WhatsApp como ferramenta de captação de recursos para o Terceiro Setor

23 de março de 2021

Assim como nós aqui da Phomenta, é muito provável que você também seja um usuário do WhatsApp. No Brasil, o aplicativo carinhosamente apelidado de “zap”, registrou a incrível marca de 120 milhões de usuários no ano de 2019. Tais números, somados ao fato de que cerca de 80% brasileiros o utilizam pelo menos uma vez a cada hora, faz com que o WhatsApp seja indispensável na hora de considerarmos estratégias de comunicação com nossos doadores, voluntários e atendidos. Nesta série, traremos três textos que irão auxiliar vocês, empreendedores do terceiro setor, com estratégias e dicas sobre como utilizar esta ferramenta a seu favor na captação de recursos para sua organização. Vamos lá?


Esqueça o WhatsApp tradicional


Isso mesmo, não estamos loucos. Desde 2018, o Whatsapp possui duas versões para o usuário: uma
Tradicional e outra denominada Business (negócio ou empresa, em inglês). O aplicativo, aqui chamado de tradicional, provavelmente é aquele que você está acostumado a utilizar em conversas com amigos, familiares, colegas de trabalho e até mesmo deve utilizá-lo como forma de comunicação oficial da organização.

Entretanto, não recomendamos a versão tradicional do aplicativo para esta última finalidade de comunicação. Afinal, se vamos utilizar o WhatsApp como forma de comunicação institucional, nos contactando a doadores, empresas, atendidos e voluntários, não faz sentido usarmos uma conta pessoal, não é mesmo?


E é nesse sentido que surge a versão
Business do aplicativo. Ela foi desenvolvida especificamente para organizações que desejam estar presentes no cenário digital com mais profissionalismo e eficiência em sua comunicação externa. Segundo pesquisa desenvolvida pela Morning Consult, mais de 80% de pequenas empresas do Brasil e da Índia disseram que a utilização do WhatsApp Business ajudou na comunicação com seus clientes e alegaram crescimento em suas vendas. E o mesmo resultado positivo pode ser alcançado em organizações do terceiro setor: engajando mais voluntários, firmando mais parcerias e aumentando o número de doadores e o volume de doações.


Como cadastrar uma conta institucional no WhatsApp Business?


É muito simples ter acesso ao WhatsApp Business. O aplicativo é gratuito, leve e possui toda sua interface e textos em português. Compilamos a seguir três passos que te ajudarão nessa missão:

1. Baixe e instale o aplicativo do WhatsApp Business pela Google Play, caso seu aparelho celular tenha o sistema android ou na App Store para aparelhos com o sistema da Apple (iOS).


2. Acesse o aplicativo recém instalado e insira o número institucional para realizar o cadastro (Figuras X e Y). Diferente da versão tradicional, o WhatsApp Business permite cadastrar
um número fixo ao invés de um número celular.


3. Após o cadastro do seu número institucional, você receberá um código de confirmação para validar o mesmo. Caso tenha cadastrado um número institucional celular, seu código chegará por meio de uma mensagem SMS; caso tenha cadastrado um número fixo, o código chegará por ligação telefônica. Para ambos os casos, assim que estiver em posse do código, basta inseri-lo no aplicativo para ativação da conta.

Pontos de Atenção:

  • Cabe lembrar que você está criando uma conta no WhatsApp Business para sua organização. Por isso, é ideal contar com um número telefônico com finalidade institucional - seja celular ou fixo.
  • Caso você cadastre um número pessoal no WhatsApp Business, que já esteja cadastrado no WhatsApp tradicional, você perderá seu acesso pessoal no aplicativo tradicional. Isso acontece porque cada número telefônico pode ser cadastrado em apenas um tipo de WhatsApp.


Em um mesmo aparelho celular podemos instalar ambas as versões do WhatsApp, desde que cadastrados em dois números diferentes. Entretanto, recomendamos que utilize um aparelho à parte para a versão
Business, destinado apenas para realizar suas atividades na conta institucional.

Principais funcionalidades do WhatsApp Business


Agora que você já está com o WhatsApp Business instalado e cadastrado, vamos aprender algumas de suas funcionalidades que irão facilitar sua comunicação? 


Para ter acesso as principais ferramentas do aplicativo, na tela inicial, clique nos três pontinhos no canto superior direito e em seguida selecione a opção “Configurações da Empresa”. Lá você terá acesso as seguintes ferramentas: Perfil Comercial, Catálogo, Mensagem de Ausência, Mensagem de Saudação, Respostas Rápidas, Etiquetas e Link Curto.


