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Planejamento: implementando tendências do Terceiro Setor para 2024

fev. 08, 2024

Explore como o planejamento, focado nas tendências do terceiro setor para 2024, pode otimizar a atuação e o impacto das ONGs

Já estamos em fevereiro e se você ainda não começou o planejamento estratégico para a organização onde atua, a gente está aqui para te ajudar! E se você já finalizou esta etapa, este artigo pode trazer algumas novidades e tendências para complementar seu planejamento.


Se você acompanha a Phomenta, deve ter visto que em dezembro do ano passado, foi realizada a Webinar 2024- Tendências para o Terceiro Setor. Durante o evento virtual, parte da nossa equipe discutiu algumas tendências que podem apoiar sua equipe no processo de planejamento. Mas por que? Sabemos que a estruturação das ações das organizações auxiliam na definição de prioridades, alocação de recursos, identificação de prioridades e antecipação de alguns riscos.


Por este motivo, falar sobre as tendências podem influenciar a sua organização nas estratégias de longo prazo, apresentando as novidades e tecnologias que já estão sendo utilizadas no Terceiro Setor. Vamos conferir?


Principais Tendências do Terceiro Setor para 2024


O evento realizado pela Phomenta obteve 600 inscritos que ao realizarem sua inscrição, responderam sobre quais tópicos poderiam ser tendência em 2024. A partir das devolutivas, a equipe chegou a cinco principais tendências para o Terceiro Setor: Captação de Recursos, Inteligência Artificial, Projetos Sociais e ESG (Environmental, Social and Governance).


A partir disso, cinco tendências foram abordadas na webinar: Investimento Social e ESG, Saúde Mental, O digital e a captação, OSCs e governo e Inteligência artificial.


  • Investimento Social e ESG: O termo ESG (Environmetal, Social, Governança) é cada vez mais buscado no Google. A novidade é que a partir de 2026, as empresas de capital aberto vão precisar reportar alguns dados ESG.
  • Saúde Mental: A necessidade de construir ambientes de trabalho mais saudáveis também foi um tema abordado na tendência de saúde mental, visto que doenças como burnout são cada vez mais comuns. A pesquisa “Saúde Mental e Bem-Estar no Terceiro Setor” foi utilizada como base para falar do tema. 
  • O digital e a captação: Nesta tendência, a Phomenta chama atenção para o uso dos celulares, redes sociais e consequentemente dos influenciadores para a captação de recursos para as ONGs.
  • OSCs e o governo: O retorno da Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foi uma novidade discutida na webinar, além da representação dos movimentos sociais e organizações no Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (CONFOCO) e outras iniciativas do Governo Federal que também foram debatidas.
  • Inteligência artificial: A geração de ideias, textos e imagens através da inteligência artificial, como o ChatGPT, também foi apresentada. O impacto dessa tecnologia na sociedade também foi levado em consideração.


 Tecnologia e Inovação no Planejamento das ONGs


A tecnologia está impactando todos os âmbitos da nossa vida, tanto pessoal quanto profissional e é preciso se adaptar a ela. Pensar nesse termo, é pensar em facilitar o trabalho feito por nós, mas como podemos aplicar a tecnologia no planejamento das organizações?


Uma das tendências já apresentadas é a Inteligência Artificial. A partir da IA, é possível realizar algumas tarefas que antes eram realizadas apenas por pessoas e adotar essa ferramenta pode ser muito útil para as ONGs que muitas vezes possuem equipes enxutas.


Através de ferramentas como ChatGPT, que produz textos, e Fireflies, que tem a capacidade de capturar áudios e vídeos e gerar transcrição em minutos, a otimização do tempo permite que os gestores possam focar em outras demandas das organizações.


O Portal do Impacto também já mostrou através de alguns artigos que a Inteligência Artificial pode ser uma aliada para as organizações e você pode conferir a série “Inteligência Artificial e seu potencial para as ONGs”.


Sustentabilidade e Impacto Social no Planejamento


Cada vez mais presente nas ações e decisões das empresas, a sustentabilidade também deve estar presente no planejamento estratégico da organização onde você atua. Enquanto tendência para 2024, a sustentabilidade é um dos pilares do ESG (Ambiental, Social e Governança), termo cada vez mais pesquisado no Google.


