Comunicação Transparente: por que e como investir na comunicação da minha ONG?

4 de agosto de 2022

Este conteúdo foi produzido por Larissa Dutra


Comunicar é mais do que informar, é envolver - Natália Gonzales da Nuclear.Hub Festival ABCR 2022


Quem trabalha com o social sabe que o olho no olho, o aperto de mão e os abraços selam laços indecifráveis e que o distanciamento foi um corte destoante na nossa forma de trabalhar. 


O Festival da ABCR marcou a retomada dos eventos presenciais para captadores de recursos e era inegável a sede que as instituições tinham dos encontros.


Foram sessões falando do novo contexto, das atualizações que são necessárias fazer para manter o fluxo de doação e especialmente como o setor mostrou e mostra a sua importância de maneira ampla.


O impacto social das ONGs no meio da crise sanitária foi visível em muitas camadas. Mas esse é só o começo de uma longa caminhada que busca construir uma sociedade mais justa e equilibrada, mesmo em situações tão desfavoráveis como uma pandemia.


O terceiro setor é fundamental para o bem viver da sociedade. Mas como mostrar para o restante da sociedade civil que todos podem fazer parte dessa construção? Aqui precisamos falar sobre a estrutura das ONGs enquanto gestão e comunicação. 


Mais do que a abordagem para pedir doações, se destacar enquanto uma instituição madura e bem gerida é fundamental. Mas a gente sabe que, enquanto a boa vontade é vasta, mecanismos e ferramentas de gerenciamento são mais escassos. Esse é o caso da construção de uma comunicação transparente e efetiva. 

Muitas sessões do Festival ABCR trouxeram a comunicação como foco no enfrentamento dos desafios provocados pela pandemia. Afinal de contas, todos estavam em isolamento social, utilizando especialmente computadores e celulares para se informar.


Ter uma comunicação transparente é o passo fundamental para criar novas possibilidades de captação de recursos, tanto monetários quanto de força de trabalho. É trazer quem está de fora para a realidade da instituição.


Outro ponto importante da comunicação transparente é que ela intensifica o registro das atividades da organização. Ou seja, é um apoio na hora de mostrar o impacto social que a ONG produz e também para construir relatórios de atividades. 


Na sessão Gente se conecta com gente: como humanizar sua marca? Natália Gonzales da Nuclear.Hub diz que “comunicar é mais do que informar, é envolver”, e que é preciso sempre pensar que “não fazemos por nós, mas pelos outros” para construir uma comunicação efetiva e humanizada. 


Por onde começar? 


Em 30 de março de 2022, a Barômetro Edelman, uma pesquisa global sobre confiança, apontou que as ONGs no Brasil  foram consideradas como as instituições mais capazes de solucionar os problemas da sociedade por mais de 65% da população. 


Essa percepção veio com a pandemia, que com o avanço da crise, deu destaque para as ações sociais desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil. Ou seja, é mais do que urgente consolidar esse nível de confiança criando estratégias de comunicação transparente.


Mas como começar uma estratégia desse tipo? Essa é uma das questões que mais estiveram presentes nas sessões do Festival e que pode ter inúmeras respostas. 


Uma delas é apostar na tecnologia, segundo os fundadores da Nuclear.Hub. Desenvolver o hábito de todos os colaboradores registrarem o dia a dia da organização. Mostrar que as organizações não são construções de alvenarias, e sim pessoas. Lembrar que “gente se conecta com gente”.


A escrita também é fundamental para passar a mensagem sobre o propósito da organização. Francisco Franco, do Captação Para Dinossauros,  na sessão sobre A Escrita Criativa que Gera Resultados do Festival da ABCR pontua que “[...] é preciso pensar no percurso pelo qual as pessoas se conectam, quais meios e linguagens elas utilizam”. 


Na hora de escrever legendas, textos informativos e até chamadas para voluntariado e doações é fundamental pensar em quem está lendo. Entender quais são as expectativas e como a mensagem chega. 

Para Francisco, ainda, “são poucas as pessoas que conseguem furar as bolhas e transmitir mensagens de impacto”. E para consolidar propósitos é preciso avançar com a mensagem. 



Fontes 

https://projetocolabora.com.br/artigo/confianca-recorde-em-ongs/




Larissa Dutra é jornalista da Phomenta 


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