30 formas de captar recursos para a sua organização

24 de março de 2023

Este conteúdo foi produzido por Daiany França


Captar recursos é uma tarefa fundamental para a sustentabilidade econômica de qualquer projeto esportivo. A boa notícia é que existem diferentes estratégias de captação de recursos validadas no Brasil, que podem ser trabalhadas de acordo com as necessidades e características de cada organização. Neste texto, destaco 30 delas, desde a captação direta com empresas até a geração de renda por meio de vendas de produtos e serviços.


Importante dizer, que este levantamento contou com o apoio das líderes esportivas Carolina Chrispim Pires dos Santos, Ellen Moraes Scherrer, Jaqueline Gonçalves da Silva Valente e Susane Velasques do Nascimento, alunas do “Curso Sesc de Gestão do Esporte: diversidade, cultura e lazer”. Para saber mais sobre essa iniciativa do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, clique aqui.

Fonte Estratégia Definição
Empresas, institutos e fundações 1. Leis de incentivo Mecanismo de renúncia fiscal que permite a pessoas físicas e jurídicas direcionem parte do valor de seus impostos devidos para projetos em leis de incentivo (esporte, cultura, fundos da infância e adolescência, etc.). Essa prática pode ser aplicada em níveis federal (Imposto de Renda), estadual (ICMS) e municipal (ISS/IPTU), seguindo a legislação específica de cada esfera. Para utilizar essa forma de captação de recursos, é crucial conhecer a legislação relacionada ao benefício fiscal escolhido, pois cada etapa envolve diversos aspectos que demandam cuidado e tarefas a serem realizadas. Essa forma de captação vem crescendo em popularidade e atraindo cada vez mais apoiadores e patrocinadores.
Empresas, institutos e fundações 2. Editais Recurso financeiro geralmente não reembolsável, destinado a projetos que se concentram em uma área geográfica ou temática específica. Esses recursos podem ser fornecidos por empresas, institutos e fundações, mas também por governos, agências internacionais de cooperação ou até mesmo outras organizações da sociedade civil.
Empresas, institutos e fundações 3. Captação direta (doação ou patrocínio não incentivado) Patrocínios ou doações realizadas de maneira planejada, monitorada e sistemática, realizadas com recursos próprios, desvinculadas de recursos de leis de incentivo (não necessita incentivo fiscal).
Empresas, institutos e fundações 4. Arredondamento Doação do troco que o cliente recebe para um projeto ou organização parceira.
Empresas, institutos e fundações 5. Produtos sociais (licenciamento) Produtos sociais referem-se a itens licenciados que envolvem marcas ou personagens conhecidos, nos quais o detentor dos direitos autorais (ou seja, da propriedade intelectual) concede permissão para sua exploração comercial em produtos, serviços ou promoções. Nesses casos, a receita gerada é destinada a apoiar uma causa, projeto ou organização beneficiária. Exemplos incluem a água AMA da Ambev e o Doritos Rainbow.
Empresas, institutos e fundações 6. Cashback social O programa de fidelização de cashback é adotado por marcas e empresas, permitindo que os consumidores, ao concluir uma compra, optem por direcionar parte do valor gasto a uma causa social em vez de recebê-lo de volta. Nesse modelo, o cliente seleciona a causa e a empresa realiza a doação desse montante, que se converte em ações que geram impacto social positivo.
Empresas, institutos e fundações 7. Matchfunding (financiamento misto) Forma de captação de recursos que combina o crowdfunding (financiamento coletivo) com a participação de uma empresa, instituto ou fundação que iguala ou multiplica as contribuições recebidas dos apoiadores. Nesse modelo, a organização responsável pelo projeto busca angariar fundos através de contribuições financeiras de pessoas físicas ou jurídicas e um parceiro, geralmente uma empresa ou instituição, compromete-se a igualar, dobrar ou multiplicar os valores arrecadados até um limite pré-estabelecido. Isso incentiva os apoiadores a contribuírem, já que seus aportes terão um impacto maior do que o valor individualmente contribuído.
Empresas, institutos e fundações 8. Obrigações legais e investimentos mitigatórios Refere-se às contribuições feitas para atender programas socioambientais que estão diretamente vinculados ao cumprimento de condições estabelecidas em processos de licenciamento, sentenças judiciais (ou equivalentes) ou por exigência legal. Nesses casos, as empresas ou indivíduos são obrigados a realizar doações para cumprir os requisitos legais ou regulatórios, frequentemente como parte de uma compensação ou mitigação de impactos negativos causados por suas atividades.
