Inteligência Artificial e seu potencial para as ONGs - Parte 4/4

24 de agosto de 2023

Este conteúdo foi produzido por Daiany França

Chegamos à última parte da nossa série sobre “Inteligência Artificial e seu potencial para as ONGs”. Como prometido, neste texto, vamos nos aprofundar nos desafios éticos e legais na adoção da IA pelas organizações da sociedade civil.


A partir dos nossos textos anteriores, você já deve ter percebido o vasto potencial que a IA possui, especialmente quando pensamos no terceiro setor. No entanto, como em toda revolução tecnológica, não basta apenas adotar a tecnologia; é preciso fazê-lo de maneira responsável.

Desafios éticos e legais


1. Privacidade e segurança dos dados dos beneficiários e doadores

As ONGs lidam com informações sensíveis. Seja sobre os beneficiários dos seus programas ou sobre seus doadores, é crucial garantir que esses dados estejam seguros. A IA, em particular, os sistemas de aprendizado de máquina, precisa de dados para operar. No entanto, usar esses dados sem o devido cuidado pode expor informações privadas ou até mesmo levar a vazamentos de dados.


2. Viés e discriminação na tomada de decisões baseada em IA

Como mencionado no texto IAs generativas, a inteligência artificial aprende com os dados que são alimentados a ela. Se esses dados contêm vieses ou são discriminatórios, a IA vai perpetuar esses problemas. Para ONGs, que trabalham em prol de causas sociais, usar ferramentas que possam discriminar ou vulnerabilizar ainda mais determinados grupos, é inaceitável. É crucial que as ONGs avaliem e, se necessário, corrijam os dados com os quais suas ferramentas de IA estão sendo treinadas.


3. Transparência e responsabilidade na utilização de algoritmos de IA

Para que as decisões tomadas com o auxílio da IA sejam aceitas e compreendidas por todos os envolvidos, é necessário que haja transparência em como essas decisões são feitas. As ONGs devem ser capazes de explicar como suas ferramentas de IA operam e como elas influenciam as decisões. Além disso, não se pode esquecer da responsabilidade. Mesmo com a automação, as ONGs continuam sendo as principais responsáveis pelas ações e decisões tomadas.


4. Legislação e regulamentação aplicável ao uso da IA no Brasil

Como também já mencionado em outros textos aqui no Portal do Impacto, o Brasil está trabalhando em uma legislação para regular a IA. As ONGs devem ficar atentas a essa legislação e garantir que estão em conformidade. Além das questões legais, seguir a regulamentação também é uma questão de ética e de garantir que a adoção da IA esteja alinhada com os valores e missão da organização.


5. Desemprego e mudanças na força de trabalho

A automação impulsionada pela IA pode levar à substituição de certos trabalhos por máquinas, o que impacta diretamente a força de trabalho humana. Isso pode criar um cenário onde profissionais tradicionais são menos valorizadas, enquanto novas profissões, especialmente aquelas relacionadas à tecnologia, tornam-se mais relevantes. Para as ONGs, isso pode significar reavaliar suas equipes, investir em capacitação e requalificação, e pensar em estratégias para reduzir o impacto negativo da automação na força de trabalho.


6. Estratégias e recomendações para lidar com esses desafios e garantir o uso responsável da IA


Recomendo que as ONGs:

  • Invistam em treinamento e capacitação para compreender melhor a IA e seus desafios.
  • Estabeleçam parcerias com especialistas em IA e ética.
  • Revisitem e atualizem regularmente suas políticas de dados e privacidade.
  • Mantenham o diálogo aberto com beneficiários, doadores e outras partes interessadas sobre como a IA está sendo usada.


Para encerrar nossa série, reforço a importância de olhar para a IA com curiosidade e precaução. A IA tem o potencial de impulsionar o terceiro setor, mas deve ser adotada de maneira responsável.


Até a próxima!


Atenção: este texto foi elaborado com apoio do ChatGPT!





Daiany França Saldanha é líder de parcerias e novos negócios na Phomenta.


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