Perfil Comercial

Para organizações que querem ser facilmente visualizadas pelos doadores, parceiros e voluntários, o aplicativo permite a criação de um perfil comercial. Este perfil contém espaços específicos para informações como endereço comercial, e-mail para contato, descrição da organização, link para site oficial e horário de funcionamento. Como foto de perfil é interessante utilizar a logo da sua organização.


Montar um bom perfil comercial é fundamental para passar credibilidade, profissionalismo além de apresentar informações-chave sobre sua organização.


Catálogo

Esta ferramenta foi desenvolvida com o propósito de auxiliar empresas e organizações a divulgarem seus produtos e serviços através de mensagens sem precisar enviar aos clientes uma série de fotos. No catálogo é possível adicionar itens juntamente com as suas respectivas fotos, descrições e preço. Para esta ferramenta, caso sua organização não trabalhe com a venda de produtos e oferta de serviços, o catálogo também pode ser utilizado para divulgar valores fixos de doação e seus respectivos impactos, apadrinhamento ou até mesmo vagas de voluntariado.


Uma das vantagens dessa ferramenta é que seu catálogo pode ser facilmente compartilhado por mensagens particulares e em grupos. Terceiros que receberam seu catálogo conseguem também compartilhá-lo em suas redes de familiares e amigos - quando uma pessoa recebe seu catálogo e se interessa pelo que vê, basta um clique e pronto, já estará em uma conversa de WhatsApp com sua organização para se informar e quem sabe já realizar uma doação!


Whatsapp catálogo

Mensagens de Ausência e de Saudação

A mensagem de ausência é uma funcionalidade que pode ser utilizada em dias e horários em que a organização não está aberta e recebe algum contato pelo número do WhatsApp Business. Quando isto acontecer e a função estiver ativada, esta pessoa receberá automaticamente uma mensagem avisando a indisponibilidade. A mesma automatização acontece com a mensagem de saudação, porém ela é ativada quando uma nova pessoa entra em contato pela primeira vez com sua organização em horário de funcionamento e, assim, recebe uma mensagem de saudação. Ambas as mensagens são completamente personalizáveis para você deixar do jeito que preferir.

Whatsapp mensagem automática

Respostas Rápidas

Cansados de responder a mesma informação para diferentes pessoas? Seus problemas acabaram! Com a funcionalidade respostas rápidas você consegue configurar, personalizar e salvar uma série de respostas rápidas para evitar digitar dezenas de vezes a mesma mensagem para diferentes contatos. Você pode personalizar respostas rápidas relacionadas a informações sobre o bazar, programa de voluntariado ou até mesmo sobre aquela feijoada solidária. Com isso você ganha agilidade no contato e tempo para focar no que realmente importa.

Whatsapp mensagem

Etiquetas

As etiquetas que possuem a função de rotular suas mensagens e conversas em categorias específicas. O principal motivo para usarmos essa funcionalidade é garantir que a caixa de mensagens esteja organizada para não deixarmos nenhum doador esperando sem resposta e, até mesmo, desistir da doação.

Por padrão, o WhatsApp Business já vem configurado com 5 etiquetas padrão que você consegue alterar de acordo com sua necessidade. Como exemplo, você pode rotular conversas nas etiquetas "Doadores PJ", "Doadores Recorrentes", "Voluntários", "OSCs Parceiras", etc.

Whatsapp etiquetas

Para aplicar as etiquetas basta selecionar as conversas que você quer classificar, clicar no ícone de etiqueta que aparece no topo de sua tela assim que você seleciona alguma conversa, escolher qual etiqueta vocês quer incluir para as conversas selecionadas (é possível selecionar mais de uma etiqueta para a mesma conversa caso se encaixe em tipos diferentes) e pronto, suas conversas já estão rotuladas. 


Esta ferramenta facilita a segmentação de público para enviar campanhas de comunicação, marketing e vendas personalizadas e adaptadas para cada tipo específico de pessoa.


Link Curto

O WhatsApp Business fornece a seus usuários a possibilidade de criar um link de acesso curto que direciona, aqueles que nele clicarem, diretamente para uma conversa com sua organização. Este link pode ser copiado e utilizado em textos digitais ou impressos. E tem mais: nessa mesma área você consegue criar um QR Code que também levará direto a uma conversa no WhatsApp.

