Justiça Climática na Amazônia Brasileira

1 de setembro de 2022

Este conteúdo foi produzido por Isvilaine da Silva Conceição

A floresta amazônica não pertence somente ao Brasil, na divisão geopolítica, a amazônia brasileira engloba a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Estado do Maranhão. É sempre importante ressaltar que o Mato Grosso faz parte da Amazônia, apesar de se ter uma grande monocultura na região e não associarmos o estado à Amazônia tão prontamente.


É de conhecimento geral que a Amazônia é um bioma regulador de temperatura a nível mundial, principalmente com as questões das chuvas com seus rios voadores. Porém com o desmatamento e o avanço da pecuária dentro do bioma, a floresta tem sofrido uma grande pressão nas bordas e como resultado está perdendo sua capacidade de absorver CO2 um dos gases que agravam o efeito estufa, e em algumas partes a floresta está se tornando um local de
fonte de gases do efeito estufa, ou seja, a floresta está emitindo mais gases que absorvendo e isso é causa do grande degradação ocorrente no local. Esse estudo foi realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e está publicado no periódico Nature. 


Os pesquisadores investigaram que as áreas da Amazônia com mais de 30% de desmatamento apresentaram uma emissão de carbono dez vezes maior do que regiões com desmatamento inferior a 20%. Quanto maior a área desmatada, maior é a emissão de carbono que causa. Além disso, a floresta lançou um bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera por causa das queimadas, e conseguiu absorver apenas 18% dessas emissões. Assim, a Amazônia emite 0,29 bilhão de toneladas de carbono na atmosfera para além do que consegue absorver. De acordo com a pesquisa lançada.


Manter a floresta em pé se tornou algo essencial para nossa continuidade humana no planeta e, para além de proteger a floresta é importante ter em mente
que defender a Amazônia está estritamente ligada à proteção dos direitos dos amazônidas, das pessoas que moram na região e sobrevivem da floresta, porque  se a floresta que está de pé hoje existe é porque está em terras indígenas e quilombolas sendo protegidas por esses guardiões. 


Se a Amazônia resiste hoje aos ataques que sofre é porque tem pessoas protegendo a floresta e arriscando suas vidas.


O Brasil está entre os países da América Latina onde mais se mata ativista ambiental e esse número alarmante vem principalmente dos estados da Amazônia legal no qual existe uma grande disputa por terras. Então hoje,
é necessário proteger quem protege. Quando se fala de justiça climática na amazônia brasileira, tem que-se falar nos direitos humanos, já que a pautar justiça climática é entender que nosso bem viver faz parte de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 


No ano de 2018 surgiu o Acordo de Escazú que é um tratado internacional que estabelece responsabilidades para os governos na proteção dos Direitos Humanos de ativistas ambientais na América Latina e no Caribe, além de promover a participação pública, o acesso à informação e a justiça ambiental. É o primeiro tratado de proteção das pessoas defensoras dos direitos humanos ambientais e foi assinado pelo Brasil na época, mas não foi ratificado, ou seja, o tratado não entrou em vigor no país. Essa ação depende do encaminhamento do Acordo ao Congresso Nacional. 


O movimento socioambiental é feito por pessoas que acreditam e que têm esperança num futuro melhor, por isso, dedicam parte de suas vidas em prol da causa ambiental, mas precisam de proteção, é ultrajante defender um bem comum a todos e isso ser a causa de ataques físicos e morais. 


Será primordial usar nosso poder de cidadãos e votar em candidatos que pautam suas candidaturas em soluções pensando em clima e direitos humanos para defender as pessoas e a natureza. Não temos mais tempo de colocar nosso bem viver de lado.


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Isvilaine da Silva Conceição é agente de projetos do Círculo de Voluntariado Corporativo da Phomenta.


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