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Saia do papel e execute!

mar. 24, 2023

Este conteúdo foi produzido por Catherine Jimenez


Com quase 50% do primeiro semestre concluído, como estão os processos de implementação de ações para o alcance de suas metas? 


Sejam elas pessoais, profissionais, anuais, semestrais, mensais ou semanais, precisamos sempre construir um fluxo e uma rotina que contribua para conseguirmos conquistar o que planejamos.


O livro “As 4 disciplinas da execução” de Chris McChesney é um exemplo de metodologia que tem contribuído diariamente na execução de meus planejamentos, uma vez que nos apresenta boas práticas que podem impactar diretamente em nossos resultados. 


Veja abaixo algumas perguntas norteadoras - baseadas nas 4 disciplinas e em minhas experiências - que podem contribuir com o alcance das metas de projetos e também de sua vida:

1. Qual seu objetivo?


Você já sabe aonde quer chegar? Qual o seu objetivo principal?
Implementar um sistema de saneamento básico em uma comunidade remota?

Formar estudantes na temática de empreendedorismo?
Preparar professores para as mudanças aplicadas na BNCC?

Construir espaços que contribuam com a visibilidade das minorias?

Tenha de forma clara o seu objetivo! 


Isso irá contribuir para o desenho de um processo claro e que seja possível a divisão por etapas em seu dia a dia.

2. Quais são suas metas e indicadores?


Quando trabalhamos com a metodologia do Project Dpro é sabido que nossas metas e indicadores precisam ser SMART. 


Para saber mais sobre isso, leia:

Série Indicadores - Planejamento e Construção

Com base nos exemplos anteriores, note que:

Ao escolhermos como objetivo “Formar estudantes na temática de empreendedorismo”, necessitamos incluir mais informações, por exemplo, chegar em algo como: “Aumentar o número de jovens que identificam o empreendedorismo como meio para conquista de bens e estabilidade financeira”. Para isso, podemos incluir como metas:


a. 70% dos jovens da comunidade x participam das 4 oficinas sobre empreendedorismo durante 1 ano de projeto

b. 40% dos jovens participantes encerraram o projeto com a abertura de CNPJ e desenvolvimento do seu plano de negócios.

Observe que por meio destas 2 metas, já identificamos um possível “check list” mental do que necessitamos realizar para que elas sejam alcançadas. 


3. O que precisa ser feito para que as metas sejam alcançadas?


Agora que já sabemos o nosso objetivo e temos claro os nossos indicadores e metas, precisamos definir o “COMO”. Ou seja, COMO iremos conquistar estas metas?


Este é o momento onde gerentes e coordenadores, podem falhar. Uma vez que não destrincham e nem identificam quais são as ações PRIMORDIAIS para alcançarmos o que planejamos. 


Ou seja, conforme apresentado por Chris Mcchesney, não adianta realizarmos apenas uma lista com 50 ações se apenas 5 delas são essenciais para o alcance da meta. Isso afetará diretamente o FOCO de sua equipe e não apresentará uma gestão de tempo assertiva.

Desta forma, nossa dica aqui é que você consiga destrinchar as ações e entender qual os pontos CRUCIAIS para que direcione o seu FOCO.

Exemplo:

Seguindo o exemplo anterior, quando tratamos do seguinte indicador:

a. 70% dos jovens da comunidade x participam das 4 oficinas sobre empreendedorismo durante 1 ano de projeto.

Veja, olhando para ele compreendemos que o ponto crucial para um alto engajamento seria a COMUNICAÇÃO e o MARKETING. O que precisamos realizar? Qual o nosso público e o que chama a atenção deles? Liste, compreenda o que é principal para agora e delegue!

4. Como você vai acompanhar esta rotina?


Agora que já conseguimos identificar nossos objetivos, nossas metas e indicadores e, principalmente, o que precisa ser feito. Precisamos desenvolver um sistema de acompanhamento deste processo!

