Metodologias ágeis mais utilizadas para gerenciar projetos

15 de setembro de 2022

Este conteúdo foi produzido por Vitor Freitas

A gestão ágil está cada vez mais presente no dia a dia dos gestores, seja para o gerenciamento de projetos específicos ou na própria dinâmica de trabalho da equipe.


No primeiro momento pode parecer que esse modelo de gestão é uma moda passageira, mas o fato é que o “ágil” existe há muitas décadas e merece todo o espaço que vem conquistando e consolidando dentro das discussões sobre gestão por transformar a forma como encaramos e gerenciamos projetos. 


Aqui no Portal você encontra conteúdos sobre como essa forma de
gestão pode beneficiar as ONGs por meio de uma maior adaptação às mudanças, velocidade e integração da equipe e partes do projeto, além das principais diferenças entre a gestão ágil de projetos e a tradicional que você pode acessar para se familiarizar mais com o tema. 


Neste artigo vou apresentar duas metodologias que podem ser utilizadas na sua ONG para testar a gestão ágil. Lembrando que cada projeto tem um contexto e um objetivo e o ágil não é a solução para tudo, mas sim uma nova forma de pensar seu ciclo de vida.


Métodos ágeis para gerenciar projetos


Kanban


Essa metodologia já é bem conhecida por aqueles que amam usar quadros na parede e notas adesivas. Simples, adaptável e extremamente útil, esse método consiste na utilização de uma lista de tarefas ou “checklist” organizada em diferentes quadrantes para criar uma visão ampla do que está sendo desenvolvido. 


O principal objetivo do Kanban é
organizar as atividades de forma transparente e bem visual para que a equipe consiga acompanhar a evolução do projeto e quais etapas estão em execução. 


Para utilizar essa ferramenta basta criar um quadro e dividi-lo em 3 quadrantes: 


  • A fazer - atividades que precisam ser feitas;
  • Em processo - atividades que estão sendo realizadas;
  • Feito - atividades concluídas pela equipe. 


As atividades são inseridas dentro da ferramenta e movimentadas de acordo com seu status (a iniciar, em processo ou concluídas), permitindo maior acompanhamento, controle e transparência sobre o trabalho da equipe. 


Esse quadro pode ser feito de forma física utilizando uma lousa, por exemplo, ou de forma virtual por meio de plataformas de gerenciamento de atividades como o
Trello e o Asana. É possível até mesmo utilizar o Jamboard do Google para criar essa visualização. 


É importante listar as
atividades essenciais para o desenvolvimento do projeto e fica a cargo da equipe definir o quão detalhadas serão elas, podendo incluir na visualização desde informações básicas até o prazo limite e os responsáveis pela entrega. 


Scrum 


Talvez a mais famosa metodologia ágil, o Scrum
divide um projeto em diferentes ciclos de execução de atividades com tempo de duração fixo (geralmente 2 a 3 semanas), etapas de revisão e validação ao final de cada ciclo. 


Com papéis e responsabilidades bem definidos,
esse método de gestão de projetos permite a resolução de problemas complexos de forma gradativa, com maior acompanhamento, flexibilidade, adaptação, inovação e, consequentemente, maior eficiência nos resultados


Explicando de modo simplificado, é definido uma
lista de atividades chave que devem ser executadas para a entrega do projeto, após essa definição a lista é priorizada de acordo com sua importância e relevância para que o objetivo seja alcançado. Todo esse processo é feito pelo responsável pelo projeto. 


Com a lista em mãos, a equipe se reúne para planejar quais atividades serão realizadas no primeiro do
ciclo de execução, chamado de Sprint, em conjunto com o responsável pelo projeto e um facilitador para apoiar a equipe a entregar as atividades pretendidas. 


Dentro da metodologia, diariamente são realizadas
reuniões rápidas de acompanhamento (até 15min) para que a equipe reflita o que está sendo feito e o que precisa ser realizado/melhorado para concluir os objetivos da Sprint.


Ao final do ciclo de execução é realizado um
momento de revisão para avaliar o que deu certo, o que deu errado e quais são as ações ou mudanças que devem ser realizadas para a próxima Sprint. Assim, o método vai se desenvolvendo com planejamento-execução-revisão, ciclo após ciclo, até o encerramento do projeto com sua entrega final


É importante destacar que apresentei de modo muito simplificado a metologia, que possui diferentes rituais e papéis definidos para que a condução dos ciclos seja feito de forma assertiva. Caso queira aprofundar nesse método, você pode
clicar aqui para acessar um artigo aprofundado de um dos parceiros do Portal do Impacto. 

 

Como implementar? 


Assim como toda nova ferramenta ou processo, é importante que a organização faça um diagnóstico sobre os projetos que desenvolve e tenha clareza sobre as etapas e conceitos do método que quer testar. 


Todas as metodologias têm pontos positivos e negativos, cada uma funciona melhor em determinado contexto e cabe ao gestor de projetos identificar esse contexto e qual mais se encaixa. Sendo possível inclusive combinar diferentes abordagens para aplicar uma que melhor se adapte às necessidades da organização, como o caso do  “Scrumban” que foi criado misturando o Kanban para organizar as atividades dentro de cada sprint do Scrum. 