Empresas, institutos e fundações 9. Voluntariado corporativo ou Pro Bono Conjunto de ações promovidas pelas empresas que visa incentivar e apoiar o envolvimento de seus funcionários em iniciativas voltadas para a comunidade. Essas atividades estabelecem uma relação vantajosa para todos os participantes: a ONG se beneficia ao receber consultoria especializada e gratuita para aprimorar sua gestão, enquanto os colaboradores desenvolvem habilidades interpessoais e expandem suas redes de contato no ambiente de trabalho.
Indivíduos 10. Eventos (jantares, leilões, bingos, etc.) Consiste em organizar e promover atividades ou ocasiões especiais com o objetivo de arrecadar fundos para uma causa, projeto ou organização. Esses eventos geralmente atraem pessoas interessadas em apoiar a causa, proporcionando uma oportunidade de conscientização, engajamento e doação. Em eventos como jantares beneficentes, os convidados compram ingressos para participar e, muitas vezes, são oferecidos itens ou serviços em leilões e sorteios para aumentar a arrecadação. Leilões podem ser realizados com produtos ou experiências doadas por empresas ou indivíduos, e os participantes fazem lances para adquiri-los. Bingos e outros jogos também podem ser organizados como formas de entretenimento, onde os participantes compram cartelas ou ingressos, e parte ou toda a receita é destinada à causa em questão. Esses eventos de captação de recursos não só geram apoio financeiro para a causa, mas também fortalecem a conexão entre os apoiadores e a organização, expandem o alcance e a visibilidade da causa e proporcionam uma experiência social e divertida para os participantes.
Indivíduos 11. Nota fiscal (Ex: SP e CE) Estratégia que envolve programas fiscais estabelecidos em alguns estados com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de solicitar notas fiscais e incentivar a participação no controle e na aplicação de recursos públicos. Esses programas geralmente sorteiam prêmios e apoiam organizações.
Indivíduos 12. Apadrinhamento Os doadores, também conhecidos como padrinhos ou madrinhas, realizam contribuições mensais para apoiar projetos sociais que beneficiam um afilhado ou afilhada específico(a).
Indivíduos 13. Crowdfunding (vaquinha, financiamento coletivo) O crowdfunding, também conhecido como vaquinha ou financiamento coletivo, é uma estratégia de captação de recursos na qual um grande número de pessoas é mobilizado para contribuir financeiramente para uma campanha ou projeto específico. Essa abordagem é predominantemente realizada online, através de plataformas especializadas que facilitam a criação, divulgação e gerenciamento das campanhas.
Indivíduos 14. Heranças A doação por meio de heranças é uma estratégia menos comum e, por vezes, complexa de contribuição para causas ou organizações. Existem dois cenários principais para a doação de bens: a doação em vida, que costuma ser mais simples e menos problemática, e a doação após a morte do doador, registrada em testamento. A doação feita após a morte do doador, por meio de testamento, pode ser complicada devido às restrições legais, como a limitação da doação a até 50% do total da herança e análise da divisão caso o falecido tenha familiares vivos, dependendo do grau de parentesco. Além disso, existe o ITCMD (Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação), um imposto que incide sobre esse tipo de doação (a título de informação, existe uma proposta na Reforma Tributária, no Senado, que extingue o ITCMD). Em ambos os casos, a doação por meio de heranças permite que os doadores contribuam significativamente para causas que lhes são importantes, seja durante sua vida ou após seu falecimento, deixando um legado duradouro.
Indivíduos 15. Campanhas anuais iniciativas recorrentes e com duração pré-determinada que visam captar recursos para organizações, projetos ou causas específicas. Essas campanhas são acompanhadas por um plano de comunicação dinâmico e eficiente, que demonstra os resultados práticos das contribuições feitas pelos doadores, com o objetivo de conquistar e manter doadores frequentes e garantir visibilidade constante para a organização. Exemplos notáveis de campanhas anuais de arrecadação incluem o Criança Esperança e o TELETON. Essas campanhas se caracterizam por eventos de grande alcance na mídia, que mobilizam o público, personalidades e empresas em prol de causas sociais, como a promoção da saúde, educação e bem-estar de crianças e jovens.
Indivíduos 16. Telemarketing Esta estratégia permite que as organizações entrem em contato, via chamadas telefônicas, com um grande número de pessoas, apresentem suas causas e solicitem contribuições financeiras.
Indivíduos 17. Cofrinho Comumente realizadas em estabelecimentos comerciais colaboradores, as doações por meio de cofrinhos solidários incentivam os clientes a contribuir com quantias modestas, aproveitando trocos ou não, em apoio a organizações ou causas específicas.
Indivíduos 18. Assinatura (doação recorrente) Forma de contribuição financeira em que os doadores se comprometem a realizar doações regulares e previsíveis para uma organização ou causa específica. Essa modalidade de doação é frequentemente apoiada por estratégias de marketing e arrecadação para atrair e reter doadores.
