Avaliação de impacto: fantasia ou realidade?

15 de julho de 2021

Este conteúdo foi produzido por Maria Cecília Prates Rodrigues


Nunca a avaliação de impacto foi tão necessária como atualmente. Até por volta de 2000, falar em impacto social era atinente apenas aos programas do setor público; hoje em dia, evidenciar o impacto social gerado tornou-se mandatório praticamente para todos os tipos de instituições. Para ser valorizada, a organização deve deixar claro qual é o seu impacto social positivo, seja a organização com fins lucrativos ou não.  Pelo menos no nível do discurso, o que se observa é que o setor econômico e o social estão se aproximando.


Mas será que avaliar impacto social é sempre viável?  O risco é a avaliação de impacto acabar se tornando mera peça de fantasia ou ficção. 


Vejo com preocupação que, ainda hoje, mesmo as organizações sem fins lucrativos do setor social ainda não conseguem conduzir de modo adequado as suas avaliações de resultados. Bem entendido: avaliações que sejam úteis para as organizações, meçam o que é realmente relevante para o projeto e utilizem métodos confiáveis e compatíveis com o tamanho da iniciativa avaliada.   


Em 2010, quando as empresas começavam a desenvolver os seus projetos sociais, fiz um alerta em relação aos riscos do método de avaliação de impacto baseado no retorno econômico (isto é, na monetização dos impactos ou na relação do custo-benefício). Esse método também é conhecido como SROI (do inglês: Social Return On Investment). Na época, escrevi um artigo que concluía que pouco adiantava a objetividade na apresentação do resultado final (que calculava quantos R$ eram gerados em impacto social para cada R$1,00 investido no projeto), se o método incorporava inúmeras subjetividades para a formulação de seus pressupostos. (Artigo: Retorno econômico de projetos sociais: limites da avaliação)


Esse alerta continua mais válido hoje do que nunca, pois se avançou muito pouco na prática da avaliação do impacto social nesses últimos anos. Acabo de ler um relatório recente (de 2021) de avaliação de impacto baseado no método do retorno econômico, feito por um respeitado think tank no Brasil. Todavia,  padece de tantos erros e fragilidades metodológicas que desacredita quase por completo os achados da pesquisa avaliativa do programa social em questão.


Para ilustrar as disfunções detectadas no caso real a que me refiro, exemplifico com a situação fictícia do programa social ‘Crianças Potencializadas` a seguir. O programa é desenvolvido em escolas públicas em parceria com vários atores locais. Suponha que, em determinado ano, o programa teve atuação com algumas escolas, e desenvolveu atividades  pedagógicas pontuais com essas crianças, visando estimular a interação entre elas, o autoconhecimento e a capacidade de identificação e solução de problemas. Logo no ano seguinte, um dos  financiadores do programa naquelas escolas solicitou a avaliação econômica do seu impacto social.


A meu ver, a encomenda e a realização dessa pesquisa de avaliação de impacto social cometeram erros básicos graves – de concepção, metodológico e de execução, tais como:


  1. Nem todo programa, projeto ou iniciativa social comporta avaliação de impacto. Tal foi o caso desse Programa Crianças Potencializadas. Sob a ótica das escolas contempladas, o dito programa representou  sobretudo uma opção a mais de atividade pedagógica desenvolvida com as crianças naquele ano. Não chegou a constituir-se em um programa em si, mas um produto novo que foi oferecido aos alunos. Daí, sob a ótica da escola e usando a terminologia do Marco Lógico, seria muito mais adequada a avaliação de produto do que a avaliação de impacto que foi adotada. O problema é que, hoje em dia, a demanda dos investidores sociais é pela avaliação de impacto.

