força no Brasil No Reino Unido e EUA desde 2003 – No Reino Unido vêm sendo envidados esforços por organizações think-tanks (como a New Philanthropy Capital – NPC , ou a Triangle /Outcomes Star ) e nos Estados Unidos ( FSG) para construírem sistemas de indicadores “de prateleira” (do inglês, off-the-shelf tools ) que possam ser compartilhados por organizações do terceiro setor ( charities or NGOs – Non-Governmaental Organisations ). No Reino Unido, organizações sociais trabalhando em uma mesma área-fim (por exemplo, educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade) foram se unindo, capitaneadas por alguma organização think-tank como a NPC, para desenvolverem um sistema comum de avaliação de resultados. Nesse sentido, os conceitos abstratos relacionados a objetivos de resultados (por exemplo: autoestima), adotados por organizações trabalhando com públicos semelhantes, foram sendo operacionalizados nos mesmos indicadores ou escalas. Feita a operacionalização dos conceitos, as demais ferramentas para medição também começaram a ser desenvolvidas em comum, através do apoio de uma equipe especializada, tais como a construção dos questionários, a estratégia para a sua aplicação, o sistema de base de dados (que pode ser online ) e o referencial para análise dos dados coletados. No Brasil, no período em que atuei (2011 – 2016) no Programa da POS (Parceria com Organizações Sociais) da Fundação Dom Cabral – FDC (hoje denominado Pilaris ), quis começar a difundir essa ideia das ferramentas de prateleira ( Avaliação de projetos sociais no terceiro setor: uma agenda em construção , seção IV), mas percebi que o terreno precisava antes ser melhor trabalhado. Por isso, no Manual que desenvolvi para apoiar o trabalho com as organizações participantes do Programa (Manual de Planejamento e Avaliação de Projetos Sociais para Organizações Sociais) , comecei a incluir alguns instrumentos que pudessem funcionar como “ferramentas de prateleira”. Esses instrumentos vinham de três fontes: conceitos abstratos que já tinham sido traduzidos para a prática e validados; experiências de monitoramento com algumas dessas organizações; ou ainda, foram criados durante as avaliações de projetos sociais que conduzi. Para ilustrar melhor a ideia, aqui estão alguns exemplos de instrumentos incluídos no Manual: Conceito: autoestima (escala de Rosenberg), pág. 40-42 do Manual Conceito: impulsividade de adolescentes (escala de Barrat), p.66 Conceito: ser cuidadoso com o meio-ambiente / Avaliação de projeto de apicultura (pág. 67-68) Conceito: bem-estar de crianças e adolescentes, entre 11-16 anos (NPC), Pág. 197-205 Marco lógico: projeto de qualificação digital, Instituto Ramacrisna (pág. 207-210) Questionário: Preparação de jovens (16-18 anos) para inserção no mercado de trabalho, Associação Projeto Providência (pág. 226 – 230) A intenção de compartilhar esses instrumentos no Manual foi oferecer inspiração e facilitar o trabalho de planejamento e avaliação em organizações que atuam com projetos sociais semelhantes, ajudando, assim, a “queimar etapas” e avançar com mais agilidade nesse processo. Medição compartilhada: o caso da ferramenta Outcomes Star Como surgiu? Outcomes Star (traduzido ao pé da letra: Estrela de Resultados) é uma ferramenta para medir e apoiar as mudanças / resultados, que foi criada e desenvolvida pela Triangle Consulting Social Enterprise do Reino Unido . A Triangle, fundada em 2003, se define como “ uma empresa inovadora, guiada por uma missão social que é a de apoiar os provedores de serviços sociais a transformarem vidas de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social, traumas, deficiências ou doenças, por meio da criação e o uso correto de ferramentas que engajem e promovam abordagem facilitadoras ”. A primeira versão do Outcomes Star começou como uma demanda (em 2003) da St Mungo`s, uma organização social voltada para o atendimento de moradores de rua, que queria avaliar os resultados do seu trabalho. A ferramenta acabou ganhando tração a partir da constatação de sua aplicabilidade também junto a outras organizações do Reino Unido que atendiam moradores de rua. Foi quando a Triangle , então, avançou naquele protótipo inicial, por meio do desenvolvimento da chamada “jornada da mudança” (do inglês, the Journey of change ), das escalas de medição adequadas tanto para os usuários dos serviços (ou clientes) como para os provedores do serviço (ou colaboradores dessas organizações executoras), e do Guia com as orientações para a implementação do instrumento. Assim, em dezembro de 2016 surgia a primeira versão da Outcomes Star , com o foco em moradores de rua. O que é a ferramenta? Conforme explicado no site , cada versão da Outcomes Star compreende um conjunto de escalas apresentadas de modo amigável e acessível em formato de uma estrela (figura), em que cada escala (ou cada ponta da estrela) representa uma dimensão relevante do resultado pretendido. Cada escala é explicitada em estágios (que podem ser 5 ou 10), sendo cada estágio cuidadosamente definido, de modo a caracterizar cada uma das etapas necessárias para promover a mudança sustentável na vida das pessoas atendidas. A ideia é que a ferramenta seja aplicada pela equipe da organização com cada usuário do serviço, desse modo permitindo visualizar e analisar com clareza a “ jornada da mudança ”: onde se está no percurso, os resultados alcançados (e os não alcançados), e as evidências do que precisa ser trabalhado.