Indivíduos 19. Aplicativos Envolve o uso de plataformas de mensagens e redes sociais para aprimorar a comunicação e o relacionamento com os doadores, facilitando o processo de doação e promovendo o engajamento.
Indivíduos 20. Atletas e vozes do esporte Muitos atletas e profissionais de diferentes áreas do esporte, quando incentivados, podem doar um percentual do seu salário para projetos esportivos e paradesportivos, ou iniciativas de outras causas. É o exemplo da rede global Common Goal, que mobiliza a indústria do futebol para comprometer um mínimo de 1% de todas as receitas dos membros para impulsionar o desenvolvimento humano por meio do esporte.
Indivíduos 21. Peer-to-peer (P2P) Estratégia que envolve mobilizar uma rede de doadores ou amigos para que se comprometam com uma meta de doação pré-definida. Nesse modelo, os apoiadores se tornam embaixadores e captadores de recursos, incentivando seu próprio círculo de contatos a contribuir para a causa ou organização.
Indivíduos 22. Face-to-face (Diálogos diretos) Estratégia que envolve o contato pessoal e direto com potenciais doadores para apresentar uma causa e solicitar doações. Um exemplo é o Greenpeace, que realiza campanhas de captação face-to-face nas ruas e outros locais públicos, compartilha informações sobre questões ambientais e incentivaas pessoas a fazerem doações.
Geração de renda 23. Venda de produtos e serviços (bazar, loja própria, etc.) Estratégia em que uma organização comercializa produtos ou presta serviços para gerar renda. Essa abordagem pode ser dividida em dois tipos, pelo menos: Venda B2B (business-to-business): ocorre quando duas organizações negociam entre si, podendo ser a venda de um serviço ou produto de uma organização para uma empresa ou até mesmo uma negociação entre duas organizações da sociedade civil; e Venda B2C (business-to-consumer): acontece quando a organização vende diretamente para o consumidor final, como em bazares ou lojas virtuais.
Geração de renda 24. Aluguel de espaços do projeto Como o próprio nome já diz, significa alugar espaços próprios do projeto ou da organização para terceiros, como salão de festas, a fim de captar recursos livres* para o projeto esportivo ou paradesportivo. *Recurso livre é uma forma de financiamento que não possui restrições específicas quanto à sua utilização. Ou seja, a organização que recebe esse tipo de recurso tem a liberdade de decidir como empregá-lo, conforme suas prioridades e necessidades. Esses recursos podem ser utilizados para cobrir despesas operacionais, investimentos em projetos, infraestrutura, entre outras finalidades. A disponibilidade de recursos livres é fundamental para a sustentabilidade financeira e a flexibilidade das organizações, permitindo que elas se adaptem às mudanças e respondam a novos desafios.
Geração de renda 25. Fundos patrimoniais Um Fundo Patrimonial Filantrópico, também conhecido como Endowment, é um mecanismo de financiamento para organizações sem fins lucrativos que permite a criação de um fundo perene, cujo objetivo é gerar rendimentos ao longo do tempo. As doações são alocadas nesse fundo e investidas em diferentes instrumentos financeiros, como ações e títulos, com o objetivo de proteger e aumentar o capital ao longo do tempo. No Brasil, a Lei Federal nº 13.800/2019, regulamenta a criação e gestão desses fundos no país.
Geração de renda 26. Negócios de impacto Negócio de impacto é uma empresa que busca gerar impacto social ou ambiental positivo ao mesmo tempo em que gera lucro financeiro. Ou seja, é uma empresa que tem a sustentabilidade como pilar fundamental, tanto em termos sociais e ambientais quanto econômicos. Um projeto esportivo ou organização, por exemplo, pode optar por criar um negócio de impacto como estratégia de geração de renda. Vale lembrar que a criação de um negócio de impacto exige um alto nível de comprometimento e dedicação, além de uma equipe qualificada e recursos financeiros suficientes para viabilizar a iniciativa. Por isso, é importante que a organização avalie cuidadosamente suas capacidades e recursos antes de tomar essa decisão.
Governos 27. Parceria público-privada (PPP) Modelo de administração indireta em que uma organização privada se associa com o poder público para fornecer um serviço ou executar um projeto de interesse público. No Brasil, as PPPs são regulamentadas pela Lei Federal nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que estabelece normas gerais para licitação e contratação de parcerias público-privadas no país. Para participar de uma PPP, a organização da sociedade civil deve estar qualificada para atuar no objeto da parceria e ter condições de cumprir as exigências e obrigações previstas no processo licitatório e contrato.
