Autoconhecimento: a mudança começa em mim!

7 de dezembro de 2022

Este conteúdo foi produzido por Sara Dias


Acredito que grande parte das pessoas que estão lendo este texto no Portal do Impacto, agora, estão procurando por informações e ferramentas para serem pessoas melhores. Melhores em suas funções profissionais, em sua gestão, em sua ação de impacto social, mas também melhores em suas amizades, nos relacionamentos amorosos e  familiares. Acertei?


Por vezes, entramos em buscas ávidas por conhecimentos técnicos, conteúdos teóricos, alimentando um desejo contínuo de busca por algo de fora, algo externo. Tudo para chegar mais próximo do conhecimento que nos revelaria as respostas certas para atingir, de preferência, de maneira rápida, a tão esperada transcendência para este “eu” melhor.


Porém, o que muitas vezes podemos negligenciar nesta ânsia pela transformação é que, na verdade, ela vem de dentro, do interno, das descobertas geradas pelo autoconhecimento. E isto, o jovem Sócrates já desvendou há pelo menos 2.500 anos, quando visitando o Templo de Apolo, em Delfos, foi marcado pela grafia “conhece-te a ti mesmo” em seu portal de entrada, o que o fez conceber que o conhecimento de si, é a base para todos os outros conhecimentos, o princípio de toda sabedoria. 


Mas, por que este tal “autoconhecimento” é tão importante? O que ele pode trazer de bom na vida de um empreendedor social, por exemplo?


A resposta pode vir de várias maneiras, mas uma delas é que conhecendo nossa essência, emoções, limites, habilidades e temores, poderemos lidar com as situações adversas, e fora do nosso controle, com maior assertividade e equilíbrio emocional. 


Daniel Goleman, ph.D, psicólogo, jornalista e escritor do livro
"Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, entre outros, defende em suas pesquisas que o autoconhecimento é mais importante do que seu QI (quoeficiente de inteligência) e que um líder eficaz é capaz de entender suas percepções, suas ações e como elas influenciam sua forma de gerenciar.


Dessa maneira, apresento aqui, alguns aspectos positivos, influenciados pelo autoconhecimento:


1. Fortalece a Autoestima: Em um processo de autoconhecimento, passamos a analisar a nossa trajetória e as características de nossa personalidade com interesse e autoanálise. Dessa forma, reconhecemos nossas qualidades, valores e pontos fortes, descobrindo aquilo que nos motiva, nos move e satisfaz.


Esses fatores, quando trazidos constantemente à consciência, fortalecem nossa autoestima, autoconfiança e segurança, facilitando a busca por caminhos ligados ao nosso propósito e nos deixando mais felizes.


2. Aprimora a comunicação: Quando nos conhecemos profundamente e sabemos o que gostamos, o que queremos e como reagimos às situações inesperadas, temos a possibilidade de comunicar isso assertivamente.


Deixando claro nossas intenções, objetivos e expectativas, podemos abrir espaços para diálogos verdadeiros, sinceros e eliminar os ruídos da comunicação.


Um líder que prioriza uma comunicação eficiente, multiplica essa habilidade em sua equipe e colhe os frutos da transparência.


3. Proporciona tomadas de decisões coerentes: Decisões pautadas em reflexões conscientes, não correrão o risco de estarem imersas em percepções distorcidas da realidade. Mergulhada em seus complexos.


Em uma gestão onde o ego ou preconceitos velados são substituídos pelo bem-estar coletivo, principalmente em sintonia com a missão da instituição, experimenta resultados bons para si, para os outros e para o contexto onde estão inseridos.


4. Gera credibilidade: Confiança é um atributo que não surge a partir da teoria, do que se diz sobre algo, mas sim, da observação das ações práticas e essenciais.


Um agente de impacto social não precisa ser uma pessoa perfeita, precisa demonstrar que está aberto à mudança e com intuito constante de melhora. Quando um time certifica-se que sua liderança é segura, transparente e coerente, a credibilidade ecoa. Credibilidade gera engajamento, motivação e senso de cooperação.


Agora observemos os malefícios de se resistir ao autoconhecimento:


5. Perde o medo de feedbacks: Quando não desenvolvemos o hábito de olhar com carinho e generosidade para nossas características e potencialidades, vivemos assombrados pelo medo da crítica, do feedback negativo ou do que os outros vão pensar. Agindo assim, corremos o risco de agir sempre para agradar e nos perdermos dos verdadeiros propósitos das ações. Com autoconhecimento, isso muda de figura.


6. Evita cometer os mesmos erros: Quem vive sem se autoanalisar, entra em círculos viciosos de más decisões. Suas escolhas são impulsionadas por medos, receios e emoções negativas e a reação é automática e inconsciente. Logo, se não há um reconhecimento do porquê a situação tomou esse rumo e um melhorar das circunstâncias, elas voltam a se repetir, provavelmente com o mesmo fim.


7. Começa a reconhecer seus limites: Todos temos limites físicos, mentais e emocionais e, habitualmente, nosso corpo envia sinais de que estamos próximos a eles, em uma tentativa de autoproteção.


Quando não estamos familiarizados com estes sinais ou não conhecemos os gatilhos que nos geram stress e ansiedade, ficamos sempre à beira de um colapso e com a possibilidade de sermos pegos de surpresa a qualquer instante.


Os ganhos e as perdas gerados por nos abrirmos, ou não, para o autoconhecimento são incontáveis. Mas, uma coisa é certa, sem ele, dificilmente atuaremos como protagonista da nossa história. Seremos sempre reféns do acaso e da repetição.