Phomenta Whatsapp

Com apenas um clique, ou apontar de câmera para o código, seu próximo doador consegue acessar diretamente o canal de conversa com sua organização, simples assim.

Nesta primeira parte de uma série de três textos, apresentamos o WhatsApp Business, como começar a utilizá-lo, suas principais funcionalidades e como elas podem te ajudar na comunicação de sua organização e consequentemente na obtenção de mais contatos, parceiros e doadores. Na segunda parte,  iremos apresentar formas engajadoras de se comunicar com seu público a partir da criação de textos e imagens mais claros, objetivos e impactantes. Não deixem de nos acompanhar.


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Uma boa gestão de conflitos transforma positivamente o ambiente organizacional ao aplicar princípios de comunicação eficaz. Neste artigo, abordaremos o livro “Conversas Difíceis: Como Discutir o Que Mais Importa”, resultado de 15 anos de pesquisa do Projeto de Negociação de Harvard, que oferece ferramentas para gerenciar relacionamentos e solucionar conflitos em diversas situações. Queremos te ajudar a organizar seus pensamentos antes de começar uma conversa difícil assim como o livro sugere. O primeiro passo é entender os três tipos de conversa. Ao final, sugerimos práticas a serem seguidas. Boa leitura! As Três Conversas Centrais e a Ação da Boa Gestão O livro revela que toda conversa difícil é composta por três "conversas" subjacentes: a Conversa "O que aconteceu?", a Conversa das Emoções e a Conversa da Identidade. A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. Esse cenário ilustra como a suposição de que “a culpa é sempre do outro” gera impasse, pois cada parte adota a mentalidade “eu estou certo, você está errado”. Já quando falamos no tipo das Conversa das Emoções : as emoções negativas, se não forem gerenciadas, podem transformar uma conversa em confronto, pois a adrenalina liberada pode "deixar o cérebro em branco". Uma boa gestão ajuda a conhecer e expressar sentimentos adequadamente, e a mudar a percepção para alterar a maneira como os sentimentos são experimentados. Isso alivia a ansiedade e permite foco na resolução do problema. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: imagine que um gestor solicite a um colaborador que faça ajustes em um relatório até o final do dia. O funcionário pode entender esse pedido como “falta de confiança na minha competência” e reagir com irritação ou resistência, mesmo que a intenção do gestor não seja punir, mas sim assegurar a qualidade. Essa interpretação precipitada de “más intenções” gera tensão e impede que ambos discutam a real necessidade de melhoria de conteúdo. Por fim, quando falamos da Conversa da Identidade: é quando uma conversa difícil ameaça a auto-identidade de alguém (questões como "sou competente?", "sou uma boa pessoa?"), e as pessoas podem reagir defensivamente. A boa gestão auxilia a fundamentar a identidade dos colaboradores, focando no valor próprio e na capacidade de examinar-se objetivamente e admitir falhas sem medo. Além disso, a gestão eficaz desiste de tentar controlar as reações dos outros, focando em influenciar e adaptar a própria autopercepção. Exemplo de conflito – Avaliação de desempenho e abalo de autoestima: durante uma avaliação de desempenho, é comum um superior dizer: “seu desempenho no trabalho é tão ruim; você acha que pode competir pela promoção?”. Ao ouvir isso, o colaborador sente sua autoestima ameaçada e parte para uma reação defensiva (“Vou provar que sou competente”), gerando um impasse. Ao invés de entrar nesse ciclo, o texto sugere que o profissional reflita sobre a crítica, aceite falhas e mantenha a “identidade fundamentada” para permitir um diálogo construtivo. Passos Práticos para uma Gestão de Conversas Eficaz Além de abordar as três conversas, o livro oferece passos práticos que uma boa gestão pode seguir para lidar com conversas difíceis de forma mais eficaz: Esclarecer o propósito da conversa: antes de iniciar, o gestor deve ter clareza sobre o objetivo. Para isso, pergunte-se "o que eu preciso?" e "qual é meu objetivo?", assim é mais fácil manter a conversa no rumo certo e evitar desvios. Começar com uma abertura neutra: abordar a questão imparcialmente, como um observador ajuda a reduzir a defensividade e abrir caminho para um diálogo mais construtivo. 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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
Por Pollyana Bonvecchi 27 de março de 2025
Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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