Governos 28. Emendas parlamentares As emendas parlamentares são uma forma de os deputados e senadores influenciarem a destinação de recursos públicos para projetos e ações de interesse de suas bases eleitorais. Elas consistem em propostas de alteração no orçamento federal, estadual ou municipal, que visam alocar recursos para determinadas áreas ou projetos específicos, como obras de infraestrutura, projetos de saúde, educação, cultura, esportes, entre outros. As emendas podem ser individuais, quando propostas por um único parlamentar, ou coletivas, quando apresentadas por um grupo de parlamentares de uma mesma bancada ou com interesse comum. Elas são apresentadas durante o processo de elaboração do orçamento anual e passam por um processo de avaliação e análise antes de serem aprovadas.
Governos 29. Chamamentos públicos (termo de fomento e termo de colaboração) O Termo de Fomento é o instrumento que formaliza as parcerias entre a administração pública e as Organizações da Sociedade Civil (OSC) para alcançar finalidades de interesse público e recíproco, envolvendo a transferência de recursos financeiros. Já o Termo de Colaboração formaliza parcerias entre a administração pública e as OSC para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelo poder público, envolvendo transferência de recursos financeiros. Nesses casos, a administração pública sugere o plano de trabalho e seleciona as OSC que irão colaborar com a tarefa. As parcerias devem ser formalizadas através de chamamento público e processo de seleção, que devem obedecer às regras estabelecidas na Lei nº 13.019/14. O Acordo de Cooperação é utilizado para formalizar parcerias que não envolvem a transferência de recursos financeiros.
Internacional 30. Internacional As formas de captação de recursos internacionais para organizações incluem diversas estratégias e abordagens. Por exemplo, a participação em editais e programas de financiamento de organismos internacionais e governos de outros países. Nesse sentido, é importante entender os critérios de elegibilidade e elaborar um projeto bem estruturado e alinhado aos objetivos do programa. As relações pessoais também são importantes para a captação de recursos internacionais, principalmente em relação à busca de apoio financeiro de indivíduos e instituições filantrópicas em outros países. A participação em redes e fóruns internacionais também pode ser uma forma eficiente de obter recursos e estabelecer parcerias. Por fim, é importante mencionar que a captação de recursos internacionais envolve uma série de desafios, como a necessidade de compreender a cultura e as políticas dos países envolvidos, além de questões legais e fiscais. Por isso, é fundamental contar com profissionais capacitados e especializados para lidar com essa forma de captação de recursos.

Atenção: Esta lista não esgota todas as possibilidades de captação de recursos, mas oferece uma ampla variedade de estratégias que podem ser úteis para diferentes perfis de organizações. É importante lembrar que cada iniciativa requer um plano de ação específico, sendo recomendado que a liderança da ONG trabalhe com foco em no máximo três estratégias ao mesmo tempo, uma vez que o sucesso da captação vai depender de diferentes fatores, incluindo planejamento bem estruturado e uma equipe comprometida.


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Texto originalmente publicado em
https://lideresesportivos.com.br/30-formas-de-captar-recursos-para-o-seu-projeto-esportivo/






Daiany França Saldanha é líder de parcerias e novos negócios na Phomenta.


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Últimas publicações

Por Movimento Bem Maior 29 de julho de 2025
O Movimento Bem Maior (MBM) acaba de disponibilizar o Case Institucional do Futuro Bem Maior, publicação que reúne dados, aprendizados e histórias de impacto das três primeiras edições do programa, realizado desde 2019 em parceria com o Instituto Phi e o Instituto Phomenta. Criado para fortalecer iniciativas sociais em territórios com alto índice de vulnerabilidade social, o Futuro Bem Maior já apoiou 166 organizações de 72 municípios com recursos flexíveis, capacitação e acompanhamento técnico. O case traz uma análise dos efeitos do programa em três níveis: nas organizações apoiadas, público atendido e comunidades. Entre os principais achados, destaca-se que 77% das organizações relataram fortalecimento da autoestima institucional; 73,8% aprimoraram suas capacidades técnicas; 76,1% melhoraram o atendimento ao público; 83,5% conseguiram dar continuidade aos projetos após o ciclo de apoio; 80% ganharam visibilidade em suas comunidades. “Confiar em quem vive os desafios de perto muda tudo. Nosso compromisso é impulsionar quem já transforma a realidade nas pontas. Este case mostra que a confiança, aliada a investimento estratégico, gera resultados reais e duradouros”, afirma Carola Matarazzo, diretora executiva do MBM. A publicação reforça a abordagem do MBM ao apostar em uma filantropia baseada em confiança, que descentraliza recursos e fortalece organizações sociais como motor de transformação social. O documento está disponível gratuitamente. Clique no botão abaixo para ter acesso! 