Carl Jung, psiquiatra fundador da Psicologia Analítica, e defensor da teoria sobre Individuação (respectiva ao autoconhecimento), em uma de suas célebres frases afirma que: "Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino". Enquanto não nos encararmos de frente, veremos o que mais tememos se materializar de novo e de novo.


Apesar de ser de necessidade vital, o caminho que nos leva a um contato profundo com nosso ser, não é simples e nem tão pouco fácil. Não é confortável nos depararmos com aspectos que julgamos serem negativos em nossa história e em nossa personalidade, e principalmente, admitir nossas vulnerabilidades.


Porém, não há como melhorar aquilo que não conhecemos. É necessário mapearmos constantemente nosso ser, a fim de analisarmos o que precisa ser transformado e nos abrirmos para isso, sabendo que é uma tarefa para a vida inteira.


Viktor Frankl nos impulsiona a ter coragem neste processo, dizendo que "Tudo aquilo que emana luz deve suportar o calor da queima". E nós já sabemos disso, lidamos com esse trabalho árduo de deixar brilhar todos os dias em nossos ofícios no terceiro setor. Há somente que permitir que essa lapidação seja feita também dentro de nós.


No Yoga, essa autotransformação pessoal necessita de
Tapas, palavra em sânscrito que indica autoaperfeiçoamento, disciplina sobre si, o fogo da vontade interior que nos permite transcender.


Por fim, podemos questionar:

  • Eu quero mudar o mundo, mas, e a mim?
  • Eu quero mudar a minha família, minha equipe, mas, e a mim?


Antes de tudo, eu preciso ser essa mudança, já lembrava Gandhi.


E por onde começar? Como iniciar essa trilha de autoconhecimento?


Eu diria que por meio de psicoterapia, yoga, meditação, cursos imersivos, consultorias especializadas, coaching, mentoring, boas leituras, o jeito que preferimos. Contudo, antes de tudo, comecemos por meio de uma atitude de respeito por nós. Por uma escuta acurada do nosso ser. Por uma leitura das minúcias que compõem nossa existência, com sinceridade e acolhida.


Somente de mãos dadas com tudo que somos e podemos ser, teremos chances de presenciar a mudança que desejamos, não somente nas pessoas e ambientes ao nosso redor, mas principalmente dentro de nós.


Link para download do livro de Daniel Goleman:

Baixe Aqui


Sara Dias é Prof.ª Mestra em Artes da Cena pela UNICAMP e Instrutora de Yoga, atua como educadora social desde 2006 e atualmente desenvolve projetos relacionados ao bem-estar no terceiro setor. 


Contato: saradias.ds@gmail.com


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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
Por Maria Cecília Prates 4 de abril de 2025
Uma boa pergunta é sempre um motivo para reflexão. Como a pergunta que me foi feita uma certa vez pela diretora de uma ONG: “ na sua opinião, o que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação (M&A) de projetos sociais? ” Ela me pediu para responder em poucas palavras.  Tomando por base o referencial da Teoria da Mudança ou do Marco Lógico , somos tentados a dar a resposta tradicional: um bom M & A é aquele que nos permite verificar se o que foi planejado, tanto em termos de processo e resultado, está ocorrendo e/ou ocorreu de fato. E, com isto, nos permite fazer as correções de rota necessárias, tanto “durante” quanto “depois” da iniciativa social. Mas, um bom M & A deve ir além, de modo a evitar o sério risco de cair na armadilha do planejamento . A ´ armadilha do planejamento ` é quando o plano inicial é visto como a situação ideal a ser atingida. Decorrem, daí, as definições para sucesso e fracasso. Sucesso é quando são alcançadas boa parte das metas previamente traçadas; já o fracasso é quando boa parte delas não são alcançadas. E se o plano inicial não se mostrar correto, mesmo tendo sido construído de forma participativa, com objetivos claros, bons indicadores e análise consistente do contexto social? Ou ainda, se com o desenrolar da intervenção, aquele plano for se tornando inadequado frente às novas circunstâncias que forem surgindo? Aliás, situação bem plausível, tendo em vista a realidade tão dinâmica em que vivemos atualmente. O plano não pode acabar funcionando como uma camisa de força para o projeto. Me fez lembrar a frase dita pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando comandou o ´Dia D` da Segunda Guerra Mundial, “ Antes da batalha, o planejamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, planos são inúteis ”. O ponto central é que planejar é fundamental, mas não podemos ficar prisioneiros do plano. Então, voltando aqui à pergunta inicial: O que caracteriza um bom processo de Monitoramento & Avaliação? Em poucas palavras: Um bom processo de M&A é aquele que serve como uma bússola para guiar os gestores do projeto. Sem dúvida, o pressuposto é o de que o planejamento tenha sido bem-feito, e há clareza de onde se quer chegar. E por que a comparação com a bússola? O processo de monitoramento e avaliação deve funcionar como uma bússola (para guiar o avião) no sentido de ser útil para orientar os gestores de uma dada intervenção se eles estão indo na direção correta. Então, o M & A vai indicar se estamos fazendo / fizemos a coisa certa, da maneira certa, de modo a potencializar os resultados pretendidos, tendo em vista os recursos disponíveis (financeiros, humanos, experiências, aprendizados e parcerias). O interessante da bússola é justamente a sua capacidade em ir se adaptando ao percurso, até chegarmos ao destino final. Tal como a bússola, também um bom Monitoramento & Avaliação deve ser percebido como um processo dinâmico, e não como um sistema estático de indicadores, não raras vezes com a exigência de métodos complexos para a sua estimativa.
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Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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