Como em iniciativas privadas, a sustentabilidade deve ser entendida como uma diretriz estratégica das organizações, e para que isso aconteça, o planejamento é essencial. Além disso, para que essas ações saiam do papel, os gestores devem se informar sobre o tema e entender mais sobre a prática para que possam adaptar práticas ESG em suas organizações, como a mensuração de impacto, uma prática de governança.


A partir do entendimento sobre o tema, é possível que, assim como as empresas, as ONGs possam atingir objetivos de transparência, equidade e sustentabilidade. Para saber mais sobre o tema, leia o artigo “O que é ESG e porque é importante para as ONGs?”.


Engajamento Comunitário e Planejamento


De acordo com a Pesquisa Doação Brasil do ano de 2022, 17% das doações que as ONGs recebem são estimuladas por influenciadores nas redes sociais. O digital também é uma tendência para este ano e o planejamento de comunicação é essencial para o contato com os stakeholders. 


O Portal do Impacto possui inúmeros textos que destacam a importância do marketing e redes sociais para as organizações. Dentre eles, o artigo “Guia prático para o planejamento orçamentário de comunicação em projetos de ONGs”, poderá te auxiliar na construção anual do orçamento da organização. Por meio de um planejamento, é possível criar estratégias para alocação de recursos, como a busca de financiamento através de editais, por exemplo.


Assim como as redes sociais, outras estratégias de comunicação também podem ser adotadas para que as OSCs consigam se conectar melhor com as comunidades, um exemplo disso, é a Entrevista de Empatia, um termo que tem aparecido de forma recorrente no portal e que tem como finalidade estabelecer uma relação de confiança e abertura com o público-alvo. Leia o artigo “Como a Entrevista de Empatia pode te ajudar a conhecer melhor o público de sua organização?” e saiba mais sobre o tema.


Preparando sua ONG para 2024


Para que 2024 seja um ano de sucesso, é necessário que as organizações estejam preparadas para todos os desafios que virão e para isso, a constante atualização da equipe que atua no Terceiro Setor é fundamental.


As cinco tendências abordadas neste artigo são apenas algumas das novidades que estão acontecendo e esperamos que este texto seja um convite para que você esteja se prepare para fazer diferente este ano e consiga prosperar em um setor com tantos desafios.


Se você chegou até aqui, te convido para acessar a apresentação do 
Webinar 2024- Tendências para o Terceiro Setor.  O documento possui todas as informações, dados e imagens que foram apresentados no evento virtual do ano passado.