Por Maria Cecília Prates 14 de julho de 2025
Em projetos sociais os resultados estão quase sempre associados a resultados intangíveis, subjetivos e abstratos, como por exemplo: crianças saudáveis, adolescentes com autoconfiança, autoestima de idosos, jovens capacitados para o mercado de trabalho, comunidade engajada, famílias ajustadas, empreendedores bem-sucedidos, e por aí vai… Alcançar esses resultados intermediários são etapas necessárias e imprescindíveis que vão contribuir para o alcance do impacto final pretendido de transformação na vida das pessoas atendidas. O problema é que até hoje no Brasil ainda não se tem clareza metodológica sobre como medir esses conceitos tão amplamente adotados na área social, que seja confiável e capaz de captar (ser sensível a) os avanços conseguidos . Então, se não há essa clareza – e aqui me refiro sobretudo à grande maioria das organizações do terceiro setor – como conseguir PLANEJAR bem os projetos sociais? Ou seja, como explicitar O QUE queremos mudar? E como saber depois se o que fizemos conseguiu, de fato, chegar AONDE queríamos, ou seja, AVALIAR se as iniciativas conduzidas foram válidas, eficazes e eficientes? Medição compartilhada: uma prática que deveria ganhar força no Brasil No Reino Unido e EUA desde 2003 – No Reino Unido vêm sendo envidados esforços por organizações think-tanks (como a New Philanthropy Capital – NPC , ou a Triangle /Outcomes Star ) e nos Estados Unidos ( FSG) para construírem sistemas de indicadores “de prateleira” (do inglês, off-the-shelf tools ) que possam ser compartilhados por organizações do terceiro setor ( charities or NGOs – Non-Governmaental Organisations ). No Reino Unido, organizações sociais trabalhando em uma mesma área-fim (por exemplo, educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade) foram se unindo, capitaneadas por alguma organização think-tank como a NPC, para desenvolverem um sistema comum de avaliação de resultados. Nesse sentido, os conceitos abstratos relacionados a objetivos de resultados (por exemplo: autoestima), adotados por organizações trabalhando com públicos semelhantes, foram sendo operacionalizados nos mesmos indicadores ou escalas. Feita a operacionalização dos conceitos, as demais ferramentas para medição também começaram a ser desenvolvidas em comum, através do apoio de uma equipe especializada, tais como a construção dos questionários, a estratégia para a sua aplicação, o sistema de base de dados (que pode ser online ) e o referencial para análise dos dados coletados. No Brasil, no período em que atuei (2011 – 2016) no Programa da POS (Parceria com Organizações Sociais) da Fundação Dom Cabral – FDC (hoje denominado Pilaris ), quis começar a difundir essa ideia das ferramentas de prateleira ( Avaliação de projetos sociais no terceiro setor: uma agenda em construção , seção IV), mas percebi que o terreno precisava antes ser melhor trabalhado. Por isso, no Manual que desenvolvi para apoiar o trabalho com as organizações participantes do Programa (Manual de Planejamento e Avaliação de Projetos Sociais para Organizações Sociais) , comecei a incluir alguns instrumentos que pudessem funcionar como “ferramentas de prateleira”. Esses instrumentos vinham de três fontes: conceitos abstratos que já tinham sido traduzidos para a prática e validados; experiências de monitoramento com algumas dessas organizações; ou ainda, foram criados durante as avaliações de projetos sociais que conduzi. Para ilustrar melhor a ideia, aqui estão alguns exemplos de instrumentos incluídos no Manual: Conceito: autoestima (escala de Rosenberg), pág. 40-42 do Manual Conceito: impulsividade de adolescentes (escala de Barrat), p.66 Conceito: ser cuidadoso com o meio-ambiente / Avaliação de projeto de apicultura (pág. 67-68) Conceito: bem-estar de crianças e adolescentes, entre 11-16 anos (NPC), Pág. 197-205 Marco lógico: projeto de qualificação digital, Instituto Ramacrisna (pág. 207-210) Questionário: Preparação de jovens (16-18 anos) para inserção no mercado de trabalho, Associação Projeto Providência (pág. 226 – 230) A intenção de compartilhar esses instrumentos no Manual foi oferecer inspiração e facilitar o trabalho de planejamento e avaliação em organizações que atuam com projetos sociais semelhantes, ajudando, assim, a “queimar etapas” e avançar com mais agilidade nesse processo. Medição compartilhada: o caso da ferramenta Outcomes Star Como surgiu? Outcomes Star (traduzido ao pé da letra: Estrela de