Pedro Sá é graduado em Gestão Desportiva e de Lazer pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), possui uma história no setor social desde os 15 anos e, como profissional, já atuou na administração pública e privada; hoje atua como consultor independente em gestão de projetos de impacto e captação de recursos.
Como construir as metas de captação da sua ONG?
Este conteúdo foi produzido por Pedro Sá
Este é um tema interessante que conversa muito com outros artigos do Portal do Impacto.
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Definir metas para captação ou para qualquer tipo de projeto passa, antes de tudo, por
compreender o que se quer e onde se quer chegar. Para entender isso, é importante ter
muita clareza e discernimento. Hoje, gostaria de apresentar uma ferramenta muito simples, porém muito eficiente, para auxiliar você – empreendedor(a) do terceiro setor, mobilizador(a) de recursos ou consultor(a) de projetos – a melhorar sua definição de metas de captação.
Antes de definir metas e falarmos da ferramenta, precisamos saber nossos objetivos de captação! Quais são? No artigo
“Como escolher as estratégias de captação de recursos para sua ONG?”¹, abordamos alguns pontos importantes, por exemplo:
Qual o custo anual da minha organização, ou seja, quanto eu preciso captar para garantir a execução das atividades de forma plena durante 12 meses? Que tipos de estratégias eu posso/tenho condições de abraçar para alcançar esse objetivo? Com quem posso contar da minha equipe para trabalhar nessas estratégias?
Feito isso, é hora de partir para as metas!
Metas são nada menos do que aquele objetivo que queremos alcançar, que geralmente é representado por um número de forma quantificada e fragmentada.
Por exemplo:
“O custo anual da minha OSC Sorriso Feliz (fictícia) é o valor de R$ 400 mil reais, que manterá as atividades esportivas, culturais e sociais em funcionamento durante 12 meses.” Esse seria nosso objetivo, levando em conta que é o que precisamos captar para atender às nossas necessidades.
A partir do custo total geral da OSC, faço um movimento da visão macro (do total) para a visão micro (das particularidades). Quebro este custo total em algumas partes (metas), e uma das formas possíveis de se fazer isso é dividir os gastos por área de atuação. Posso considerar as atividades esportivas, sociais e culturais e mensurar na ponta do lápis quanto cada uma custa por 12 meses e projetar as metas com base nesse valor.
Nesse exemplo, terei basicamente três metas para atingir, uma para cada tipo de atividade. Uma vez definidas as estratégias de captação (vide artigo citado anteriormente), podemos projetar o valor de retorno para cada estratégia escolhida, utilizando a
ferramenta SMART² – um acrônimo das seguintes palavras em inglês: Specific (específico), Mensurable (mensurável), Attainable (alcançável), Relevant (Relevante) e Time based (tempo determinado).

Basicamente, para definir suas metas de forma eficiente, você precisa ter total atenção nesses cinco pontos:
Específico
- A meta não pode ser generalista, tal como “quero ter mais recursos para as atividades esportivas”, pois não tem como medir o êxito do projeto ou não. Nesse caso, estipule o quanto você deseja: “Quero
aumentar em 20% o recurso para as atividades esportivas .”
Mensurável
- Temos que ter condições de
medir a meta. Nesse caso, a medida será a comparação do resultado anterior com o resultado obtido ao final do processo, e o verificador será justamente a diferença do resultado. Para uma meta ser mensurável, ela deve responder às seguintes questões:
Qual é o resultado esperado?
Quanto tempo será necessário para a equipe alcançar a meta?
Trabalhando em nosso caso, teremos:
Qual é o resultado esperado? → Aumento de 20% do recurso para esporte.
Quanto tempo será necessário para a equipe alcançar a meta? → 12 meses.
Alcançável
- o
bom senso para entender as suas potencialidades e limites pode te proporcionar clareza para definir metas alcançáveis. É importante não colocar metas muito altas, que podem gerar mal estar na equipe caso não sejam atingidas. Porém, também é necessário o cuidado de não estipular metas muito baixas, que costumam proporcionar conforto e relaxamento aos colaboradores. Portanto, antes de criar uma meta, é fundamental avaliar os seguintes pontos:
Com base no histórico, é possível atingir a meta estabelecida?
Qual a opinião dos colaboradores? Eles acreditam que é possível alcançá-la?
Relevante
- para saber se uma meta é ou não relevante, podemos nos fazer algumas perguntas básicas, tais como: qual é o impacto positivo que essa meta vai gerar para nossa OSC, uma vez atingida? Qual o propósito de ela estar listada em nosso plano de ação? Se essa meta não existisse, que falta faria em nossa organização? Se você tem respostas que satisfazem essas perguntas e corroboram com a existência da meta, você está no caminho certo. Quanto mais relevante for a meta, mais motivados estarão os envolvidos. Claro, considerando que sejam metas alcançáveis.
Tempo Determinado - por último, não podemos esquecer que
toda meta precisa de um prazo a se cumprir. Caso contrário, todo o trabalho desenvolvido se perde no caminho. Imagine traçar a meta para ser atingida em 2 anos, sendo que o recurso será necessário em menos de 12 meses!
Desenhada suas metas, estipule
como você acompanhará os indicadores de cada uma delas e como você apresentará o resultado ao final do processo.
Monitore e avalie cada ação desenvolvida para o alcance das metas.
Uma última dica: aproprie-se do Ciclo PDCA³ (Plan: Planejar;
Do: Fazer, executar;
Check: Checar, verificar, mensurar; e
Act: Agir), que te ajuda a avaliar de forma dinâmica como as ações estão sendo desenvolvidas, o que está dando certo e o que precisa melhorar.
Mãos à obra!
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