Como a Entrevista de Empatia pode te ajudar a conhecer o público de sua organização?

24 de janeiro de 2024

Entendendo as partes interessadas: a importância da Entrevista de Empatia como ferramenta estratégica.

Para conhecer melhor as partes interessadas de sua organização é essencial compreender suas reais necessidades. Afinal, é a partir dessa compreensão que será possível estabelecer uma relação de confiança e abertura com seu público-alvo.Sem perguntar ou entrar na realidade de uma pessoa, não podemos afirmar nada. Então, a entrevista de empatia é uma ferramenta que pode ser sua aliada nessa busca.


Identificar a realidade da outra pessoa em profundidade requer o entendimento do que elas estão pensando, como elas resolvem determinadas atividades/desafios cotidianos, os motivos e os sentimentos que são despertados ao se engajar, desmotivar, gostar ou não de determinado produto, serviço, ferramenta, espaço, evento etc..

Ao adaptar essa ferramenta para as organizações da sociedade civil, seguimos os seguintes passos:

  1. Escolha quem é o público (voluntários, beneficiários, parceiros, membros da comunidade, colaboradores etc);
  2. Defina que resultado você gostaria de obter após compreender as necessidades de seu público;
  3. Produza um roteiro de perguntas, prepare-se e esteja pronto com questões bem definidas; 
  4. Realize a entrevista, ouça suas histórias, converse sobre sentimentos e demonstre interesse no que as pessoas têm a dizer; 
  5. Faça a aferição das respostas: com as respostas apuradas, seguimos na análise delas
  6. E, por fim, avalie quais decisões tomar com base no que aprendeu a partir da experiência de escuta feita.


Torne esse processo um espaço de escuta ativa. A seguir, você vai conferir um passo a passo de como essa entrevista acontece e como construir um roteiro com questões eficazes para aprender sobre o comportamento de seu público e criar caminhos para que essas pessoas se sintam valorizadas e atendidas em suas necessidades. 


A entrevista de empatia é uma ferramenta que pode ser usada em diferentes contextos, por exemplo:

  •  Ouvir a percepção das empresas sobre o que as motiva doar ou o que elas buscam em potenciais parceiros;
  • Investigar os fatores de engajamento de voluntários e colaboradores;
  • Ou ainda, o que a comunidade assistida pensa sobre o trabalho realizado e de que forma sua organização pode promover melhorias nos serviços oferecidos.


Na prática: passo a passo da entrevista de empatia


A entrevista de
empatia possui quatro etapas essenciais:


1. Introdução e apresentação: um bom primeiro contato ajuda a gerar uma conexão mais forte com a pessoa entrevistada. É um momento para conquistar a benevolência da pessoa entrevistada e de criar uma conexão genuína com a mesma. 


Portanto,confira se ela tem tempo disponível para conversar com tranquilidade e se mantenha presente com assiduidade, conforme o horário combinado. Use frases como:

  • “Gostaria de entender sua opinião sobre (...)”
  • “Não é uma pesquisa, é um bate-papo”
  • Deixe claro que não existem perguntas certas ou erradas

Deixe a pessoa entrevistada à vontade e segura para responder as questões que serão levantadas. Esse primeiro contato será seu primeiro exercício de empatia. 


2. Quebra-gelo: a quebra-gelo é usado para criar proximidade com o entrevistado. Nesta fase, você pode utilizar perguntas como:

  • “Conte-me mais sobre o seu dia-a-dia”
  • “Conte-me sobre sua última (...)”
  • “Qual sua opinião sobre (...)”

Uma dica aqui é: demonstre interesse pela experiência pessoal da pessoa entrevistada. Isso também é uma forma de criar conexão.

Perguntas abertas: a pergunta aberta ajuda a entender as opiniões e comportamentos do entrevistado. Além disso, Pergunte mais “por que” do que “o que”; foco no sentimento; busque entender o que surpreende o entrevistado; “Como você se sentiria ao passar por essa etapa da jornada?”.


Sugestão Phomenta
: compartilhe uma história sua antes de buscar a história do entrevistado, evite perguntas em que a resposta possa ser sim ou não.


Perguntas Fechadas: cssas perguntas identificam as escolhas feitas pelo entrevistado. Trabalhe com alternativas para segmentar tipos de público, ofereça alternativas abrangentes.