Resultados) é uma ferramenta para medir e apoiar as mudanças / resultados, que foi criada e desenvolvida pela Triangle Consulting Social Enterprise do Reino Unido . A Triangle, fundada em 2003, se define como “ uma empresa inovadora, guiada por uma missão social que é a de apoiar os provedores de serviços sociais a transformarem vidas de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social, traumas, deficiências ou doenças, por meio da criação e o uso correto de ferramentas que engajem e promovam abordagem facilitadoras ”. A primeira versão do Outcomes Star começou como uma demanda (em 2003) da St Mungo`s, uma organização social voltada para o atendimento de moradores de rua, que queria avaliar os resultados do seu trabalho. A ferramenta acabou ganhando tração a partir da constatação de sua aplicabilidade também junto a outras organizações do Reino Unido que atendiam moradores de rua. Foi quando a Triangle , então, avançou naquele protótipo inicial, por meio do desenvolvimento da chamada “jornada da mudança” (do inglês, the Journey of change ), das escalas de medição adequadas tanto para os usuários dos serviços (ou clientes) como para os provedores do serviço (ou colaboradores dessas organizações executoras), e do Guia com as orientações para a implementação do instrumento. Assim, em dezembro de 2016 surgia a primeira versão da Outcomes Star , com o foco em moradores de rua. O que é a ferramenta? Conforme explicado no site , cada versão da Outcomes Star compreende um conjunto de escalas apresentadas de modo amigável e acessível em formato de uma estrela (figura), em que cada escala (ou cada ponta da estrela) representa uma dimensão relevante do resultado pretendido. Cada escala é explicitada em estágios (que podem ser 5 ou 10), sendo cada estágio cuidadosamente definido, de modo a caracterizar cada uma das etapas necessárias para promover a mudança sustentável na vida das pessoas atendidas. A ideia é que a ferramenta seja aplicada pela equipe da organização com cada usuário do serviço, desse modo permitindo visualizar e analisar com clareza a “ jornada da mudança ”: onde se está no percurso, os resultados alcançados (e os não alcançados), e as evidências do que precisa ser trabalhado.
Por Mariana Mangieri e Beatriz Camelo 13 de junho de 2025
Uma boa gestão de conflitos transforma positivamente o ambiente organizacional ao aplicar princípios de comunicação eficaz. Neste artigo, abordaremos o livro “Conversas Difíceis: Como Discutir o Que Mais Importa”, resultado de 15 anos de pesquisa do Projeto de Negociação de Harvard, que oferece ferramentas para gerenciar relacionamentos e solucionar conflitos em diversas situações. Queremos te ajudar a organizar seus pensamentos antes de começar uma conversa difícil assim como o livro sugere. O primeiro passo é entender os três tipos de conversa. Ao final, sugerimos práticas a serem seguidas. Boa leitura! As Três Conversas Centrais e a Ação da Boa Gestão O livro revela que toda conversa difícil é composta por três "conversas" subjacentes: a Conversa "O que aconteceu?", a Conversa das Emoções e a Conversa da Identidade. A boa gestão age diretamente sobre cada uma delas para transformar desafios em oportunidades: Na conversa do tipo “O que aconteceu?”, os participantes focam em quem está certo ou errado, partindo de suposições que levam ao ciclo de acusações e impedem a solução. Conforme o autor: “quando algo desagradável acontece, o foco da conversa gira em torno de quem está certo, quem está errado, quem disse o quê, quem deve assumir a responsabilidade e assim por diante. Passamos a discutir quase todos os detalhes.”. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: ao desenhar a festa junina da organização, ficou faltando definir quem compraria e arrecadaria as prendas das barracas, gerando muito estresse no dia da festa. Logo, membros começaram a atribuir culpa uns aos outros: “Foi o time das coordenadoras”; “Não, foram vocês que não passaram direitos”; “Não me envolvam, eu fiz minha parte”. Esse cenário ilustra como a suposição de que “a culpa é sempre do outro” gera impasse, pois cada parte adota a mentalidade “eu estou certo, você está errado”. Já quando falamos no tipo das Conversa das Emoções : as emoções negativas, se não forem gerenciadas, podem transformar uma conversa em confronto, pois a adrenalina liberada pode "deixar o cérebro em branco". Uma boa gestão ajuda a conhecer e expressar sentimentos adequadamente, e a mudar a