Turismo Sustentável: tendências e oportunidades para organizações sociais

16 de novembro de 2023

Por Leandra Santos


Através da própria experiência com a temática, o Insituto Bancorbrás trás dicas de como o turismo pode ser uma oportunidade para organizações sociais. Vale a pena conferir:

Quando falamos de turismo vem em mente férias, visitas em locais turísticos e culturais, eventos ou até mesmo realizar viagens de negócios, ou esportivas. Neste artigo, abordaremos como o turismo pode ser um importante aliado ao propósito de geração de impacto positivo na sociedade.


Entre os diversos benefícios proporcionados por meio do turismo, cabe destacar a contribuição direta à economia. Conforme divulgado pela Organização Mundial do Turismo - OMT, em 2019, foi registrado o recorde de 1,4 bilhão de viagens internacionais e a estimativa é que esse número chegue a 1,8 bilhão em 2030. Já os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, indicam que o turismo no Brasil contribui, diretamente, para cerca de 3,7% do PIB nacional e 3% do total de empregos no país.


Percebe-se o quanto o turismo é relevante na geração de renda e, consequentemente, no desenvolvimento social e econômico do país. Mas, é importante indicar que a exploração turística também pode desencadear impactos negativos como, por exemplo, a degradação do meio ambiente e a descaracterização da cultura do local visitado.


Diante de tantos desafios é necessário repensar o modelo de negócio e investir ainda mais na busca por meios mais sustentáveis, além disso, observou-se que devido à pandemia da COVID-19, houve o crescimento por parte dos turistas na procura de experiências que consideram esses aspectos, como o Turismo Sustentável, que abordaremos logo a seguir o conceito e os benefícios. 


O que é Turismo Sustentável? 


O Turismo Sustentável, também conhecido como turismo responsável ou eco consciente, é uma abordagem que busca minimizar os impactos negativos no meio ambiente, na cultura local e na economia, ao mesmo tempo, em que promove benefícios positivos para todas essas áreas. Segundo a OMT é o “turismo que considera plenamente seus atuais e futuros impactos econômicos, sociais e ambientais, abordando as necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades locais”.


Já o Conselho Global de Turismo Sustentável - GSTC complementa o conceito da OMT afirmando que:


“Turismo sustentável deve fazer uso otimizado dos recursos ambientais que constituem um elemento-chave no desenvolvimento do turismo, mantendo processos ecológicos essenciais e ajudando a conservar o patrimônio natural e a biodiversidade; respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades anfitriãs; conservar seu patrimônio cultural, seus valores tradicionais e contribuir para a compreensão e tolerância interculturais; garantir operações econômicas viáveis e de longo prazo, fornecendo benefícios socioeconômicos a todas as partes interessadas que sejam distribuídas de maneira justa, incluindo oportunidades estáveis de geração de emprego, renda e serviços sociais para as comunidades anfitriãs, contribuindo para o alívio da pobreza”.


Abaixo, seguem os principais benefícios gerados por esse modelo:


  • Conservação Ambiental e o Respeito à Cultura: visa proteger a natureza e os ecossistemas. Envolve a minimização da poluição, a conservação da biodiversidade, o uso responsável de recursos naturais e a promoção de práticas amigas do ambiente. Outra premissa é a de respeitar e promover a cultura, tradições e patrimônio local, envolvendo as comunidades no planejamento e no benefício do turismo, em vez de explorá-las.
  • Benefícios Econômicos Equitativos: procura distribuir os benefícios econômicos de forma justa, contribuindo com o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. Isso pode ser alcançado por meio da criação de empregos na região, do estímulo ao empreendedorismo local e do apoio a pequenos negócios.
  • Educação e Conscientização: os turistas e os envolvidos na cadeia produtiva do turismo são incentivados a adotar práticas sustentáveis e a compreender o impacto de suas ações, sendo a educação uma parte importante.
  • Planejamento e Gestão Responsável: os destinos turísticos são incentivados a realizar um planejamento adequado e a implementar regulamentações que promovam o turismo sustentável, entre eles: incluir limites à capacidade de visitação e diretrizes para o desenvolvimento de infraestrutura.



Case Instituto Bancorbrás


Antes de indicarmos as oportunidades às organizações sociais, é importante relatarmos brevemente nossa experiência até aqui, porque estamos em processo constante de aprendizado e trocas de experiências. 