No livro de “As 4 disciplinas da Execução”, McChesney apresenta um método SIMPLES e que atualmente tem sido negligenciado, uma vez que não temos realizado/utilizado esta ferramenta de forma assertiva: REUNIÕES!

Muito provavelmente você já ouviu falar pessoas falarem “Mais uma reunião que poderia ser um e-mail” ou até mesmo “Acabaram as reuniões, agora vou trabalhar”. Isso acontece, pois as pessoas não PLANEJAM ESTRATEGICAMENTE as reuniões, tornando-as banais e até mesmo sem produtos.

E como podemos usá-las para este passo a passo? McChesney apresenta que devemos realizar reuniões de até 30 minutos, onde cada integrante relembrar o que estava previsto para si, o que foi feito, seus produtos e dividir os próximos passos.

O discurso será no sentido de “Ok, quais etapas já foram alcançadas? Onde estamos? Quais serão as próximas ações?”.

Isso trará sentimento de “check list” dentro das ações selecionadas como PRIMORDIAIS e, consequentemente, um maior CONTROLE das ações dentro da rota que escolhemos lá atrás.


Agora que já sabemos este passo a passo, gosto sempre de trazer o conceito do CAR (sim, carro em inglês). Assim como o carro faz parte da MOBILIDADE e nos leva ao nosso DESTINO, nossos conceitos contribuirão para que você tenha MOBILIDADE, SAIA do papel e chegue em seu OBJETIVO. 


  1. Coragem

    “Mesmo com medo, vá com medo mesmo!”

    Acredite em si!  As rotas já foram traçadas e a partir de agora precisamos seguir. A vida é um grande teste e você já tem experiência suficiente (mesmo que ache que não) para implementar este projeto! Bora?

  2. Assertividade

    “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”

    De nada adianta um planejamento sem saber aonde queremos chegar! Defina seu destino, realize seu planejamento em cima disso e siga sua jornada!

  3. Resiliência


“Adaptar-se é preciso”


Talvez, no meio do caminho, encontraremos obstáculos e precisaremos mudar de rota. Está tudo bem! Respire, analise qual será a melhor estratégia e aceite que a mudança veio como um impulsionador para conquistarmos nossos objetivos!




Coordenadora de Projetos Sociais, formada em Gestão Ambiental pela USP, MBA em Comunicação e Marketing pela USP, Certificada em Project Dpro e Gestora e Mentora na GPS Social. 