percepção para alterar a maneira como os sentimentos são experimentados. Isso alivia a ansiedade e permite foco na resolução do problema. Exemplo de conflito – Projeto atrasado e disputa de culpa: imagine que um gestor solicite a um colaborador que faça ajustes em um relatório até o final do dia. O funcionário pode entender esse pedido como “falta de confiança na minha competência” e reagir com irritação ou resistência, mesmo que a intenção do gestor não seja punir, mas sim assegurar a qualidade. Essa interpretação precipitada de “más intenções” gera tensão e impede que ambos discutam a real necessidade de melhoria de conteúdo. Por fim, quando falamos da Conversa da Identidade: é quando uma conversa difícil ameaça a auto-identidade de alguém (questões como "sou competente?", "sou uma boa pessoa?"), e as pessoas podem reagir defensivamente. A boa gestão auxilia a fundamentar a identidade dos colaboradores, focando no valor próprio e na capacidade de examinar-se objetivamente e admitir falhas sem medo. Além disso, a gestão eficaz desiste de tentar controlar as reações dos outros, focando em influenciar e adaptar a própria autopercepção. Exemplo de conflito – Avaliação de desempenho e abalo de autoestima: durante uma avaliação de desempenho, é comum um superior dizer: “seu desempenho no trabalho é tão ruim; você acha que pode competir pela promoção?”. Ao ouvir isso, o colaborador sente sua autoestima ameaçada e parte para uma reação defensiva (“Vou provar que sou competente”), gerando um impasse. Ao invés de entrar nesse ciclo, o texto sugere que o profissional reflita sobre a crítica, aceite falhas e mantenha a “identidade fundamentada” para permitir um diálogo construtivo. Passos Práticos para uma Gestão de Conversas Eficaz Além de abordar as três conversas, o livro oferece passos práticos que uma boa gestão pode seguir para lidar com conversas difíceis de forma mais eficaz: Esclarecer o propósito da conversa: antes de iniciar, o gestor deve ter clareza sobre o objetivo. Para isso, pergunte-se "o que eu preciso?" e "qual é meu objetivo?", assim é mais fácil manter a conversa no rumo certo e evitar desvios. Começar com uma abertura neutra: abordar a questão imparcialmente, como um observador ajuda a reduzir a defensividade e abrir caminho para um diálogo mais construtivo. Ouvir com atenção e expressar pensamentos claramente: estabelecer uma comunicação de mão dupla, onde o gestor pratica a escuta ativa para entender a perspectiva do outro e expressa suas próprias ideias de forma concisa e compreensível. Reformular a conversa quando ela chega a um impasse: ter a habilidade de trazer a discussão de volta ao foco quando ela se desvia ou estagna, garantindo que o problema seja resolvido. Isso exige a capacidade de "romper padrões de pensamento enraizados", ou seja, conseguir mediar e interferir nas falas para voltar ao objetivo inicial da conversa O Impacto Positivo Geral da Boa Gestão Ao aplicar esses princípios, uma boa gestão de conflitos transforma o ambiente organizacional. A capacidade de gerenciar bem os relacionamentos em diferentes situações, seja pessoal, profissional ou em negociações, é ampliada. Ao promover a compreensão mútua, o compartilhamento de responsabilidades e a resolução construtiva de conflitos, a gestão não apenas soluciona problemas de forma mais eficaz, mas também fortalece mais as equipes, aumenta a produtividade e cultiva uma cultura de confiança e resiliência. Dessa forma, as conversas difíceis se tornam oportunidades para aprendizado e crescimento, em vez de fontes de conflito e estagnação. Gostou do conteúdo? A Phomenta está realizando um mapeamento e quer saber como o terceiro setor está gerindo pessoas e conflitos em suas organizações. Compartilhe sua experiência e contribua com este estudo acessando: [link] Artigo realizado com apoio da ferramenta de IA Notebooklm e do livro Conversas difíceis - Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen 
Por Pâmela Lima 2 de junho de 2025
Guia prático que ensina como estruturar uma página de captação de doações para ONGs: mensagem clara, métricas de impacto, transparência financeira e CTA que converte. Saiba mais!
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Apoiar ONGs pequenas é uma escolha política e estratégica para ampliar o impacto social no Brasil. Entenda como essa decisão se conecta ao fortalecimento do terceiro setor, à transformação de territórios e à mudança de perspectiva no investimento social.