Quando nós, do Instituto Bancorbrás, uma Organização da Sociedade Civil-OSC que empreende ações sociais por meio de Investimento Social Privado, iniciamos os estudos de viabilidade de implementação de alguma iniciativa que pudesse nos aproximar do principal negócio da mantenedora, que é o turismo, também nos perguntamos como que esse modelo de negócio poderia unir o social e, consequentemente, a geração de diferencial competitivo para as empresas Bancorbrás. 


Após o brainstorming¹ com a equipe e, também, com as áreas de negócios das empresas Bancorbrás, a resposta encontrada foi o Turismo Sustentável, conforme conceito abordado no tópico acima podemos resumir que a comunidade é a protagonista no desenvolvimento de experiências² aos turistas, ou seja, a população local são os responsáveis pelo planejamento, execução e o gerenciamento das atividades turísticas, com o devido cuidado de preservar o meio ambiente e a cultura local. 


Nesses quase três anos, mergulhamos nesta agenda³ sustentável voltada ao Turismo. A primeira experimentação foi o lançamento de um edital diretivo para identificarmos quais eram as iniciativas já existentes junto às organizações parceiras, situadas em regiões turísticas do país, e a nossa surpresa foi que não recebemos nenhuma inscrição voltada a essa categoria e quando perguntamos o motivo nos indicaram a falta de conhecimento da temática.

Diante dos resultados alcançados, a próxima estratégia implementada foi o mapeamento no território nacional, para tanto, lançamos o banco de projetos para compreendermos na íntegra qual a relevância da iniciativa na comunidade em que se pretendia e/ou eram realizadas as ações de Turismo Sustentável, ou seja, sem qualquer interferência ou indicativo de critérios como previsto em um edital, por exemplo. Neste processo tivemos em média 16 propostas cadastradas e no funil de seleção contamos com 5 etapas: pré-análise das propostas, entrevistas com os proponentes, visitas in loco, análise de viabilidade de investimento das três finalistas e a seleção da proposta. Na etapa de visitas in loco estivemos nas regiões do Ceará, Bahia, São Paulo e Amazonas.


Entre as experiências marcantes neste período, tivemos a expedição Rio Negro, na floresta Amazônica-AM, no formato do Turismo de Base Comunitária - TBC. Esse formato envolve ativamente os membros da comunidade no planejamento, desenvolvimento e operação das atividades turísticas, desde a oferta de serviços de acomodação, guias turísticos, experiências culturais e outras atividades relacionadas ao turismo.


Foram 5 dias imersivos na comunidade de Acajatuba, em que tivemos a oportunidade de conhecer a culinária local, os atrativos culturais como o artesanato e a dança carimbó, mas, o principal, foi o de se conectar e trocar experiências, além de aprender com pessoas incríveis e inspiradoras daquela região. Em todo esse processo, conseguimos constatar o quanto o turismo de forma sustentável pode transformar positivamente a realidade de uma comunidade inteira. Conforme também afirmado pelo relato da Horenilde Gomes, proprietária da pousada Caboclo's Ecolodge, roteiro Expedição Amazônia Rio Negro (AM):  “Estamos com o nosso negócio bem divulgado, fomos fortalecidos e muito bem preparados. Já tive melhorias como o aumento da capacidade da pousada, que tem gerado renda para a comunidade. O nosso maior orgulho é falar de transformação, o mundo precisa desse fortalecimento sustentável.”


Após adquirirmos o nível de conhecimento necessário e de realizarmos uma análise criteriosa de viabilidade de investimento, o próximo passo foi a de firmarmos parceria com a proposta selecionada, a Vivalá, que é uma organização especialista em Turismo Sustentável em unidades de conservação ambiental para o TBC, TBC de Aventura e Volunturismo, em comunidades tradicionais4. Para conhecer mais dessa parceria acesse o link a seguir: https://unbouncepages.com/ib-vivala/.


Até o momento, por meio da parceria, foram criados 9 destinos em comunidades tradicionais nas regiões de Kariri-Xocó - SE, Juatinga - RJ, Chapada Diamantina-BA, Jalapão-TO, Foz do Iguaçu-PR, Chapada dos Guimarães-MT, Petar e Tenodé Porã-SP. Para viabilizar a idealização de novos destinos, é necessário realizar visitas técnicas que envolvem pesquisas naturais, logísticas e comerciais para avaliar o potencial da região. Além disso, é feito o mapeamento dos atores locais5, a fim de criar experiências e oferecer roteiros seguros aos turistas, mobilizando toda a cadeia produtiva. Em outubro, embarcamos para o Rio de Janeiro para realizar uma visita técnica à Ilha Grande-RJ, considerada a maior ilha do estado e a sexta maior ilha marítima do Brasil.

