Por onde começo a estruturar a comunicação da minha ONG?
24 de junho de 2020
Provavelmente em alguma vez na vida você já chegou a pensar que fazer a comunicação é fácil, que escrever é fácil, que falar com o público é fácil. Ainda mais nos dias de hoje: vou abrir uma conta no Instagram e pronto. Começo a postar um monte de foto de gente feliz e ações bonitas e magicamente todos virão até mim e entenderão tanto o que eu quero dizer quanto o que eu preciso deles.
Lendo ou escrevendo assim é meio óbvio saber que isso não é a realidade. Mas de verdade, no dia a dia, para quem é leigo na área ou ansioso em fazer a coisa acontecer (como eu), instintivamente age como se tudo fosse fácil mesmo e, no fim, não colhe nada de resultado. E o pior, só se estressa!
Na Phomenta, não foi diferente. Desde o início nós focamos em fazer os nossos programas e projetos pelos quais somos apaixonados e deixamos totalmente de lado a comunicação. Em alguns momentos, agimos como se tudo fosse fácil de resolver e diversas vezes nos pegávamos na nossa própria armadilha: de colher poucos resultados por não ter investido em um planejamento estratégico de comunicação.
O lado bom é que sempre estamos aprendendo e a minha intenção aqui é dividir um pouco com vocês, como leiga na área, o que temos visto para estruturar uma área de comunicação do zero.
Eu já vi que podemos fazer algo simples, algo estratégico e algo complexo. Mas tudo vai depender do resultado que você quer atingir e o quanto está disposto a investir de tempo e/ou dinheiro.
Bom, vamos lá. Este texto é baseado em uma conversa com um grande amigo expert da área, que já trabalhou tanto em emissoras de rádio como em empresas multinacionais de consultoria.
Base zero
“A estratégia da comunicação precisa refletir a estratégia da organização”.
Ou seja, planejamento estratégico é a base do trabalho. É preciso ter clara a missão e o que a organização quer atingir de maneira geral. Mas para não entrarmos em outro tema, creio que as perguntas abaixo podem te ajudar a estruturar uma base da estratégia de comunicação:
- Quem você quer atingir? Quem é seu público? O que ele quer saber que ainda não sabe?
- Em quais canais este público está? Como ele gosta de receber conteúdos (vídeos, artigos, whatsapp)?
- O que você precisa comunicar?
- Qual é a minha intenção com a comunicação? Qual o resultado esperado?
Quer tornar o processo mais sofisticado e assertivo?
Assuma suas respostas acima como hipóteses e busque conversar com seu público ou faça testes para verificar se suas respostas são um “achismo” ou se são verdade. Teste e valide sempre!
Quer dicas de como fazer isso? Este texto
não é roteiro para esse assunto, mas pode te ajudar a elaborar um roteiro de perguntas para seu potencial público, para aprimorar seus conteúdos.
Ah! Conteúdos não são só artigos
Às vezes, a gente esquece que conteúdo pode ser consumido em diversos formatos: um post de redes sociais, um story falado, um artigo, uma entrevista, uma live, um podcast, um vídeo no YouTube. Então, quando falamos em produzir conteúdos, não se trata apenas de textos gigantes e difíceis!
Conteúdo X Informação
Eu sei que as Organizações Sociais possuem muitas atividades e eventos que são bacanas de mostrar para voluntários, as famílias, os doadores, o conselho e os seguidores da causa. Essas publicações são muito importantes, mas talvez só publicar essas fotos não engaje novas pessoas. Talvez seja legal apenas para quem já conhece ou participa da instituição. Mas se sua intenção é atrair novas pessoas, comece a testar a publicar um pouco sobre a sua causa, explicar os termos técnicos, o porquê das atividades. Por exemplo: o seu público sabe o que é contra turno escolar? O que é fortalecimento de vínculos? Para cada pergunta dá para fazer bons conteúdos!
Mas e se for para montar um time? O que a comunicação engloba?
A comunicação é um amplo guarda-chuva, que abriga diversas áreas. Dificilmente, você encontrará uma única pessoa que saiba executar tudo! O lado positivo das instituições é que podemos contar com voluntários e montar um time completo!
Abaixo, cito alguns pilares da comunicação que vão do modo simples ao sofisticado:
1. Comunicação “modo simples”
- Comunicação institucional básica: ter claro nos canais de comunicação a missão, atividades que executa, informar o público dos acontecimentos, ter uma identidade visual, um canal de contato.
- Posicionamento digital 1: Estar nas redes sociais. Se for com uma comunicação clara, de forma consistente e com conteúdo de interesse ao público, melhor ainda!
- Eventos: hoje em dia, lives no Instagram e YouTube também são eventos e devem ser planejados e cuidados de forma parecida do presencial. Você está encarando dessa forma?
2. Comunicação “modo estratégico”
- Elaboração de conteúdos estratégicos: sabendo quem é o público, estruturar uma trilha de conteúdos ou linha editorial com temas que vão chamar a atenção e, consequentemente, destacar sua organização.
- Posicionamento digital 2: usar o SEO (Search Engine Optimization - otimização para mecanismos de busca) e anúncios para melhorar o posicionamento digital e rankeamento nas buscas da internet. Você já colocou o nome da sua ONG no Google e viu em que posição ela aparece como sugestão? Ou deixou o autocompletar para ver como sua organização está relacionada nas buscas?