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De acordo com o pesquisador brasileiro Ewerton Naves Dias, Ph.D em Psicologia pela Universidade do Porto, no Coping , consideramos o estresse como algo contextual, “o que significa que se trata de um processo de relação entre a pessoa e o ambiente e que se transforma ao longo do tempo. Desse modo, ele é definido como uma situação avaliada pelo indivíduo como significativa e com demandas que excedem seus recursos para lidar com o respectivo evento”. Diferente dos mecanismos de defesa, que acontecem de forma inconsciente, as estratégias de enfrentamento utilizam-se da percepção da pessoa frente ao evento estressor, desencadeando pensamentos avaliativos sobre suas ferramentas internas e externas e o controle ou não da situação, a fim de escolher sua forma de lidar com a situação. Categorias ou possibilidades de enfrentamento Apesar de Lazarus e Folkman definirem as duas principais categorias de enfrentamento, podemos encontrar na literatura algumas variações dessas estratégias, sendo as mais comuns: 1) Enfrentamento com foco no problema: Quando acredita-se que é possível alterar aspectos do ambiente, diminuindo ou eliminando os fatores de estresse e atuando de forma ativa. Alguns exemplos de ações, baseadas no contexto organizacional do Terceiro Setor, são: Análise crítica e detalhada do problema gerador de estresse Conversas individuais com pessoas que estão diretamente envolvidas na situação Conversas em grupo ou equipe, caso seja uma questão que influencie o bem-estar de várias pessoas Planejamento e criação de resoluções coletivas de enfrentamento ao problema Busca de apoio externo de especialistas 2) Enfrentamento com foco na emoção: Baseado na crença de que o ambiente é pouco alterável ou imutável, o indivíduo busca recursos para lidar com os sentimentos derivados do estresse, de forma a prolongar sua permanência na situação até que as circunstâncias mudem. Este é um tipo de enfrentamento moderado e pode ser realizado com: Fortalecimento de técnicas de autocontrole emocional Busca de apoio social (inclusive de colegas de equipe) ou psicológico para a descoberta de novas possibilidades de enfrentamento Investimento em hobbies ou atividades de lazer que minimizem os sentimentos negativos e promovam distração Desenvolvimento de práticas espirituais ou religiosas 3) Enfrentamento evitativo: Esta estratégia considerada passiva, também fundamentada na crença de que não há controle sobre as circunstâncias, engloba o afastamento, fuga, esquiva ou desligamento mental do problema. Aqui a pessoa escolhe evitar o conflito, lidar com os sintomas do estresse e economizar energia emocional. Qual estratégia usar? Os estudos que avaliam a predominância e a eficácia da utilização de cada tipo de coping divergem de acordo com o público pesquisado, considerando, no entanto, a variabilidade dos diferentes tipos de personalidade. Por exemplo: Uma análise feita com trabalhadores de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) em Campinas (ZANATTA, 2019), verificou que a estratégia mais utilizada pelos profissionais destes espaços foi a de resolução de problemas, onde há a elaboração de planos de ação e alternativas com o objetivo de resolução da situação. Pesquisas realizadas com profissionais da saúde que trabalham em hospitais e analisadas pela Profª Drª Liliana Antoniolli (2022), afirmam que o coping mais utilizado pelas entrevistadas eram os baseados no enfrentamento com foco na emoção, onde empregavam um esforço cognitivo para ressignificar as experiências laborais “controlando emoções, como tristeza, medo e estresse, que emergem devido a situação conflitante”. Observa-se que a tendência de utilização de cada estratégia está positivamente ligada à experiência e idade dos profissionais, sendo que, quanto maiores mais o profissional tenderia a utilizar o enfrentamento com o foco no problema, enquanto os mais jovens tendem a escolher com mais frequência o afastamento (ou evitação) do estressor, por meio de um isolamento autoimposto. Outra proposta de estratégias de coping defendida pelo pesquisador Caryl Rubust (1988), da Vrije Universiteit em Amsterdã , Holanda , destacou outras quatro alternativas de enfrentamento, relacionadas ao ambiente de trabalho, que ele chamou de EVLN (Exit/Voice/Loyalty/Neglect), traduzido para o português como: saída, voz, lealdade e negligência. Nelas, o indivíduo escolheria: Saída: Sair do trabalho e encontrar um emprego melhor Voz: Tentar melhorar a situação conflitante com a sua voz Lealdade: Ser motivadas a apoiar ativamente a organização, ignorando seus incômodos Negligência: Concentrar-se em seus interesses não relacionados ao trabalho e "negligenciar" sua situação de trabalho insatisfatória De acordo com Lazarus e Folkman, as Estratégias de Enfrentamento ainda podem ser Adaptativas ou Desadaptativas, ou seja, quando as estratégias utilizadas são saudáveis e conseguem minimizar os sentimentos desagradáveis e desmotivadores são consideradas positivas/adaptativas. Em contraponto, quando não são saudáveis (recorrer a um vício como o cigarro, drogas ou bebidas alcoólicas, por exemplo) a estratégia é considerada negativa/desadaptativa. Como o Terceiro Setor tem lidado com os sintomas de estresse? Na “Pesquisa - A Saúde Mental e o Bem-Estar dos profissionais do Terceiro Setor ”, publicada pela Phomenta, em 2023, foram utilizados alguns questionamentos quanto às estratégias que as pessoas entrevistadas usavam para lidar com os sintomas de estresse oriundos do trabalho nas organizações sociais brasileiras, e encontramos nos resultados que: 69% relataram realizar atividades físicas 66% procuraram ajuda profissional de psicólogos, psiquiatras ou outros tipos de terapias alternativas 20% fazem uso regular de medicamentos calmantes e/ou ansiolíticos Percebemos com esses dados, que a maior parte das estratégias utilizadas pelos respondentes da pesquisa são do enfrentamento com foco na emoção, o que pode amenizar temporariamente a angústia e a desmotivação de quem passa por estresse de forma recorrente, mas que a médio prazo acaba gerando a saída deste colaborador, o que podemos observar nas altas taxas de rotatividade do setor. As Profª Drª Mary Sandra Carlotto e Sheila Gonçalves Câmara da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA/Canoas, em suas pesquisas na área da educação, concordam com a constatação de que as estratégias de coping focadas no problema são estratégias adaptativas (positivas) que auxiliam os profissionais a enfrentar os problemas que surgem em seu ambiente organizacional. Elas também acrescentam que esse estilo de enfrentamento pode levar a um aumento dos níveis de realização profissional. Apesar de várias organizações sociais no Brasil relatarem, na Pesquisa da Phomenta (2023), que já estão implementando ações para amenizar os sintomas de estresse de seus colaboradores, como apoio psicológico, momentos de confraternização e lazer, formações e palestras, dentre outras, e estarem discutindo temáticas relacionadas à saúde mental e ao bem-estar, as mesmas ações precisam de coerência prática para realmente efetivar uma melhora da saúde coletiva. A publicação ressalta: “[...] é crucial que a organização não apenas introduza tais medidas, mas também promova mudanças que abordem os causadores de estresse, como o excesso de demanda e prazos apertados. A saúde mental não é apenas sobre discutir ou promover a conscientização, é também sobre criar um ambiente de trabalho sustentável onde os trabalhadores se sintam apoiados em suas rotinas diárias. Quando a liderança trabalha horas excessivas e perpetua um senso de urgência, por exemplo, isso pode enviar uma mensagem contraditória à equipe, sugerindo que, apesar das iniciativas de bem-estar, a cultura de trabalho exaustivo ainda prevalece”. Autoavaliação Como enfatizado no início do texto, o coping tem como característica principal a escolha consciente de sua reação frente ao estresse, o que nos leva a crer que para ser feita da forma mais eficaz, deve ser percebida, avaliada e monitorada com o passar do tempo. Dessa forma, faça agora uma autoavaliação de quais têm sido suas escolhas frente aos desafios do dia-a-dia, principalmente relacionados ao trabalho no Terceiro Setor. Avalie também quais têm sido as formas de enfrentamento utilizadas pelas pessoas em sua equipe ou em sua organização, para que se certifiquem de que por meio do apoio mútuo possam criar formas de lidar com o estresse enfrentando o problema. Referências Antoniolli, Liliana; Vega, Edwing Alberto Urrea Vega; Haack, Pâmela; Duarte, Andrey Godoy; Macedo, Andréia Barcellos Teixeira; Souza, Sônia Beatriz Cócaro de; Coping dos profissionais da enfermagem: revisão integrativa de literatura. Open Science Research - ISBN 978-65-5360-055-3 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022 CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila Gonçalves. Síndrome de Burnout e estratégias de enfrentamento em professores de escolas públicas e privadas. Psicologia da Educação, vol. 26, n. 1, p. 29-46, 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752008000100003 . Acesso em: 08 mar. 2023. DIAS, Ewerton Naves; PAIS-RIBEIRO, José Luís. O modelo de coping de Folkman e Lazarus: aspectos históricos e conceituais. Rev. Psicol. Saúde, Campo Grande , v. 11, n. 2, p. 55-66, ago. 2019 . Disponível em < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2019000200005&lng=pt&nrm=iso >. acessos em 10 mar. 2024. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v11i2.642. Lazarus, R., & Folkman, S. (1984). Stress appraisal and coping. New York: Springer. PHOMENTA. Pesquisa: A saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores do terceiro setor. Campinas: SP. 2023. Disponível em: https://www.phomenta.com.br/pesquisa-saude-mental-e-bem-estar RUSBULT, C. E.; FARREL, D.; ROGERS, G. e MAINOUS III, A. G. (1988), «Impact of exchange variables on exit, voice, loyalty and neglect: an integrative model of responses to declining satisfaction». Academy of Management Journal, vol. 31(3), pp. 599-627. Zanatta AB, Lucca SR, Sobral RC, Stephan C, Bandini M. Estresse e coping entre trabalhadores de centros de atenção psicossocial do interior do estado de São Paulo. Rev Bras Med Trab.2019;17(1) DOI:10.5327/Z1679443520190300:83-89 Coping: estratégias para enfrentar períodos estressantes ou Coping: mais saúde mental em períodos estressantes ou Coping, estratégias de saúde mental em períodos estressantes
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