Inteligência Artificial e seu potencial para as ONGs - Parte 3/4

22 de junho de 2023

Este conteúdo foi produzido por Daiany França

Continuando nossa série sobre “Inteligência Artificial e seu potencial para as ONGs”, no texto de hoje vamos falar um pouco mais sobre a revolucionária inteligência artificial (IA) generativa, a IA que tem a capacidade de criar novas informações a partir de conjuntos de dados pré-existentes, como a que compõe o ChatGPT, chatbot desenvolvido pela empresa norte-americana OpenAI, lançado em 30 de novembro de 2022 com base no modelo de linguagem GPT-3.5.


Tudo isso ainda parece confuso para você?


Então, sugiro que volte ao
primeiro texto da série, onde explico o que é Inteligência Artificial (IA), e também ao segundo texto, onde apresento algumas ferramentas de IA aplicáveis às necessidades das ONGs, incluindo o ChatGPT.


Entendendo a inteligência artificial (IA) generativa


Pedi ao ChatGPT para nos explicar, didaticamente, como se estivesse falado para um adolescente de 13 anos, o que é inteligência artificial generativa (porque entender esse tipo de IA é fundamental para compreender a lógica por trás do ChatGPT e outras ferramentas citadas adiante).


Então ele me deu a seguinte resposta:


Imagine que você tenha um amigo robô que é realmente bom em desenhar. Você mostra a ele um monte de desenhos de cães. Depois de ver todos esses desenhos, ele aprende como um cão deve se parecer. Então, mesmo que ele nunca tenha visto o seu cachorro, ele pode fazer um desenho de um cachorro que parece muito real.

A inteligência artificial generativa é como esse amigo robô. Ela olha para muitos exemplos de algo - seja desenhos de cães, fotos de pessoas ou páginas e páginas de palavras - e aprende como esse algo geralmente parece. Depois, ela pode criar suas próprias versões desse algo. 

No caso do ChatGPT, que é como um robô que sabe escrever, ele lê muitos, muitos livros e artigos e aprende como as palavras funcionam juntas. Então, ele pode escrever suas próprias histórias ou responder perguntas de uma maneira que parece que uma pessoa real escreveu. 

Então, a inteligência artificial generativa é como um robô artista que aprende fazendo muitas observações e, em seguida, pode criar suas próprias obras de arte!


Em outras palavras, a IA generativa é uma tecnologia com capacidade de aprender padrões complexos de comportamento a partir de uma base de dados. Com uma técnica chamada aprendizagem de máquina ("
machine learning" em inglês), o IAs generativas como ChatGPT e DALL-E (IA que cria imagens a partir de textos, também da OpenAI) conseguem reproduzir conteúdos após receber treinamento (Canaltech).

Outros exemplos de IAs generativas, são:



Para saber mais sobre IAs generativas e a origem delas, recomendo a leitura do texto O que é IA generativa?


Possibilidades de uso da IA generativa / ChatGPT pelas ONGs


Como diz nessa
matéria da Alura, as possibilidades são praticamente ilimitadas. Podemos criar imagens, músicas e até mesmo textos completamente novos. É possível programar a IA para criar uma nova música a partir de um conjunto de notas pré-existentes, converter uma notícia de jornal para o estilo de escrita de Machado de Assis ou a foto de um gato para o estilo da Noite Estrelada de Van Gogh.


Sendo assim, destaco abaixo algumas possibilidades de uso de IA generativa e ChatGPT para a sua ONG:


  • Análise de dados;
  • Automatização de tarefas repetitivas;
  • Resumo de textos;
  • Códigos de programação, como Python, Java, etc.;
  • Criação de imagens e ilustrações;
  • Edição de vídeos;
  • Criação e otimização de sites;
  • Criação de conteúdo personalizado para redes sociais;
  • Apoio na gestão de projetos;
  • Transcrição de áudios;
  • Sumarização de documentos e identificação de palavras-chave;
  • Tradução de textos.


Para conhecer as ferramentas que te ajudam com essas tarefas e assistir a tutoriais, acesse Experimente.IA


Questões éticas


Há várias e complexas questões éticas em torno da inteligência artificial generativa. Uma preocupação primordial, é o potencial uso indevido dessa tecnologia para criar conteúdo falso ou enganoso, como "deepfakes" - imagens ou vídeos realistas que retratam pessoas fazendo ou dizendo coisas que nunca fizeram ou disseram. Isso levanta sérias questões sobre privacidade, consentimento e a propagação de desinformação. Além disso, há o desafio de garantir que os algoritmos não reforcem ou perpetuem preconceitos e discriminação presentes nos dados de treinamento. Por último, mas não menos importante, a automação de certas tarefas criativas por meio da IA generativa pode levar a preocupações sobre originalidade, autoria e desemprego.


Um exemplo disso, é a foto do Papa Francisco usando um casaco fashion, que recentemente causou um alvoroço em todo o mundo. Claro, a imagem não passou de uma criação feita pelo Midjourney. Entenda o caso aqui.

Reprodução Internet

Um projeto de lei para regular a inteligência artificial (IA) no Brasil foi apresentado ao Senado Federal. Essa proposta é o resultado de um trabalho liderado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Ricardo Villas Bôas Cueva, e busca estabelecer normas para o desenvolvimento, implementação e uso responsável de sistemas de IA no país. A lei foca em cinco pilares: princípios, direitos dos afetados, classificação de riscos, obrigações e requisitos de governança dos sistemas de IA, supervisão e responsabilização. Durante 2022, a comissão realizou debates e audiências públicas para discutir o assunto com especialistas e a sociedade civil, buscando entender os desafios e as propostas regulatórias para a IA no Brasil e no mundo. Saiba mais aqui.


No próximo texto da série, a última, vamos nos aprofundar nos desafios éticos e legais na adoção da IA pelas ONGs. Até lá!

Leia também
Efeito ChatGPT: como a inteligência artificial pode facilitar o trabalho das OSCs




Daiany França Saldanha é líder de parcerias e novos negócios na Phomenta.


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