Contato: catherinejimenez.jz@gmail.com



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Categorias ou possibilidades de enfrentamento Apesar de Lazarus e Folkman definirem as duas principais categorias de enfrentamento, podemos encontrar na literatura algumas variações dessas estratégias, sendo as mais comuns: 1) Enfrentamento com foco no problema: Quando acredita-se que é possível alterar aspectos do ambiente, diminuindo ou eliminando os fatores de estresse e atuando de forma ativa. Alguns exemplos de ações, baseadas no contexto organizacional do Terceiro Setor, são: Análise crítica e detalhada do problema gerador de estresse Conversas individuais com pessoas que estão diretamente envolvidas na situação Conversas em grupo ou equipe, caso seja uma questão que influencie o bem-estar de várias pessoas Planejamento e criação de resoluções coletivas de enfrentamento ao problema Busca de apoio externo de especialistas 2) Enfrentamento com foco na emoção: Baseado na crença de que o ambiente é pouco alterável ou imutável, o indivíduo busca recursos para lidar com os sentimentos derivados do estresse, de forma a prolongar sua permanência na situação até que as circunstâncias mudem. Este é um tipo de enfrentamento moderado e pode ser realizado com: Fortalecimento de técnicas de autocontrole emocional Busca de apoio social (inclusive de colegas de equipe) ou psicológico para a descoberta de novas possibilidades de enfrentamento Investimento em hobbies ou atividades de lazer que minimizem os sentimentos negativos e promovam distração Desenvolvimento de práticas espirituais ou religiosas 3) Enfrentamento evitativo: Esta estratégia considerada passiva, também fundamentada na crença de que não há controle sobre as circunstâncias, engloba o afastamento, fuga, esquiva ou desligamento mental do problema. Aqui a pessoa escolhe evitar o conflito, lidar com os sintomas do estresse e economizar energia emocional. Qual estratégia usar? Os estudos que avaliam a predominância e a eficácia da utilização de cada tipo de coping divergem de acordo com o público pesquisado, considerando, no entanto, a variabilidade dos diferentes tipos de personalidade. Por exemplo: Uma análise feita com trabalhadores de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) em Campinas (ZANATTA, 2019), verificou que a estratégia mais utilizada pelos profissionais destes espaços foi a de resolução de problemas, onde há a elaboração de planos de ação e alternativas com o objetivo de resolução da situação. Pesquisas realizadas com profissionais da saúde que trabalham em hospitais e analisadas pela Profª Drª Liliana Antoniolli (2022), afirmam que o coping mais utilizado pelas entrevistadas eram os baseados no enfrentamento com foco na emoção, onde empregavam um esforço cognitivo para ressignificar as experiências laborais “controlando emoções, como tristeza, medo e estresse, que emergem devido a situação conflitante”. Observa-se que a tendência de utilização de cada estratégia está positivamente ligada à experiência e idade dos profissionais, sendo que, quanto maiores mais o profissional tenderia a utilizar o enfrentamento com o foco no problema, enquanto os mais jovens tendem a escolher com mais frequência o afastamento (ou evitação) do estressor, por meio de um isolamento autoimposto. Outra proposta de estratégias de coping defendida pelo pesquisador Caryl Rubust (1988), da Vrije Universiteit em Amsterdã , Holanda , destacou outras quatro alternativas de enfrentamento, relacionadas ao ambiente de trabalho, que ele chamou de EVLN (Exit/Voice/Loyalty/Neglect), traduzido para o português como: saída, voz, lealdade e negligência. Nelas, o indivíduo escolheria: Saída: Sair do trabalho e encontrar um emprego melhor Voz: Tentar melhorar a situação conflitante com a sua voz Lealdade: Ser motivadas a apoiar ativamente a organização, ignorando seus incômodos Negligência: Concentrar-se em seus interesses não relacionados ao trabalho e "negligenciar" sua situação de trabalho insatisfatória De acordo com Lazarus e Folkman, as Estratégias de Enfrentamento ainda podem ser Adaptativas ou Desadaptativas, ou seja, quando as estratégias utilizadas são saudáveis e conseguem minimizar os sentimentos desagradáveis e desmotivadores são consideradas positivas/adaptativas. Em contraponto, quando não são saudáveis (recorrer a um vício como o cigarro, drogas ou bebidas alcoólicas, por exemplo) a estratégia é considerada negativa/desadaptativa. Como o Terceiro Setor tem lidado com os sintomas de estresse? Na “Pesquisa - A Saúde Mental e o Bem-Estar dos profissionais do Terceiro Setor ”, publicada pela Phomenta, em 2023, foram utilizados alguns questionamentos quanto às estratégias que as pessoas entrevistadas usavam para lidar com os sintomas de estresse oriundos do trabalho nas organizações sociais brasileiras, e encontramos nos resultados que: 69% relataram realizar atividades físicas 