Quando falamos de métodos ágeis estamos falando sobre teste e aprendizado, é importante testar diferentes ideias e formatos para que a organização encontre um meio de gerenciar seus projetos com maior eficiência. Não existe uma receita mágica ou metodologia perfeita, tudo depende do contexto e dos conhecimentos do gerente de projetos. 


Espero que esse texto tenha ampliado seu repertório sobre o gerenciamento de projetos e gerado mais curiosidade sobre os diferentes métodos que existem e que podem ser um ponto de virada dentro da sua organização.



Vitor Freitas é agente do Círculo de Fortalecimento de ONGs da Phomenta.


Inscreva-se na nossa Newsletter

Últimas publicações

Por Maria Cecilia Prates 28 de outubro de 2025
Nem tudo que é medido gera impacto real. Este artigo reflete sobre os riscos da obsessão por métricas no Terceiro Setor e como o foco excessivo em números pode distorcer o verdadeiro propósito social das organizações.
Por Rosana Meneses 16 de outubro de 2025
Entre metas, editais e sobrecarga, muitas gestoras do Terceiro Setor vivem o desafio de fazer tudo sozinhas. Neste relato,você verá lições práticas sobre como equilibrar a gestão de projetos e a captação de recursos sem perder a saúde, nem o propósito.
Por Fernando Porto 13 de outubro de 2025
Aprenda como usar o storytelling para engajar e inspirar. Descubra como ONGs podem criar narrativas autênticas que despertam empatia, fortalecem vínculos e mobilizam doadores.
Por Kamilly Oliveira 7 de outubro de 2025
Descubra como definir a missão e a visão da sua organização de forma prática e inspiradora. Um exercício essencial para alinhar propósito, estratégia e impacto social.
Por Ci Freitas 30 de setembro de 2025
O que realmente é turismo regenerativo? Vá além do sustentável e aprenda a sobre turismo sustentável e regeneração. Confira o artigo.
Por Instituto Phomenta 17 de setembro de 2025
Segundo o Governo Federal, para cada R$ 1 aplicado em projetos culturais, até R$ 1,60 volta para a economia. Esse movimento gera emprego e renda, amplia o acesso à arte e à educação e cria novas oportunidades de desenvolvimento. Apesar desse potencial, muitas organizações culturais atuam com orçamentos reduzidos e equipe limitada. Um levantamento da Iniciativa Pipa e do Instituto Nu aponta que 31% das organizações periféricas de cultura e educação têm orçamento anual de até R$ 5 mil, e 58% funcionam de forma totalmente voluntária, sem equipe remunerada. São iniciativas que já promovem impacto real, mas enfrentam dificuldades para acessar leis de incentivo, conquistar patrocínios e participar de editais. Porém, com apoio direcionado, podem fortalecer sua atuação e alcançar mais pessoas. Fortalecimento e oportunidade de crescimento O Programa de Aceleração Cultural é uma iniciativa do Instituto Phomenta, em parceria com o Ministério da Cultura e patrocínio do Grupo Ultra e suas unidades de negócio: Ultragaz, Ultracargo, ICONIC, Ultra e Instituto Ultra e Ipiranga. A proposta é apoiar organizações que atuam com cultura e educação, oferecendo formações e acompanhamento para melhorar a gestão, ampliar as estratégias de captação e facilitar o acesso a Leis de Incentivo à Cultura. O programa é gratuito, online, acessível para pessoas com deficiência e acontecerá no 2º semestre de 2025, com 40 horas de duração entre encontros ao vivo, atividades práticas e mentorias individuais. Além do conteúdo, as organizações participantes receberão bolsa auxílio de até R$ 2.000, como incentivo para participação ativa. Quem pode participar Organizações localizadas em São Paulo (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Duque de Caxias (RJ) que: Tenham pelo menos 1 ano de existência e CNPJ ativo Desenvolvam atividades culturais com caráter educativo, como oficinas, cursos, programas de formação, acompanhamento pedagógico e ações culturais que visem ensino e transformação social Possuam canais de comunicação ativos (site e/ou redes sociais) Não promovam partidos políticos, religiões específicas, violência ou criminalidade Será necessário comprovar experiência mínima de 1 ano em ações culturais educativas durante a etapa de envio de documentos. O que será oferecido O Programa de Aceleração Cultural inclui mentorias personalizadas, formações em gestão, sustentabilidade financeira e captação de recursos, apoio para acessar Leis de Incentivo à Cultura e rodas de conversa para troca de experiências entre organizações participantes. Como incentivo à participação, cada organização poderá receber até R$ 2.000 em bolsa auxílio, considerando presença mínima de 75% nos módulos e participação nas atividades previstas. Por que participar Esta é uma oportunidade para fortalecer a atuação, ampliar a visibilidade e criar condições para que projetos culturais educativos se mantenham e cresçam. Além do conteúdo prático, o incentivo financeiro ajuda a garantir a presença de quem já enfrenta restrições orçamentárias. E a rede formada entre as organizações participantes favorece trocas e colaborações que podem gerar impacto duradouro. Como participar As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 01 de outubro de 2025. Após o cadastro, haverá uma sessão explicativa para apresentar o programa e tirar dúvidas, seguida do envio de documentação para análise. As organizações aprovadas participarão dos dois módulos e das mentorias individuais. Mais informações sobre o Programa de Aceleração Cultural estão disponíveis no botão abaixo!
mostrar mais

Participe do nosso grupo no WhatsApp para receber nossos conteúdos em primeira mão

Entrar para o grupo