Inteligência Emocional como aliada no trabalho de impacto social

15 de junho de 2023

Este conteúdo foi produzido por Sara Dias

"Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil.

Mas zangar-se com a pessoa certa,

na hora certa, pelo motivo certo 

e da maneira certa, 

não é fácil" (Aristóteles)


Você já parou para pensar em como está sua inteligência emocional?

Se sua resposta for não, este é um bom momento. Se for sim, também é.


A inteligência emocional, segundo sua principal referência, o jornalista Ph.D Daniel Goleman, é a capacidade de conhecer e lidar bem com seus próprios sentimentos, como também, entender e levar em consideração os sentimentos das outras pessoas. 


Ela é considerada uma soft skill, expressão traduzida para o português como “habilidade comportamental” e é uma das competências mais valorizadas no mercado de trabalho, de acordo com pesquisas realizadas pela Robert Half, empresa especializada em recrutamento e seleção, em 4 continentes.


Há, inclusive, uma frase na área de Atração de Talentos que enfatiza sua relevância, dizendo: “As pessoas são contratadas por suas competências técnicas (hard skills) e demitidas por suas competências emocionais (soft skills)".


No Terceiro Setor, onde o ambiente de trabalho é repleto de situações desafiadoras, esta habilidade comportamental é imprescindível, tanto para que possamos nos comunicar da melhor maneira nos momentos estressantes, quanto para lidar com as ações e reações de nossos colegas de trabalho ou das pessoas atendidas pela instituição.


Negligenciar seu desenvolvimento, pode nos deixar ainda mais vulneráveis aos acontecimentos, às notícias, às situações complicadas em que trabalhamos, abrindo espaço para sintomas que prejudicam nossa sensação de bem-estar, como a angústia, a ansiedade generalizada, a insônia e a percepção desproporcional dos problemas que enfrentamos.



A importância da inteligência emocional

Um agente de transformação inteligente emocionalmente, influencia positivamente o ambiente à sua volta. De acordo com Goleman, ele é dotado de equilíbrio emocional e otimismo, sendo capaz de:



  • Criar motivação para si próprio e persistir em um objetivo apesar dos percalços;
  • Controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos;
  • Manter-se em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar;
  • Ser empático e autoconfiante.


O contrário é verdadeiro. Pare para pensar como o trabalho se torna mais difícil quando convivemos, por exemplo, com quem “explode” com facilidade, é pessimista ou não consegue se colocar no lugar de outra pessoa.



E como avaliar?


A princípio, parece algo simples. Mas use as seguintes perguntas para guiar sua autoavaliação:



  • Você consegue nomear facilmente as suas emoções e o que as provoca?
  • Reconhece quando está no seu limite ou próximo a ele?
  • Pensa antes de falar e usa o bom senso?
  • É capaz de agir mesmo se a situação não é favorável?
  • É otimista e consegue focar no que pode dar certo?
  • Tem facilidade em resolver suas pendências? 


A inteligência emocional está intimamente ligada ao autoconhecimento. Não há como controlar nossas emoções de maneira eficaz, se não soubermos o que nos deixa feliz ou o que nos desestabiliza emocionalmente. A notícia boa é que ela pode ser desenvolvida durante toda a vida.



Como melhorar?


Ao perceber a necessidade de fortalecer sua inteligência emocional, reflita sobre seus padrões de comportamento e relacionamento para que estes sejam melhorados ou substituídos.


Procure pessoas com quem você tenha liberdade e confiança para ter boas conversas, gerando feedback e direções por onde começar. Se acreditar que está passando por uma fase de instabilidade emocional, procure a ajuda de um profissional que possa te ajudar.


Observe também, as sugestões de Rui Brandão, CEO da Zenklub, empresa especializada no serviço de saúde emocional e bem-estar corporativo, para trabalhar essas habilidades:


1. Observe e analise seu comportamento

2. Não deixe as emoções negativas te dominar, aprenda a trabalhá-las

3. Busque ser mais autoconfiante

4. Faça planos e eleja sonhos a serem realizados 


Por fim, não deixe de investir em você. Trabalhar no Terceiro Setor envolve muita entrega emocional, estamos sempre à margem do autocuidado em detrimento do cuidado do outro. Use a inteligência emocional como impulsionadora daquilo que te faz bem, como sua aliada.


Referências:

Aristóteles (384-322 a.C). Ética a Nicômaco [livro eletrônico]/ Aristóteles; tradução, textos adicionais e notas de Edson Bini – São Paulo: Edipro, 2020. (Série Clássicos Edipro)

Goleman, Daniel. Inteligência emocional [recurso eletrônico] / Daniel Goleman; tradução Marcos Santarrita. – Rio de Janeiro : Objetiva, 2011.recurso digital. Link para download.

Robert Half. Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho. Pesquisa 2021 (1ª edição) - Link. / Pesquisa 2022 (2ª edição) - Link.

Rui Brandão. Inteligência emocional e a contribuição para o seu desenvolvimento. Blog Zenklub, 2021. Link.




Sara Dias é Prof.ª Mestra em Artes da Cena pela UNICAMP e Instrutora de Yoga, atua como educadora social desde 2006 e atualmente desenvolve projetos relacionados ao bem-estar no terceiro setor. 



Contato: saradias.ds@gmail.com


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