Sugestão Phomenta
: faça uma pergunta de qualificação. Você já fez algum tipo de voluntariado/doação? (sim) (não) 


Agradecimento: agradeça pela atenção e pelo tempo. Educação e cordialidade são essenciais. Não esqueça de fazer a coleta de dados da pessoa entrevistada, como nome, idade, profissão, etc; “Obrigada pelo seu tempo”; “Como foi a experiência da entrevista para você?”.



Boas práticas para a entrevista de empatia


Para melhorar ainda mais a entrevista de empatia, você ainda podeseguir algumas recomendações que separamos para vocês, confira abaixo:

  • Buscar pessoas que não são fidelizadas - pessoas que já confiam no seu trabalho tendem a trazer apenas aspectos positivos; 
  • Criar ambiente de confiança, “tirar o peso de pesquisa”; 
  • Fazer acompanhamento da agenda: confirme o agendamento da entrevista; 
  • Utilizar a pesquisa como oportunidade de conhecer novas pessoas; 
  • Aproveitar o momento para evoluir como pessoa entrevistadora - a cada entrevista, você fica melhor no processo 
  • Evolução e revisão constante dos questionários. Nada está pronto e tudo pode ser adaptado conforme contextos e novos direcionamentos que possam vir a surgir.


O que não fazer: 

  • Incluir na pergunta a resposta desejada, issopode induzir a pessoa entrevistada. Nesse sentido evite perguntas como “Você gosta do nosso trabalho?”; 
  • Conduzir o entrevistado: é importante evitar perguntas que direcionam a resposta da pessoa para aquilo que queremos confirmar. Nesse caso, prime por fugir de conduções que possam ter “juízo de valor”; 
  • Falar sem parar: o objetivo da interação com o público é ouvir, assim, ouça e observe de forma atenta;
  • Ouvir apenas o que interessa: é muito comum desconsiderarmos aquilo que não está alinhado com o que acreditamos. É importante anotar feedbacks ou possíveis comentários “não tão bons”, mesmo que não concordemos com o que o outro está dizendo. Se a maioria disse a mesma coisa, temos que reavaliar o nosso modelo mental; 
  • Não se preparar: é essencial conhecer profundamente todas as perguntas e o que está buscando com cada uma delas. Além disso, tenha clareza sobre o que está buscando aprender com esta escuta;
  • Conversas como verdades: cuidado com os “pequenos números” que podem enviesar sua visão, ou seja, analise todos os dados coletados antes de tirar conclusões;
  • Medo de rejeição: isso significa desistir de realizar a interação, argumentando que não sabemos entrevistar, como acessar, etc;
  • Falar com qualquer pessoa: faça uma boa seleção de quem será entrevistado. Ao tentar descobrir os problemas ao dirigir um carro, não podemos entrevistar pessoas que não dirigem, não é mesmo? Por isso,  cuidado para não enviesar sua entrevista. Dessa forma, o conceito de “usuários extremos”, ou seja, que possuem vivências completamente diferentes, pode ajudar nessa seleção.


Exemplos de perguntas para te inspirar

  • Qual o seu objetivo ao buscar uma organização para apoiar?
  • Quando (certa situação) acontece, o que mais te incomoda? Por que?
  • Como você se sente quando (certa situação) acontece?
  • Como você lida com esses sentimentos?
  • O que você espera quando faz (certa ação)?
  • O que te motiva a realizar (certa ação)?
  • Quando a ação é bem-sucedida, como você se sente?
  • Como você entende que a ação foi bem-sucedida?
  • Por que você apoia esta organização e não outras?
  • Por que você ainda não é doador? O que te faria tomar essa decisão? O que falta para tomar esta decisão?
  • Como você sabe se pode confiar em uma organização?


Lembre-se sempre que a principal finalidade de uma
Entrevista de Empatia é construir uma conexão com a pessoa entrevistada a partir de conversas autênticas. Emoções e motivações são importantes neste processo, não as deixe de lado.


E, por fim, lembre-se que podemos perder grandes oportunidades ao termos em mente que já sabemos a resposta da pessoa entrevistada. É crucial questionar, mesmo que já tenhamos a pré-concepção da resposta que a mesma poderá nos dar, aproveite essa conexão para (re)descobrir as experiências de seu público.



E aí, gostou do tema? Caso tenha interesse em saber mais, confira a seleção de conteúdos referentes à temática que temos aqui no Portal:


Desejamos uma boa leitura!


Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor, o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação com o objetivo de apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


Todo o conhecimento gerado no projeto foi consolidado no e-book “Guia para inovar no Terceiro Setor” traz um glossário com os principais termos utilizados na área, além de detalhar como conduzir o ciclo de inovação dentro das organizações, com ferramentas adaptadas à realidade do setor. Ideal para as pessoas que querem dar seus primeiros passos para inovar.


A publicação mostra como simplificar a tomada de decisão, criar e experimentar soluções de forma rápida, econômica e simples para os desafios identificados na gestão das organizações. O guia é digital e está disponível gratuitamente para download.


Baixe agora o Guia para inovar no Terceiro Setor


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Uma boa gestão de conflitos transforma positivamente o ambiente organizacional ao aplicar princípios de comunicação eficaz. Neste artigo, abordaremos o livro “Conversas Difíceis: Como Discutir o Que Mais Importa”, resultado de 15 anos de pesquisa do Projeto de Negociação de Harvard, que oferece ferramentas para gerenciar relacionamentos e solucionar conflitos em diversas situações. Queremos te ajudar a organizar seus pensamentos antes de começar uma conversa difícil assim como o livro sugere. O primeiro passo é entender os três tipos de conversa. Ao final, sugerimos práticas a serem seguidas. Boa leitura! As Três Conversas Centrais e a Ação da Boa Gestão O livro revela que toda conversa difícil é composta por três "conversas" subjacentes: a Conversa "O que aconteceu?", a Conversa das Emoções e a Conversa da Identidade. A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. 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Essa interpretação precipitada de “más intenções” gera tensão e impede que ambos discutam a real necessidade de melhoria de conteúdo. Por fim, quando falamos da Conversa da Identidade: é quando uma conversa difícil ameaça a auto-identidade de alguém (questões como "sou competente?", "sou uma boa pessoa?"), e as pessoas podem reagir defensivamente. A boa gestão auxilia a fundamentar a identidade dos colaboradores, focando no valor próprio e na capacidade de examinar-se objetivamente e admitir falhas sem medo. Além disso, a gestão eficaz desiste de tentar controlar as reações dos outros, focando em influenciar e adaptar a própria autopercepção. Exemplo de conflito – Avaliação de desempenho e abalo de autoestima: durante uma avaliação de desempenho, é comum um superior dizer: “seu desempenho no trabalho é tão ruim; você acha que pode competir pela promoção?”. Ao ouvir isso, o colaborador sente sua autoestima ameaçada e parte para uma reação defensiva (“Vou provar que sou competente”), gerando um impasse. Ao invés de entrar nesse ciclo, o texto sugere que o profissional reflita sobre a crítica, aceite falhas e mantenha a “identidade fundamentada” para permitir um diálogo construtivo. Passos Práticos para uma Gestão de Conversas Eficaz Além de abordar as três conversas, o livro oferece passos práticos que uma boa gestão pode seguir para lidar com conversas difíceis de forma mais eficaz: Esclarecer o propósito da conversa: antes de iniciar, o gestor deve ter clareza sobre o objetivo. Para isso, pergunte-se "o que eu preciso?" e "qual é meu objetivo?", assim é mais fácil manter a conversa no rumo certo e evitar desvios. Começar com uma abertura neutra: abordar a questão imparcialmente, como um observador ajuda a reduzir a defensividade e abrir caminho para um diálogo mais construtivo. Ouvir com atenção e expressar pensamentos claramente: estabelecer uma comunicação de mão dupla, onde o gestor pratica a escuta ativa para entender a perspectiva do outro e expressa suas próprias ideias de forma concisa e compreensível. Reformular a conversa quando ela chega a um impasse: ter a habilidade de trazer a discussão de volta ao foco quando ela se desvia ou estagna, garantindo que o problema seja resolvido. Isso exige a capacidade de "romper padrões de pensamento enraizados", ou seja, conseguir mediar e interferir nas falas para voltar ao objetivo inicial da conversa O Impacto Positivo Geral da Boa Gestão Ao aplicar esses princípios, uma boa gestão de conflitos transforma o ambiente organizacional. A capacidade de gerenciar bem os relacionamentos em diferentes situações, seja pessoal, profissional ou em negociações, é ampliada. 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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
Por Pollyana Bonvecchi 27 de março de 2025
Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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