As ONGs na era do metaverso

3 de março de 2022

Este conteúdo foi produzido por Daiany França Saldanha



Metaverso é o nome usado para denominar um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista, no qual as pessoas poderão conviver por meio de avatares customizados em 3D. Em outras palavras, é uma evolução da nossa internet atual¹.


Esta parece uma realidade distante do mundo das ONGs, concorda?


Mas esse é um fato que nós, profissionais do terceiro setor, deveríamos nos esforçar para reverter – é o que nos encoraja
esse texto², da Nonprofit Tech for Good.


A matéria diz que, nesse momento, as organizações da sociedade civil são praticamente inexistentes no metaverso, mas que
seria interessante nos aproximarmos da construção desse novo “ambiente”, pois precisamos garantir que ele seja inclusivo e que pessoas de comunidades marginalizadas assumam a liderança na sua formatação, uma vez que, em pouco tempo, o metaverso já se mostrou bastante sexista e racista.


Para Heather Mansfield, autora do texto, nos próximos anos poderão surgir ONGs no metaverso para ajudar a definir e implementar códigos de ética sobre diversos assuntos – desde os direitos humanos até seu impacto ambiental. Ela menciona que pessoas bem intencionadas do nosso setor são necessárias para explorar e fazer parte da discussão em torno do planejamento e experiência do metaverso. Você estaria disposto(a) a fazer parte disso?


No texto, também são apresentadas outras possibilidades para as ONGs. Segundo Mansfield, no nível mais básico,
veremos outdoors no metaverso que anunciam causas sociais e ações como pedidos de doações de criptomoedas e vendas e compras de NFTs – tokens não fungível, na tradução para o português (veja aqui o que são e como funcionam os NFTs) –, com lucros revertidos para o social. Será possível ver eventos em grande escala, como campanhas beneficentes de captação de recursos e maratonas sociais. Os profissionais do terceiro setor também poderão ter seus locais de trabalho no metaverso (qual seria seu avatar? rs).


Para começar a entender o que é o metaverso, a recomendação mais simples é estudar sobre o assunto. Seja curioso(a). Compreender o que são as criptomoedas, NFTs, tecnologia de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) é um bom ponto de partida. Você também pode estudar exemplos de ONGs que já estão investindo nesse tipo de tecnologia. Separei alguns casos abaixo. Depois disso, você poderá refletir um pouco mais: esse universo faria sentido para a realidade da sua ONG? 


Exemplos:

  1. Doações de criptomoedas para Ucrânia já passam de US$ 20 milhões;
  2. Plataforma de financiamento Orica faz parceria com ONGs para usar NFTs com a finalidade de construir uma escola em Uganda;
  3. Brasileira Pampili vai leiloar tênis em NFT para ajudar ONG que cuida da saúde mental de crianças e adolescentes;
  4. Instituições de caridade que aceitam doações de Bitcoin em 2022.



Daiany França

Daiany França Saldanha é responsável pelo editorial do Portal do Impacto.