No período de três dias fizemos a travessia trekking6   com quase 40 km em meio a Mata Atlântica e também na costa litorânea. A região já possui um volume considerável de turistas e a intenção com a implementação do TBC de Aventura é que as pessoas possam ter a oportunidade de imergir na comunidade caiçara7 da região.


Por meio dessa iniciativa com a Vivalá, em média, mais de 2.000 pessoas de comunidades tradicionais serão beneficiadas com o desenvolvimento social e econômico dessas localidades. Para o ano de 2024, temos como propósito dar ainda mais visibilidade a essas comunidades e que elas sejam cada vez mais protagonistas.

Turismo como oportunidade para as organizações sociais


Diante de tudo que compartilhamos até aqui, pode estar se perguntando: tá, mas e como essa iniciativa pode ser uma oportunidade para as ações desenvolvidas nas organizações sociais? De antemão, indicamos que são inúmeras possibilidades e abaixo, seguem algumas para inspiração: 


  • Parcerias com o trade turístico: podem estabelecer parcerias com empresas do ramo do turismo, como hotéis, companhias aéreas, agências de viagens, restaurantes e atrações turísticas. Essas parcerias podem envolver doações, descontos em serviços ou colaborações em campanhas de responsabilidade social corporativa.
  • Sensibilização: o turismo pode ser usado como uma plataforma para aumentar a conscientização sobre questões sociais. Por exemplo, as organizações podem realizar passeios temáticos que abordam questões específicas, como conservação ambiental, justiça social ou direitos humanos. Isso ajudará na disseminação de uma consciência sobre as causas e a promoção de ações para fazer a diferença na organização ou comunidade atendida.
  • Voluntariado e engajamento comunitário: o volunturismo permite que pessoas se envolvam em projetos sociais enquanto viajam. Organizações sociais podem coordenar oportunidades de voluntariado em destinos turísticos, permitindo que os viajantes contribuam com seu tempo e habilidades para causas locais.
  • Programas de treinamento e capacitação: o turismo pode ser usado para fornecer treinamento e capacitação a comunidades locais, ajudando-as a desenvolver habilidades que lhes permitam participar do setor do turismo, gerar renda e na contribuição para a profissionalização da comunidade local.
  • Promoção do turismo sustentável: desempenhar o papel de promotores aos turistas da região das práticas sustentáveis, como a importância da conservação dos recursos naturais e o respeito às culturas locais.


Parcerias com iniciativas de turismo sustentável: iniciativas que se dedicam ao turismo sustentável podem colaborar com organizações sociais para desenvolver roteiros de viagem que apoiem causas específicas, tais como: visitas a projetos sociais, comunidades locais e ações de conservação.


O turismo, quando bem integrado com iniciativas sociais, pode ser uma fonte valiosa de recursos e uma maneira efetiva de geração de impacto positivo na sociedade. Então, já tinham pensado nessa possibilidade? Vamos inovar?



¹ Brainstorming:  técnica utilizada para a geração e o debate de ideias, com objetivo de criar soluções para um desafio ou obter insights no desenvolvimento de algo novo. A palavra, traduzida do inglês, significa “tempestade de ideias”.

² Experiências turísticas: busca proporcionar ao turista momentos marcantes e únicos durante a viagem, através de ofertas inovadoras, diferenciadas e inesquecíveis.

³ Agenda 2030: é um compromisso assumido por todos os países que compuseram a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2015 – os 193 Estados-membros da ONU, incluindo o Brasil – e tornou-se a principal referência na formulação e implementação de políticas públicas para governos em todo o mundo.

4Comunidades tradicionais: são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. Os mais conhecidos são: indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

5Atores locais: são os agentes sociais e econômicos, indivíduos e instituições, que realizam ou desempenham atividades, ou, então, mantém relações num determinado território.

6Trekking: é uma caminhada mais longa, que pressupõe pernoite no meio natural, na maioria das vezes, acampando. Considerado um  nível mais avançado,que  exige mais esforço físico, habilidades, orientação pessoal e superação.

7Caiçara:  comunidades em que, em sua maioria, vivem em pequenas vilas onde praticam a pesca, a agricultura e o artesanato de acordo com suas necessidades, dos estados de São Paulo, Paraná e sul do Rio de Janeiro.


Referências



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A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. 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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
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Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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