  2. É prematuro pretender estimar o impacto social de um programa depois de apenas um ano de sua duração. Ainda mais quando esse público beneficiário é constituído por crianças, que têm dificuldades de verbalização e já passam por um processo natural de amadurecimento e transformação.  No caso do Programa Crianças Potencializadas, se ousou ainda estimar os efeitos daquela atuação escolar pedagógica (de 1 ano) para os 10 anos seguintes na vida das crianças. Será válido? Mesmo que obtida junto aos responsáveis daquelas crianças?

  3. A Teoria da Mudança precisa ser bem construída, a começar da definição dos objetivos do impacto e dos resultados imediatos esperados. Isso não ocorreu com o  Programa Crianças Potencializadas, pois não se conseguiu traçar (ou tangibilizar) um quadro prévio do que seria o “sucesso” do programa.

  4. A Teoria da Mudança precisa também elucidar de forma clara o caminho causal entre os objetivos hierárquicos do programa. Esse não foi o caso do programa Crianças Potencializadas. O (longo) relatório de avaliação elaborado não conseguiu descrever, muito menos explicitar (por meio do Marco Lógico elaborado de modo “capenga”), quais seriam os princípios e mecanismos esperados para promover as muitas mudanças positivas que seriam esperadas na vida das crianças participantes (a hipótese causal). No fundo, essa disfunção da Teoria da Mudança foi o reflexo de que o planejamento da iniciativa social em questão teve falhas graves de coerência e concepção. Boas intenções sim, porém sem os pés no chão para atingi-las.

  5. Para a pesquisa de campo, o desenho do instrumento de avaliação (questionário) deve conter perguntas e/ou afirmativas diretas e objetivas, que falem na linguagem dos entrevistados, que tenham entendimento único (isto é, não dêem margem a diferentes interpretações) e sejam indutoras ao posicionamento caloroso dos avaliados em relação ao programa.  Não foi o caso dessa pesquisa de avaliação, haja vista o mesmo patamar morno de respostas (o programa contribuiu “médio”) para praticamente todas as questões. A meu ver, decorrência do baixo nível de diálogo entre o questionário (feito pelos avaliadores) e a realidade (dos avaliados).

  6. A monetização do impacto social só faz sentido ser aplicada quando as estimativas do impacto social forem realmente robustas e confiáveis. Senão, é incorrer em erro sobre erro de hipóteses e estimativas, desacreditando o resultado encontrado.


No caso do Programa Crianças Potencializadas, poderiam pensar, só depois de alguns anos do programa já implementado, no desenho de uma pesquisa experimental com grupos do experimento (escolas com o programa) e grupos de controle (escolas sem o programa, porém semelhantes às primeiras), a ser conduzido por bons estatísticos da Academia. No caso, a intenção seria testar a validade dessa estratégia pedagógica. Uma vez validado o programa e garantida a sua boa execução nas escolas, aí sim se poderia passar para estimar a monetização do seu impacto.


Em síntese, se hoje em dia a avaliação de impacto social está na moda e é muito valorizada pelos investidores sociais, é preciso ter bastante cautela ao fazer essa encomenda e ao executá-la. Ainda mais se a intenção for monetizar o impacto social posteriormente, bem ao gosto das empresas. Se a avaliação de impacto não for conduzida na circunstância adequada, no momento certo e com os cuidados metodológicos necessários, corre o risco de se transformar em uma peça de fantasia e de venda de ilusões.


Texto originalmente publicado no blog
Estratégia Social.



Maria Cecilia Prates

Maria Cecília Prates é economista, mestre em economia e doutora em administração (Linkedin). É autora de livros, como “Manual de Planejamento e avaliação de projetos sociais em organizações sociais” e “Ecossistema das iniciativas sociais no Brasil”, e autora do blog Estratégia Social.



