Conheça o que é API e como pode ser utilizada na sua organização

22 de agosto de 2024

Saiba como automatizar processos da sua ong usando a tecnologia das APIs.

Um homem sentado em frente ao computador

Você já ouviu falar em API (Interface de programação de aplicações)? Sabe como essa tecnologia funciona e pode impulsionar os ganhos da sua organização? No artigo, você entenderá o que é uma API e como ela facilita a comunicação entre sistemas. Também terá exemplos práticos de APIs que podem beneficiar sua organização. 


Imagine que sua ONG queira oferecer um sistema de doações online, onde o doador pode escolher quanto e como doar. Gerenciar essas transações manualmente seria praticamente impossível, especialmente se sua organização estiver recebendo várias doações ao mesmo tempo, de diferentes regiões ou até mesmo partes do mundo. Uma API de pagamentos, por exemplo, automatiza esse processo, garantindo que cada doação seja processada com eficiência, sem necessidade de intervenção humana.


Conceituando: o que é uma API?


Conforme a EBAC, API (Application Programming Interface) é uma interface de programação de aplicativos usada no desenvolvimento web e de software. A tecnologia permite que diferentes aplicativos interajam por meio de solicitações e compartilhem dados de forma segura e eficiente. Dessa forma, uma API inclui regras e protocolos que ajudam a usar as funções de um aplicativo dentro do outro. Ou seja, graças às automações geradas através das APIs, você pode fazer compras online, assistir a vídeos incorporados e usar dados de GPS para criar uma rota de corrida. Em suma, elas são usadas para facilitar o desenvolvimento de aplicações, possibilitando que diferentes aplicativos e serviços troquem dados de maneira eficiente e mais automática.


Como funcionam as APIs?


Uma forma interessante de entender como funcionam as APIs é pensar no fluxo de operações de uma lanchonete, por exemplo. Você (cliente) faz seu pedido para o atendente, o atendente, por sua vez, comunica a equipe da cozinha, que prepara seu pedido e devolve para o atendente, que retorna o pedido feito no início da interação.


Nesse exemplo, a API é o atendente, que seria a interface de comunicação entre você – que, nesse caso, pode ser um aplicativo, um servidor, um site, entre outros – e a cozinha, que é o outro aplicativo, servidor ou site. Portanto, a ideia de uma API é se comunicar entre dois ou mais pontos. Para ilustrar um pouco mais, um bom exemplo de automatização com o uso de API é como a sua organização pode ser mais organizada no âmbito financeiro ao receber um PIX de doação e essa informação ir direto para sua planilha de controle de recursos financeiros.

Fonte: Medium

Como falado anteriormente, as APIs podem ter muitas formas: podem ser sites, aplicações, conjunto de funções ou bibliotecas de uma linguagem de programação. São ferramentas cruciais no desenvolvimento de aplicações. Você deve estar se perguntando: “Mas o que isso tem a ver com o trabalho realizado na minha organização?” ou ainda “Como posso usufruir de todos os benefícios?”. A resposta não é simples, mas acredite, o uso de APIs pode ajudar a levantar aquela ideia parada há muito tempo ou até mesmo automatizar tarefas do dia a dia da sua organização.


Quais os benefícios de uma API para a sua organização?


As APIs podem trazer para as organizações diversos benefícios. Abaixo estão listados os benefícios da utilização de APIs para a automatização de processos na sua organização:


  • Aumento de produtividade: com o uso de APIs, você pode fazer automatizações e melhorar processos dentro da sua organização. Ao tornar seus processos internos mais rápidos e simples de serem efetivados, você pode ganhar eficiência e ter mais tempo para outros projetos.


  • Maior qualidade nas entregas: com automatizações, é possível que os erros sejam minimizados. Processos que antes eram feitos manualmente e passíveis de erros humanos podem ser aprimorados.


  • Redução de custos: com o aumento da produtividade da sua equipe, ocorrerá uma diminuição dos custos a longo prazo. Seguindo a mesma lógica de ter mais produtividade, mais atividades entregues em menos tempo significam redução de custos, seja custo financeiro, de horas de pessoal ou de gestão de pessoas.


  • Visibilidade: outro benefício do uso de APIs é ser visto como uma organização que presta atenção e utiliza tecnologias. Dependendo da área de atuação, isso pode ser visto como um ponto positivo ou uma possibilidade de negócio.


Aplicações e APIs para apoiar sua organização


A adoção de APIs pode otimizar processos, aumentar a eficiência e reduzir custos para organizações do Terceiro Setor. Antes de citar quais são as APIs das quais sua organização pode se beneficiar, é necessário apresentar os tipos de APIs. Eles são variados, como:


  •  APIs de Web, que facilitam a comunicação entre servidores e clientes via protocolos; 
  • APIs de Biblioteca, que fornecem funções e métodos para softwares específicos;
  •  APIs de Sistema, que permitem a interação com o sistema operacional e seus recursos; 
  • APIs de Serviço, que oferecem acesso a serviços externos como pagamentos ou redes sociais; 
  • APIs de Dados, que permitem consultar e manipular bancos de dados e serviços de armazenamento.