- Comunicação interna: divulgação interna dos objetivos, da estratégia e dos acontecimentos da organização, ou seja, comunicação para funcionários, beneficiários, conselho, diretoria, etc. Aqui vale ressaltar que esse tipo de comunicação é super importante para ajudar o time a se manter motivado e focado nos objetivos!
3. Comunicação “modo sofisticado”
- Relações públicas e imprensa: contato com jornalistas e mídia, elaboração de releases que vão entrar na pauta do veículo de comunicação se fizer sentido para ele (pode ter alterações do material original).
- Pesquisa e marketing: fazer pesquisas, analisar dados e produzir conteúdos que fidelizem ou convertam o seu público em alguma ação.
- Conteúdo patrocinado: espaço pago em um veículo de comunicação (artigo ou post da forma original, sem mudanças).
- Posicionamento de marca e tom de voz: de acordo com o estudo do perfil do seu público e da sua cultura, há um cuidado e uma estratégia na comunicação de como sua organização quer ser vista e reconhecida.
Sei que é bastante coisa e sei que tem muito mais para aprofundar. Mas ao reler este texto para poder concluí-lo, minha sugestão mesmo é a atenção à estratégia e sempre se perguntar o porquê de estar fazendo cada publicação. É ter uma posição de comunicação ativa e não passiva (só postando coisas que surgem do nada). É fazer tudo pensado e com regularidade.
Encarar sua comunicação como um laboratório, em que você tem hipóteses e pode testar a todo momento, com base nos resultados obtidos. Ou então como diria um conselheiro nosso: foco na estratégia, disciplina e execução!
Boa sorte!
Inscreva-se na nossa Newsletter
Últimas publicações

Segundo o Governo Federal, para cada R$ 1 aplicado em projetos culturais, até R$ 1,60 volta para a economia. Esse movimento gera emprego e renda, amplia o acesso à arte e à educação e cria novas oportunidades de desenvolvimento. Apesar desse potencial, muitas organizações culturais atuam com orçamentos reduzidos e equipe limitada. Um levantamento da Iniciativa Pipa e do Instituto Nu aponta que 31% das organizações periféricas de cultura e educação têm orçamento anual de até R$ 5 mil, e 58% funcionam de forma totalmente voluntária, sem equipe remunerada. São iniciativas que já promovem impacto real, mas enfrentam dificuldades para acessar leis de incentivo, conquistar patrocínios e participar de editais. Porém, com apoio direcionado, podem fortalecer sua atuação e alcançar mais pessoas. Fortalecimento e oportunidade de crescimento O Programa de Aceleração Cultural é uma iniciativa do Instituto Phomenta, em parceria com o Ministério da Cultura e patrocínio do Grupo Ultra e suas unidades de negócio: Ultragaz, Ultracargo, ICONIC, Ultra e Instituto Ultra e Ipiranga. A proposta é apoiar organizações que atuam com cultura e educação, oferecendo formações e acompanhamento para melhorar a gestão, ampliar as estratégias de captação e facilitar o acesso a Leis de Incentivo à Cultura. O programa é gratuito, online, acessível para pessoas com deficiência e acontecerá no 2º semestre de 2025, com 40 horas de duração entre encontros ao vivo, atividades práticas e mentorias individuais. Além do conteúdo, as organizações participantes receberão bolsa auxílio de até R$ 2.000, como incentivo para participação ativa. Quem pode participar Organizações localizadas em São Paulo (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Duque de Caxias (RJ) que: Tenham pelo menos 1 ano de existência e CNPJ ativo Desenvolvam atividades culturais com caráter educativo, como oficinas, cursos, programas de formação, acompanhamento pedagógico e ações culturais que visem ensino e transformação social Possuam canais de comunicação ativos (site e/ou redes sociais) Não promovam partidos políticos, religiões específicas, violência ou criminalidade Será necessário comprovar experiência mínima de 1 ano em ações culturais educativas durante a etapa de envio de documentos. O que será oferecido O Programa de Aceleração Cultural inclui mentorias personalizadas, formações em gestão, sustentabilidade financeira e captação de recursos, apoio para acessar Leis de Incentivo à Cultura e rodas de conversa para troca de experiências entre organizações participantes. Como incentivo à participação, cada organização poderá receber até R$ 2.000 em bolsa auxílio, considerando presença mínima de 75% nos módulos e participação nas atividades previstas. Por que participar Esta é uma oportunidade para fortalecer a atuação, ampliar a visibilidade e criar condições para que projetos culturais educativos se mantenham e cresçam. Além do conteúdo prático, o incentivo financeiro ajuda a garantir a presença de quem já enfrenta restrições orçamentárias. E a rede formada entre as organizações participantes favorece trocas e colaborações que podem gerar impacto duradouro. Como participar As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 01 de outubro de 2025. Após o cadastro, haverá uma sessão explicativa para apresentar o programa e tirar dúvidas, seguida do envio de documentação para análise. As organizações aprovadas participarão dos dois módulos e das mentorias individuais. Mais informações sobre o Programa de Aceleração Cultural estão disponíveis no botão abaixo!
Participe do nosso grupo no WhatsApp para receber nossos conteúdos em primeira mão





