Agentes de Inteligência Artificial: o que muda para o Terceiro Setor em 2026

29 de dezembro de 2025

A inteligência artificial já deixou de ser novidade no Terceiro Setor. Em 2026, o debate não será mais sobre se as organizações devem usar IA, mas como utilizá-la de forma estratégica, ética e alinhada à sua missão. É nesse contexto que surge uma das principais tendências apontadas no Webinar Tendências para o Terceiro Setor 2026: o avanço dos agentes de inteligência artificial.


Realizado pelo Instituto Phomenta, o webinar pontuou que, diferente das automações simples que executam tarefas isoladas, os agentes de IA são sistemas capazes de analisar contextos, tomar decisões e executar ações de forma integrada, a partir de regras, dados e objetivos definidos. Isso representa uma mudança importante na forma como as organizações podem organizar seu trabalho.


Do apoio operacional à tomada de decisão


Até pouco tempo atrás, o uso mais comum da IA nas organizações sociais estava ligado a tarefas pontuais: revisão de textos, criação de rascunhos, organização de informações ou respostas automáticas. Em 2026, a tendência é que a tecnologia avance para apoiar processos mais complexos.


Agentes de IA já conseguem, por exemplo:


  • identificar padrões em bases de dados de doadores;

  • sugerir prioridades de contato e relacionamento;

  • acompanhar indicadores de projetos em tempo real;

  • apoiar decisões operacionais a partir de cenários simulados.

Na prática, isso significa menos tempo gasto com tarefas repetitivas e mais espaço para análise, estratégia e relacionamento, áreas onde o trabalho humano segue sendo central.


E na prática?


No Terceiro Setor, essa tendência se conecta diretamente a três áreas críticas.

Na captação de recursos, agentes de IA podem apoiar a organização do funil de doação, sugerir abordagens mais adequadas para diferentes perfis de apoiadores e melhorar o acompanhamento de oportunidades, sem substituir o vínculo humano que sustenta a confiança.


Na operação, a tecnologia pode ajudar a organizar fluxos internos, reduzir retrabalho, apoiar o planejamento de atividades e integrar informações que hoje ficam dispersas em planilhas, e-mails e documentos.


Já na gestão do impacto, os agentes podem apoiar a leitura de dados, o acompanhamento de metas e a geração de relatórios, facilitando a comunicação de resultados para financiadores, parceiros e comunidades.


Oportunidade, não solução mágica


Apesar do potencial, o uso de agentes de inteligência artificial não resolve problemas estruturais por si só. Organizações com processos frágeis, objetivos pouco claros ou falta de dados organizados tendem a enfrentar dificuldades na adoção da tecnologia.


Por isso, a tendência aponta também para um movimento de amadurecimento institucional: revisar processos, organizar informações e definir prioridades passa a ser um passo essencial antes, e durante, a implementação de soluções baseadas em IA.


Outro ponto central é o cuidado ético. O uso responsável da tecnologia envolve atenção à privacidade de dados, transparência nas decisões automatizadas e clareza sobre os limites da atuação da IA dentro das organizações.


O que 2026 exige das organizações


Claro que há uma preocupação quanto às vagas de trabalho, neste cenário de automação, porém, não parece que 2026 será o ano da substituição de pessoas por tecnologia, mas da reorganização do trabalho. A IA tende a assumir parte das tarefas operacionais, enquanto equipes passam a atuar de forma mais estratégica, analítica e relacional.


Para o Terceiro Setor, isso significa uma oportunidade concreta de ganhar eficiência sem perder o foco no que realmente importa: as pessoas, os territórios e as causas atendidas.

Confira o Webinar completo: 




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