66% procuraram ajuda profissional de psicólogos, psiquiatras ou outros tipos de terapias alternativas 20% fazem uso regular de medicamentos calmantes e/ou ansiolíticos Percebemos com esses dados, que a maior parte das estratégias utilizadas pelos respondentes da pesquisa são do enfrentamento com foco na emoção, o que pode amenizar temporariamente a angústia e a desmotivação de quem passa por estresse de forma recorrente, mas que a médio prazo acaba gerando a saída deste colaborador, o que podemos observar nas altas taxas de rotatividade do setor. As Profª Drª Mary Sandra Carlotto e Sheila Gonçalves Câmara da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA/Canoas, em suas pesquisas na área da educação, concordam com a constatação de que as estratégias de coping focadas no problema são estratégias adaptativas (positivas) que auxiliam os profissionais a enfrentar os problemas que surgem em seu ambiente organizacional. Elas também acrescentam que esse estilo de enfrentamento pode levar a um aumento dos níveis de realização profissional. Apesar de várias organizações sociais no Brasil relatarem, na Pesquisa da Phomenta (2023), que já estão implementando ações para amenizar os sintomas de estresse de seus colaboradores, como apoio psicológico, momentos de confraternização e lazer, formações e palestras, dentre outras, e estarem discutindo temáticas relacionadas à saúde mental e ao bem-estar, as mesmas ações precisam de coerência prática para realmente efetivar uma melhora da saúde coletiva. A publicação ressalta: “[...] é crucial que a organização não apenas introduza tais medidas, mas também promova mudanças que abordem os causadores de estresse, como o excesso de demanda e prazos apertados. A saúde mental não é apenas sobre discutir ou promover a conscientização, é também sobre criar um ambiente de trabalho sustentável onde os trabalhadores se sintam apoiados em suas rotinas diárias. Quando a liderança trabalha horas excessivas e perpetua um senso de urgência, por exemplo, isso pode enviar uma mensagem contraditória à equipe, sugerindo que, apesar das iniciativas de bem-estar, a cultura de trabalho exaustivo ainda prevalece”. Autoavaliação Como enfatizado no início do texto, o coping tem como característica principal a escolha consciente de sua reação frente ao estresse, o que nos leva a crer que para ser feita da forma mais eficaz, deve ser percebida, avaliada e monitorada com o passar do tempo. Dessa forma, faça agora uma autoavaliação de quais têm sido suas escolhas frente aos desafios do dia-a-dia, principalmente relacionados ao trabalho no Terceiro Setor. Avalie também quais têm sido as formas de enfrentamento utilizadas pelas pessoas em sua equipe ou em sua organização, para que se certifiquem de que por meio do apoio mútuo possam criar formas de lidar com o estresse enfrentando o problema. Referências Antoniolli, Liliana; Vega, Edwing Alberto Urrea Vega; Haack, Pâmela; Duarte, Andrey Godoy; Macedo, Andréia Barcellos Teixeira; Souza, Sônia Beatriz Cócaro de; Coping dos profissionais da enfermagem: revisão integrativa de literatura. Open Science Research - ISBN 978-65-5360-055-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022 CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila Gonçalves. Síndrome de Burnout e estratégias de enfrentamento em professores de escolas públicas e privadas. Psicologia da Educação, vol. 26, n. 1, p. 29-46, 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752008000100003 . Acesso em: 08 mar. 2023. DIAS, Ewerton Naves; PAIS-RIBEIRO, José Luís. O modelo de coping de Folkman e Lazarus: aspectos históricos e conceituais. Rev. Psicol. Saúde, Campo Grande , v. 11, n. 2, p. 55-66, ago. 2019 . Disponível em < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2019000200005&lng=pt&nrm=iso >. acessos em 10 mar. 2024. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v11i2.642. Lazarus, R., & Folkman, S. (1984). Stress appraisal and coping. New York: Springer. PHOMENTA. Pesquisa: A saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores do terceiro setor. Campinas: SP. 2023. Disponível em: https://www.phomenta.com.br/pesquisa-saude-mental-e-bem-estar RUSBULT, C. E.; FARREL, D.; ROGERS, G. e MAINOUS III, A. G. (1988), «Impact of exchange variables on exit, voice, loyalty and neglect: an integrative model of responses to declining satisfaction». Academy of Management Journal, vol. 31(3), pp. 599-627. Zanatta AB, Lucca SR, Sobral RC, Stephan C, Bandini M. Estresse e coping entre trabalhadores de centros de atenção psicossocial do interior do estado de São Paulo. Rev Bras Med Trab.2019;17(1) DOI:10.5327/Z1679443520190300:83-89 Coping: estratégias para enfrentar períodos estressantes ou Coping: mais saúde mental em períodos estressantes ou Coping, estratégias de saúde mental em períodos estressantes
Por Maria Cecília Prates   14 mar., 2024
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