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E como saber depois se o que fizemos conseguiu, de fato, chegar AONDE queríamos, ou seja, AVALIAR se as iniciativas conduzidas foram válidas, eficazes e eficientes? Medição compartilhada: uma prática que deveria ganhar força no Brasil No Reino Unido e EUA desde 2003 – No Reino Unido vêm sendo envidados esforços por organizações think-tanks (como a New Philanthropy Capital – NPC , ou a Triangle /Outcomes Star ) e nos Estados Unidos ( FSG) para construírem sistemas de indicadores “de prateleira” (do inglês, off-the-shelf tools ) que possam ser compartilhados por organizações do terceiro setor ( charities or NGOs – Non-Governmaental Organisations ). No Reino Unido, organizações sociais trabalhando em uma mesma área-fim (por exemplo, educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade) foram se unindo, capitaneadas por alguma organização think-tank como a NPC, para desenvolverem um sistema comum de avaliação de resultados. Nesse sentido, os conceitos abstratos relacionados a objetivos de resultados (por exemplo: autoestima), adotados por organizações trabalhando com públicos semelhantes, foram sendo operacionalizados nos mesmos indicadores ou escalas. Feita a operacionalização dos conceitos, as demais ferramentas para medição também começaram a ser desenvolvidas em comum, através do apoio de uma equipe especializada, tais como a construção dos questionários, a estratégia para a sua aplicação, o sistema de base de dados (que pode ser online ) e o referencial para análise dos dados coletados. No Brasil, no período em que atuei (2011 – 2016) no Programa da POS (Parceria com Organizações Sociais) da Fundação Dom Cabral – FDC (hoje denominado Pilaris ), quis começar a difundir essa ideia das ferramentas de prateleira ( Avaliação de projetos sociais no terceiro setor: uma agenda em construção , seção IV), mas percebi que o terreno precisava antes ser melhor trabalhado. Por isso, no Manual que desenvolvi para apoiar o trabalho com as organizações participantes do Programa (Manual de Planejamento e Avaliação de Projetos Sociais para Organizações Sociais) , comecei a incluir alguns instrumentos que pudessem funcionar como “ferramentas de prateleira”. Esses instrumentos vinham de três fontes: conceitos abstratos que já tinham sido traduzidos para a prática e validados; experiências de monitoramento com algumas dessas organizações; ou ainda, foram criados durante as avaliações de projetos sociais que conduzi. Para ilustrar melhor a ideia, aqui estão alguns exemplos de instrumentos incluídos no Manual: Conceito: autoestima (escala de Rosenberg), pág. 40-42 do Manual Conceito: impulsividade de adolescentes (escala de Barrat), p.66 Conceito: ser cuidadoso com o meio-ambiente / Avaliação de projeto de apicultura (pág. 67-68) Conceito: bem-estar de crianças e adolescentes, entre 11-16 anos (NPC), Pág. 197-205 Marco lógico: projeto de qualificação digital, Instituto Ramacrisna (pág. 207-210) Questionário: Preparação de jovens (16-18 anos) para inserção no mercado de trabalho, Associação Projeto Providência (pág. 226 – 230) A intenção de compartilhar esses instrumentos no Manual foi oferecer inspiração e facilitar o trabalho de planejamento e avaliação em organizações que atuam com projetos sociais semelhantes, ajudando, assim, a “queimar etapas” e avançar com mais agilidade nesse processo. Medição compartilhada: o caso da ferramenta Outcomes Star Como surgiu? 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Ao promover a compreensão mútua, o compartilhamento de responsabilidades e a resolução construtiva de conflitos, a gestão não apenas soluciona problemas de forma mais eficaz, mas também fortalece mais as equipes, aumenta a produtividade e cultiva uma cultura de confiança e resiliência. Dessa forma, as conversas difíceis se tornam oportunidades para aprendizado e crescimento, em vez de fontes de conflito e estagnação. Gostou do conteúdo? A Phomenta está realizando um mapeamento e quer saber como o terceiro setor está gerindo pessoas e conflitos em suas organizações. Compartilhe sua experiência e contribua com este estudo acessando: [link] Artigo realizado com apoio da ferramenta de IA Notebooklm e do livro Conversas difíceis - Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen 
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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
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