Cinco em cada dez jovens relatam redução de renda familiar, segundo a pesquisa "Juventudes e a pandemia do Coronavírus"

24 de junho de 2020

Levantamento com mais de 33 mil participantes mostra impacto da COVID-19 na economia, educação e saúde mental. Quase 30% dos jovens que responderam ao estudo pensam em deixar a escola e, entre os que planejam fazer o ENEM, 49% já pensaram em desistir

Saúde em risco, isolamento social, escolas e universidades fechadas, alteração de práticas no trabalho ou suspensão de contratos. Uma pesquisa com a participação de 33.688 jovens mostra como essas e outras consequências da pandemia de Covid-19 impactam suas rotinas e sentimentos.
Promovida pelo CONJUVE (Conselho Nacional da Juventude), em parceria com Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial, o levantamento “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus" ouviu, entre 15 e 31 de maio, jovens de 15 a 29 anos de todo o Brasil por meio de um questionário disponibilizado pela internet. A pesquisa questionou jovens em relação a quatro temas – economia; saúde e bem-estar; educação; e perspectivas para o futuro – e em todos eles a instabilidade está presente de alguma forma.

Os mais de 33.000 jovens que se engajaram para responder o questionário têm um perfil de conexão direta ou indireta com instituições que atuam no campo de juventudes; acessam equipamentos ou dispõem de modos de conexão para estar online; além de terem suficiente domínio de leitura para interagir com o questionário, terem tempo disponível e estímulo para contribuírem com a pesquisa. A dinâmica de coleta “bola de neve” e questionário online permite atingir rapidamente e com poucos recursos um grande volume de respostas, atraindo o perfil mais conectado e engajado.

A maior parte dos jovens que responderam ao questionário está no ensino médio ou na faculdade. Entre os estudantes, oito em cada dez realizam algum tipo de atividade de ensino remoto. Mas estudar em casa é um desafio para eles. O que mais atrapalha não é a
infraestrutura tecnológica para acessar conteúdos e aulas ou a falta de tempo, mas o próprio equilíbrio emocional e a capacidade de organização para estudar. Para lidar com essas dificuldades, eles pedem apoio das escolas e faculdades: seis em cada dez jovens
consideram que suas instituições de ensino devem priorizar atividades para lidar com as emoções; e cinco em cada dez querem aprender estratégias para gestão de tempo e organização.

Em consequência, existe um risco grande de desconexão dos jovens com a educação: 28% dos que responderam ao questionário pensam em não voltar para a escola quando a pandemia acabar e entre os que planejam fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), 49% já pensaram em desistir. 

Outro fator que provoca instabilidade são as mudanças no trabalho e renda dos jovens e suas famílias. Seis em cada dez tiveram alteração em sua carga de trabalho desde o início da pandemia (mais ou menos trabalho, parada temporária das atividades ou ainda interrupção por demissão). A renda também foi afetada: quatro em cada dez indicam ter diminuído ou perdido sua renda e cinco em cada dez mencionam que suas famílias tiveram essa redução. Diante dessa realidade, 33% dos participantes relatam ter buscado alguma maneira para complementar sua renda. 

A pesquisa também destaca que há uma preocupação grande dos jovens com suas emoções. Sete em cada dez participantes disseram que seu estado emocional piorou por causa da pandemia, enquanto os sentimentos mais marcantes para eles durante o isolamento social são ansiedade, tédio e impaciência.

Mais informações e os dados finais sobre a pesquisa podem ser acessados pelo site: www.juventudeseapandemia.com

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