Agora, vamos apresentar algumas APIs externas e de serviços reconhecidas que podem ser muito úteis para sua organização. Para cada API, incluímos links explicando como você pode utilizá-las:


API do PayPal para Pagamentos

A API do PayPal permite que sua organização aceite pagamentos online de forma segura e eficiente. Com ela, é possível processar doações, vender produtos e serviços, e até mesmo configurar pagamentos recorrentes. A integração é simples e o PayPal oferece uma série de recursos adicionais para garantir a segurança das transações. O PayPal não cobra para configurar a API, mas aplica taxas para cada transação processada (geralmente uma porcentagem do valor e uma taxa fixa).


API para Assinaturas Digitais

Assinaturas digitais são uma forma prática e segura de obter assinaturas legalmente vinculativas sem a necessidade de deslocamentos até cartórios. Utilizando APIs como a da DocuSign ou Adobe Sign, sua organização pode enviar documentos para assinatura eletrônica, rastrear o status das assinaturas e armazenar os documentos assinados de forma segura e acessível. Ambas as APIs geralmente são pagas, com diferentes planos de preços dependendo do volume de documentos a serem assinados. Algumas oferecem planos gratuitos limitados ou de teste.


API para Integração Bancária de Doações (Identificação de Pix)

Com a popularidade do Pix no Brasil, a integração de APIs bancárias pode facilitar a identificação e o gerenciamento de doações recebidas via Pix. APIs como a do Banco Central permitem que sua organização identifique rapidamente doadores, registre transações e automatize o processo de agradecimento e prestação de contas, otimizando o fluxo de trabalho e aumentando a transparência. Para você verificar como pode aplicar, assista o vídeo de como funciona a conexão e o código do Github. O custo dessa integração pode variar de gratuito ou pago, de acordo com cada banco. 


API ChatGPT

O ChatGPT é um modelo de linguagem de inteligência artificial que gera conteúdos, tabelas, códigos e gráficos quase de forma natural. A API do ChatGPT permite integrar esse modelo em suas aplicações, enviando prompts e recebendo respostas automatizadas. A documentação da API do ChatGPT fornece detalhes sobre como fazer requisições, tipos de resposta, e parâmetros que você pode usar na sua organização. A OpenAI oferece a API do ChatGPT mediante pagamento. Há planos de preços baseados no volume de uso (número de tokens processados).


API do Make

Make é uma ferramenta que permite a automação de tarefas entre diferentes aplicativos. A API do Make pode conectar suas ferramentas favoritas e automatizar processos repetitivos, como a atualização de listas de e-mails, a criação de entradas em planilhas, ou a integração de dados entre sistemas de CRM e plataformas de doações. Para entender melhor como o Make funciona, veja o vídeo que mostra uma integração com WhatsApp. Além desse tipo você pode automatizar pastas do drive, download de documentos, integração com outras ferramentas, etc. O uso da API no primeiro plano básico do Make é gratuito.


Criação de novas APIs

Se sua ONG precisa integrar uma API e não tem conhecimento de como fazê-lo, aqui estão as etapas que podem ajudar sua organização a se preparar e pedir ao desenvolvedor para essa interação: 


  • Planejamento e Design: Definição do propósito da API, os dados que serão manipulados, os recursos e as tarefas necessárias ao longo da criação.


  • Escolha da Tecnologia: Seleção do framework e as ferramentas apropriadas para o desenvolvimento.


  • Desenvolvimento da API: Configuração de lógica do projeto, implementação de lógica de requisições, conexão do banco de dados e entendimento sobre a linguagem escolhida, podendo ser REST, SOAP, etc.


  • Teste e Documentação: Realização de testes para garantia que tudo funcione corretamente e documentação da API para facilitar seu uso.


  • Segurança: Adição de autenticação e validação para proteger a API.


  • Manutenção e Monitoramento: Acompanhamento de desempenho e atualizações conforme necessário.


Conclusão


Em suma, as APIs são fundamentais para troca de informações eficientes entre sistemas, permitindo a troca de dados de maneira segura. Mostra-se no artigo como elas, as APIs, podem aprimorar a produtividade, melhorar a qualidade das entregas, reduzir custos e aumentar a visibilidade de uma organização. Além disso, o conteúdo abordou os exemplos práticos de funcionamento como APIs de pagamento e assinaturas digitais, trazendo uma noção de funcionamento.


Em conclusão, a partir disso, é possível observar o quão importante é a utilização de APIs para organizações que busquem inovação e eficiência. Conhecer a implementação delas permite trazer não só otimização de processos como também portas abertas para novas oportunidades.



Beatriz Camelo é uma jovem-adulta cearense no mundo, filha de dona Beta e é formada em Ciência Contábeis pela Trevisan Escolas de Negócios e MBA Data Science e Analytics pela USP-Esalq. Realizou intercâmbio de Contabilidade e Fiscalidade em Portugal e voluntariado palestrante sobre Educação Financeira no projeto de vida na ponta do Lápis pela Brasilprev. Atua na área de dados na Phomenta, consultoria na Move Social e, atualmente, fundadora da Amina. Meu propósito no mundo é potencializar o Impacto Social Positivo com Inteligência de Dados. Perfil no linkedIn

Joana Martins é uma estudante de graduação em Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC, atualmente também bolsista no curso de Engenharia de Software na UNINTER. Sua paixão pela tecnologia e pelos dados a impulsiona constantemente em busca de sua verdadeira motivação no campo. Joana é uma entusiasta que acredita no poder da inovação e da colaboração em equipe para encontrar melhores soluções. Perfil no linkedIn


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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
Por Pollyana Bonvecchi 27 de março de 2025
Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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