Inscreva-se na nossa Newsletter

Últimas publicações

Por Maria Cecilia Prates 28 de outubro de 2025
Nem tudo que é medido gera impacto real. Este artigo reflete sobre os riscos da obsessão por métricas no Terceiro Setor e como o foco excessivo em números pode distorcer o verdadeiro propósito social das organizações.
Por Rosana Meneses 16 de outubro de 2025
Entre metas, editais e sobrecarga, muitas gestoras do Terceiro Setor vivem o desafio de fazer tudo sozinhas. Neste relato,você verá lições práticas sobre como equilibrar a gestão de projetos e a captação de recursos sem perder a saúde, nem o propósito.
Por Fernando Porto 13 de outubro de 2025
Aprenda como usar o storytelling para engajar e inspirar. Descubra como ONGs podem criar narrativas autênticas que despertam empatia, fortalecem vínculos e mobilizam doadores.
Por Kamilly Oliveira 7 de outubro de 2025
Descubra como definir a missão e a visão da sua organização de forma prática e inspiradora. Um exercício essencial para alinhar propósito, estratégia e impacto social.
Por Ci Freitas 30 de setembro de 2025
O que realmente é turismo regenerativo? Vá além do sustentável e aprenda a sobre turismo sustentável e regeneração. Confira o artigo.
Por Instituto Phomenta 17 de setembro de 2025
Segundo o Governo Federal, para cada R$ 1 aplicado em projetos culturais, até R$ 1,60 volta para a economia. Esse movimento gera emprego e renda, amplia o acesso à arte e à educação e cria novas oportunidades de desenvolvimento. Apesar desse potencial, muitas organizações culturais atuam com orçamentos reduzidos e equipe limitada. Um levantamento da Iniciativa Pipa e do Instituto Nu aponta que 31% das organizações periféricas de cultura e educação têm orçamento anual de até R$ 5 mil, e 58% funcionam de forma totalmente voluntária, sem equipe remunerada. São iniciativas que já promovem impacto real, mas enfrentam dificuldades para acessar leis de incentivo, conquistar patrocínios e participar de editais. Porém, com apoio direcionado, podem fortalecer sua atuação e alcançar mais pessoas. Fortalecimento e oportunidade de crescimento O Programa de Aceleração Cultural é uma iniciativa do Instituto Phomenta, em parceria com o Ministério da Cultura e patrocínio do Grupo Ultra e suas unidades de negócio: Ultragaz, Ultracargo, ICONIC, Ultra e Instituto Ultra e Ipiranga. A proposta é apoiar organizações que atuam com cultura e educação, oferecendo formações e acompanhamento para melhorar a gestão, ampliar as estratégias de captação e facilitar o acesso a Leis de Incentivo à Cultura. O programa é gratuito, online, acessível para pessoas com deficiência e acontecerá no 2º semestre de 2025, com 40 horas de duração entre encontros ao vivo, atividades práticas e mentorias individuais. Além do conteúdo, as organizações participantes receberão bolsa auxílio de até R$ 2.000, como incentivo para participação ativa. Quem pode participar Organizações localizadas em São Paulo (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Duque de Caxias (RJ) que: Tenham pelo menos 1 ano de existência e CNPJ ativo Desenvolvam atividades culturais com caráter educativo, como oficinas, cursos, programas de formação, acompanhamento pedagógico e ações culturais que visem ensino e transformação social Possuam canais de comunicação ativos (site e/ou redes sociais) Não promovam partidos políticos, religiões específicas, violência ou criminalidade Será necessário comprovar experiência mínima de 1 ano em ações culturais educativas durante a etapa de envio de documentos. O que será oferecido O Programa de Aceleração Cultural inclui mentorias personalizadas, formações em gestão, sustentabilidade financeira e captação de recursos, apoio para acessar Leis de Incentivo à Cultura e rodas de conversa para troca de experiências entre organizações participantes. Como incentivo à participação, cada organização poderá receber até R$ 2.000 em bolsa auxílio, considerando presença mínima de 75% nos módulos e participação nas atividades previstas. Por que participar Esta é uma oportunidade para fortalecer a atuação, ampliar a visibilidade e criar condições para que projetos culturais educativos se mantenham e cresçam. Além do conteúdo prático, o incentivo financeiro ajuda a garantir a presença de quem já enfrenta restrições orçamentárias. E a rede formada entre as organizações participantes favorece trocas e colaborações que podem gerar impacto duradouro. Como participar As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 01 de outubro de 2025. Após o cadastro, haverá uma sessão explicativa para apresentar o programa e tirar dúvidas, seguida do envio de documentação para análise. As organizações aprovadas participarão dos dois módulos e das mentorias individuais. Mais informações sobre o Programa de Aceleração Cultural estão disponíveis no botão abaixo!
mostrar mais

Participe do nosso grupo no WhatsApp para receber nossos conteúdos em primeira mão

Entrar para o grupo