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Inicialmente, vamos entender melhor o que são métricas? Métricas são números e dados que as redes sociais fornecem para mostrar o desempenho das publicações feitas por você ou pela sua ONG. Quando você publica algo no Facebook ou Instagram, essas redes sociais mostram quantas pessoas visualizaram, curtiram, comentaram ou compartilharam seu conteúdo. Saber interpretar essas informações é muito importante porque ajuda a sua OSC a entender o que está dando certo e o que pode melhorar na comunicação com o público. Ao entender melhor essas informações, você pode criar conteúdos que alcançam mais pessoas e ajudam sua organização a ter um impacto maior. Quais são as métricas mais importantes? Entender as principais métricas pode parecer difícil no começo, mas conhecendo cada uma delas fica muito mais fácil saber se sua comunicação está indo bem. Cada uma dessas métricas traz informações cruciais que ajudam a entender o comportamento do seu público e como melhorar as publicações da sua organização. Desvendando as siglas e abreviações das métricas CTR (Click Through Rate): porcentagem de pessoas que clicaram em um link após visualizá-lo. CPM (Custo por Mil Impressões): quanto custa mostrar seu conteúdo para mil pessoas. CPC (Custo por Clique): quanto você paga por cada clique no seu conteúdo. CPA (Custo por Aquisição): custo médio para que uma pessoa realize uma ação específica, como fazer uma doação. ROI (Return on Investment): retorno financeiro obtido em relação ao dinheiro investido em publicidade ou campanhas. KPI (Indicador-Chave de Desempenho): métricas específicas escolhidas para medir o sucesso das suas ações. Alcance e Impressões O alcance é o número de pessoas diferentes que viram sua publicação pelo menos uma vez. Quanto maior o alcance, mais pessoas diferentes foram alcançadas pelo seu conteúdo. Já as impressões mostram quantas vezes sua publicação apareceu nas telas das pessoas, contando inclusive aquelas que viram mais de uma vez (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Engajamento Engajamento é uma das métricas mais importantes porque mostra como as pessoas estão interagindo com seu conteúdo. Essas interações incluem curtidas, comentários, compartilhamentos e salvamentos. Um alto engajamento significa que as pessoas realmente gostaram do seu conteúdo e tiveram vontade de interagir com ele. Quanto mais engajamento, melhor você está se comunicando com o seu público (FERREIRA; OLIVEIRA, 2015). Cliques Cliques mostram quantas pessoas clicaram no seu conteúdo ou nos links que você compartilhou. Essa métrica é especialmente importante quando você quer direcionar as pessoas para seu site ou para alguma ação específica, como um evento ou uma campanha de doação (COSTA, 2020). Crescimento de seguidores Essa métrica mostra quantas pessoas novas começaram a seguir sua ONG depois de ver suas publicações. Um crescimento constante de seguidores significa que você está conseguindo chamar a atenção e conquistar novas pessoas para sua causa (COSTA, 2020). Mas afinal, como essas métricas se relacionam? É muito importante não olhar apenas para uma métrica isoladamente. Por exemplo, se muitas pessoas veem sua publicação (alto alcance), mas poucas interagem com ela (baixo engajamento), pode ser que o conteúdo não esteja interessante o suficiente. Para entender se sua estratégia está funcionando, você precisa analisar diferentes métricas juntas, como alcance, engajamento e cliques. Isso ajuda a ter uma visão mais completa do desempenho das publicações (GOMES, 2018). Tipos de análises que você pode fazer Para usar bem as métricas, você pode fazer vários tipos diferentes de análises. Cada tipo serve para algo específico e ajuda você a entender melhor o desempenho das suas redes sociais, mostrando caminhos para melhorar sua comunicação. Análise simples A análise simples é a mais básica e mostra diretamente quantas pessoas viram ou interagiram com seu conteúdo (RECUERO, 2014). Comparação A análise comparativa é quando você compara resultados de diferentes publicações ou períodos. Por exemplo, você pode comparar o desempenho das publicações deste mês com as do mês passado para entender o que funcionou melhor e planejar conteúdos futuros (RECUERO, 2014). Previsão A análise preditiva usa dados antigos para tentar prever resultados futuros (RECUERO, 2014). Um exemplo é que se sabemos que entre novembro e dezembro há um aumento nas curtidas em posts relacionados a doações, construir conteúdo que fale sobre isso antecipadamente é uma forma de “prever” a procura e antecipar-se ao aumento de demanda. Redes sociais Analisar as redes sociais significa entender como as pessoas interagem umas com as outras no seu perfil ou página. Você pode descobrir quem são os principais seguidores, quais conteúdos são mais compartilhados e como essas conexões ajudam a espalhar sua mensagem para mais pessoas (GOMES, 2018). O que ter cuidado ao analisar os números? Ao analisar as métricas, você precisa levar em conta fatores externos que podem influenciar os resultados. Datas especiais, feriados ou eventos importantes podem aumentar ou diminuir a interação com suas publicações (as chamadas datas sazonais). Por isso, sempre olhe com cuidado e verifique se os dados são realmente representativos do desempenho geral (KAHNEMAN, 2012), todo o contexto deve ser levado em conta. Cuidado com erros ao analisar Existem alguns erros comuns ao analisar as métricas. Um deles é o viés de confirmação, que acontece quando você só presta atenção nos números que reforçam o que você já acredita. Outro erro é o viés de recência, que acontece quando você só leva em conta os resultados mais recentes, esquecendo resultados passados (KAHNEMAN, 2012). Como já dito. Recomendações O conteúdo do artigo foi baseado no conhecimento da autora e com referências de base científica. Caso você deseje ampliar o conhecimento acerca da temática, recomenda-se a leitura das fontes a seguir: COSTA, Felipe. Aplicação estratégica de métricas digitais. Panorama, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 45-60, 2020. FERREIRA, Mariana; OLIVEIRA, Ana. Produção textual e interações sociais em plataformas digitais. Revista Comunicando, Lisboa, v. 5, n. 1, p. 10-23, 2015. GOMES, André. Dinâmicas de interações nas redes sociais digitais. Salvador: UFBA, 2018. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014. 
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