Por Mariana Mangieri e Beatriz Camelo 13 de junho de 2025
Uma boa gestão de conflitos transforma positivamente o ambiente organizacional ao aplicar princípios de comunicação eficaz. Neste artigo, abordaremos o livro “Conversas Difíceis: Como Discutir o Que Mais Importa”, resultado de 15 anos de pesquisa do Projeto de Negociação de Harvard, que oferece ferramentas para gerenciar relacionamentos e solucionar conflitos em diversas situações. Queremos te ajudar a organizar seus pensamentos antes de começar uma conversa difícil assim como o livro sugere. O primeiro passo é entender os três tipos de conversa. Ao final, sugerimos práticas a serem seguidas. Boa leitura! As Três Conversas Centrais e a Ação da Boa Gestão O livro revela que toda conversa difícil é composta por três "conversas" subjacentes: a Conversa "O que aconteceu?", a Conversa das Emoções e a Conversa da Identidade. A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. Esse cenário ilustra como a suposição de que “a culpa é sempre do outro” gera impasse, pois cada parte adota a mentalidade “eu estou certo, você está errado”. Já quando falamos no tipo das Conversa das Emoções : as emoções negativas, se não forem gerenciadas, podem transformar uma conversa em confronto, pois a adrenalina liberada pode "deixar o cérebro em branco". Uma boa gestão ajuda a conhecer e expressar sentimentos adequadamente, e a mudar a percepção para alterar a maneira como os sentimentos são experimentados. Isso alivia a ansiedade e permite foco na resolução do problema. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: imagine que um gestor solicite a um colaborador que faça ajustes em um relatório até o final do dia. O funcionário pode entender esse pedido como “falta de confiança na minha competência” e reagir com irritação ou resistência, mesmo que a intenção do gestor não seja punir, mas sim assegurar a qualidade. Essa interpretação precipitada de “más intenções” gera tensão e impede que ambos discutam a real necessidade de melhoria de conteúdo. Por fim, quando falamos da Conversa da Identidade: é quando uma conversa difícil ameaça a auto-identidade de alguém (questões como "sou competente?", "sou uma boa pessoa?"), e as pessoas podem reagir defensivamente. A boa gestão auxilia a fundamentar a identidade dos colaboradores, focando no valor próprio e na capacidade de examinar-se objetivamente e admitir falhas sem medo. Além disso, a gestão eficaz desiste de tentar controlar as reações dos outros, focando em influenciar e adaptar a própria autopercepção. Exemplo de conflito – Avaliação de desempenho e abalo de autoestima: durante uma avaliação de desempenho, é comum um superior dizer: “seu desempenho no trabalho é tão ruim; você acha que pode competir pela promoção?”. 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Ouvir com atenção e expressar pensamentos claramente: estabelecer uma comunicação de mão dupla, onde o gestor pratica a escuta ativa para entender a perspectiva do outro e expressa suas próprias ideias de forma concisa e compreensível. Reformular a conversa quando ela chega a um impasse: ter a habilidade de trazer a discussão de volta ao foco quando ela se desvia ou estagna, garantindo que o problema seja resolvido. Isso exige a capacidade de "romper padrões de pensamento enraizados", ou seja, conseguir mediar e interferir nas falas para voltar ao objetivo inicial da conversa O Impacto Positivo Geral da Boa Gestão Ao aplicar esses princípios, uma boa gestão de conflitos transforma o ambiente organizacional. A capacidade de gerenciar bem os relacionamentos em diferentes situações, seja pessoal, profissional ou em negociações, é ampliada. Ao promover a compreensão mútua, o compartilhamento de responsabilidades e a resolução construtiva de conflitos, a gestão não apenas soluciona problemas de forma mais eficaz, mas também fortalece mais as equipes, aumenta a produtividade e cultiva uma cultura de confiança e resiliência. Dessa forma, as conversas difíceis se tornam oportunidades para aprendizado e crescimento, em vez de fontes de conflito e estagnação. Gostou do conteúdo? A Phomenta está realizando um mapeamento e quer saber como o terceiro setor está gerindo pessoas e conflitos em suas organizações. Compartilhe sua experiência e contribua com este estudo acessando: [link] Artigo realizado com apoio da ferramenta de IA Notebooklm e do livro Conversas difíceis - Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen 
Por Pâmela Lima 2 de junho de 2025
Guia prático que ensina como estruturar uma página de captação de doações para ONGs: mensagem clara, métricas de impacto, transparência financeira e CTA que converte. Saiba mais!
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Apoiar ONGs pequenas é uma escolha política e estratégica para ampliar o impacto social no Brasil. Entenda como essa decisão se conecta ao fortalecimento do terceiro setor, à transformação de territórios e à mudança de perspectiva no investimento social.
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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
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